Secretário nega que MG receba menos repasse federal para saúde

O secretário executivo do Ministério da Saúde, Paulo Coury, negou à Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa de Mi...

14/03/2007 - 00:02
 

Secretário nega que MG receba menos repasse federal para saúde

O secretário executivo do Ministério da Saúde, Paulo Coury, negou à Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, que o Estado tenha o segundo menor índice per capita do País no que se refere ao recebimento de recursos federais para a saúde. Questionado pelo deputado Carlos Pimenta (PDT), durante reunião realizada na manhã desta quarta-feira (14/3/07), Coury disse que os estados mais populosos têm, naturalmente, um per capita mais baixo, mas que Minas Gerais recebe mais recursos que estados como São Paulo e Rio Grande do Sul. Solicitada por requerimento do deputado Carlos Mosconi (PSDB), presidente da comissão, a reunião recebeu o secretário para conhecer a realidade e as perspectivas da saúde no Brasil e a relação do Ministério com o estado.

Durante o encontro, o secretário apontou que um dos principais problemas da saúde no País é a carência e a falta de qualificação dos profissionais da área médica, especialmente no que se refere ao Programa de Saúde da Família (PSF). Segundo ele, o programa, hoje, possui 28 mil equipes, que atendem 75% das famílias brasileiras, mas falta conhecimento específico para esse tipo de trabalho. "O Ministério da Saúde está incentivando as escolas de Medicina do País a reformular seus currículos para adaptar os profissionais ao PSF", disse. Questionado pelo deputado Carlos Mosconi sobre o que deve ser feito para que 100% das famílias sejam atendidas, Coury alegou ser necessário flexibilizar os investimentos no programa para atender dificuldades logísticas em regiões do Norte e Nordeste. "Precisaríamos ainda de aproximadamente mais 10 mil equipes especializadas em PSF", concluiu.

Outro pontos levantados pelos deputados Carlos Pimenta, Doutor Rinaldo (PSB) e Ruy Muniz (PFL) foram a respeito de incremento do PSF nas cidades-pólo, repasse de recursos para atendimentos de alta complexidade, implantação de farmácias populares, reajuste da Tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) e melhoria na gestão dos hospitais de pequeno porte. Em resposta, o secretário afirmou que esses e diversos outros temas estão sendo contemplados no programa Qualisus, do Ministério da Saúde, que tem como objetivo reorganizar o sistema de gestão do SUS, inicialmente nas grandes metrópoles do País. Para ele, a reformulação pretendida, que deve pôr em prática a municipalização dessa gestão, vai impactar diretamente nos gargalos do atendimento e eficiência dos serviços de saúde no Brasil.

Regularização da Emenda 29 pode ser solução

De acordo com o deputado Carlos Mosconi, enquanto a Emenda Constitucional 29, de 2000, que visa assegurar os recursos mínimos para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde, não for regulamentada pelo Congresso Nacional, não haverá solução para os problemas do setor. Para ele, o sistema está sucateado, com isso, há um êxodo de bons profissionais que atendem pelo SUS. "Somente a lei pode fazer com que sejam feitos investimentos sistemáticos na área de saúde. Acho que o setor necessita de mais força política para a que a Emenda 29 seja regulamentada", alertou. Segundo Paulo Coury, o Ministério tem trabalhado arduamente na sensibilização do governo federal para que a lei seja regulamentada, mas ele acredita que toda a sociedade deve se mobilizar para que o processo tenha seqüência. "Isso também está sendo contemplado no Qualisus, porém entendo que essa seja uma luta de todos", finalizou.

Requerimentos - Na reunião, foram aprovados três requerimentos de autoria do deputado Carlos Mosconi, que pede envio de ofício convidando o deputado federal Rafael Guerra (PSDB/MG), presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Saúde, a comparecer à comissão para falar sobre a situação da saúde no País; pede realização de visita da comissão ao vice-governador do Estado de Minas Gerais, Antônio Anastasia, a ser agendada; e solicita envio de ofício a Helvécio Miranda Júnior, presidente da Diretoria Executiva do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), convidando-o a comparecer a reunião da comissão, para fazer exposição sobre a regionalização e a situação do SUS em Minas Gerais. Foi aprovado ainda requerimento, de autoria do deputado Carlos Pimenta, que requer sejam convidados os gestores dos programas PSF, Viva-Vida e Pro-Hosp, para participarem de reunião da comissão.

Presenças - Deputados Carlos Mosconi (PSDB), presidente; Carlos Pimenta (PDT); Doutor Rinaldo (PSB); e Ruy Muniz (PFL).

 

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