Apesar de maioria, mulher ainda ocupa pouco espaço político

A constatação de que as mulheres ainda têm pequena participação em cargos do Executivo, Legislativo e Judiciário e ta...

14/03/2007 - 00:00
 

Apesar de maioria, mulher ainda ocupa pouco espaço político

A constatação de que as mulheres ainda têm pequena participação em cargos do Executivo, Legislativo e Judiciário e também na iniciativa privada, apesar de serem a maioria da população, foi a tônica dos pronunciamentos na abertura do Ciclo de Debates "A participação da mulher nos espaços de poder". Realizado na Assembléia Legislativa de Minas Gerais nesta quarta-feira (14/03/07), o evento faz parte das comemorações do Dia Internacional da Mulher, nas quais estão previstas ainda o lançamento da II Conferência Estadual de Políticas para Mulheres e uma Reunião Especial no Plenário, às 16 horas.

Um dos participantes a destacar a baixa inserção das mulheres na vida pública foi o deputado Alberto Pinto Coelho (PP), presidente da Assembléia, que em seu pronunciamento na abertura do evento, lembrou que as mulheres estão longe de ter a devida correspondência quando se trata de ocupar cargos. "No campo político, por exemplo, o resultado das eleições de 2006 mostra que conseguiram conquistar um mandato apenas 176 mulheres: três governadoras, quatro senadoras, 46 deputadas federais e 123 deputadas estaduais e distritais", informou. Segundo o deputado, no Legislativo, as mulheres ocupam apenas 9,1% das vagas, "percentual que situa o Brasil em último lugar entre os países da América do Sul."

Alberto Pinto Coelho cumprimentou a bancada feminina da Assembléia, composta pelas deputadas Ana Maria Resende (PSDB), Cecília Ferramenta (PT), Elisa Costa (PT), Gláucia Brandão (PPS), Maria Lúcia (PFL), Rosângela Reis (PV) e Elbe Brandão (PSDB), licenciada para ocupar a Secretaria de Estado Extraordinária para o Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas, "pela competência e dedicação e pela iniciativa de organizar a comemoração".

Presença no Executivo e Judiciário também não é grande

Com essa mesma linha de pensamento, falaram a secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena, que representou o governador Aécio Neves no evento, e a desembargadora Tereza Cristina da Cunha Peixoto, que representou o presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), desembargador Orlando Carvalho. Segundo Renata Vilhena, dos 42 mil cargos de diretoria existentes no setor privado, somente 23% são ocupados por mulheres, segundo dados de 2000.

Vilhena destaca, contudo, que em Minas Gerais, a atual gestão tem tentado reverter a situação. "Cargos de destaque estão sendo ocupados por mulheres, como as pastas da Cultura, Educação, Turismo, Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas, a Auditoria Geral do Estado, Defensoria Pública, Reitoria da Uemg, entre outros". A secretária enfatizou ainda a recente criação da Coordenadoria Especial de Promoção e Defesa da Mulher.

Já a desembargadora Tereza Cristina da Cunha Peixoto, mesmo reconhecendo que a mulher levou 192 anos para chegar à Corte Suprema do Judiciário, com a nomeação da ministra Ellen Gracie, em 2000, que além disso, ocupa a Presidência do órgão, acredita que a situação está melhorando. "Esse tempo tem diminuído, já que, cinco anos depois, a segunda mulher chegou à Corte, com a nomeação da ministra mineira Cármen Lúcia Rocha". A desembargadora destacou que nos tribunais regionais a participação feminina fica em torno de 20%, com exceção do Tribunal de Justiça do Pará, "cujas desembargadoras representam 65% da composição".

A abertura teve os pronunciamentos ainda da representante da ministra Nilcéia Freire, da secretaria especial de Políticas para as Mulheres, Márcia Gomes; Maria Elmira do Amaral Dick, da Promotoria de Justiça de Minas Gerais; Umbelina Costa, da Defensoria Pública de Minas Gerais; Maria Nazareth de Carvalho, vice-presidente do Conselho Estadual da Mulher e Neuza Melo, do Fórum de Mulheres. Também participaram da abertura as deputadas: Ana Maria Resende, Maria Lúcia, Gláucia Brandão, Elisa Costa, Cecília Ferramenta e os deputados: Carlos Pimenta (PDT), Elmiro Nascimento (PFL), Luiz Tadeu Leite (PMDB), André Quintão (PT), Paulo Guedes (PT), Carlin Moura (PCdoB), Gustavo Valadares (PFL), José Henrique (PMDB), Sebastião Costa (PPS) e Domingos Sávio (PSDB).

 

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