Pesquisa aponta que crédito fácil contribui para
endividamento
O aumento significativo de atendimentos
relacionados a renegociação de dívidas motivou o Procon Assembléia a
realizar, de 1º de novembro de 2006 a 15 de janeiro de 2007, uma
pesquisa quantitativa para traçar o perfil do consumidor endividado
que compareceu ao órgão nesse período. O Procon perguntou aos 119
consumidores pesquisados o motivo do endividamento, o valor da
dívida, o tipo de instituição ou estabelecimento comercial credor e
as exigências solicitadas no momento da celebração do contrato.
Segundo o coordenador da pesquisa e assessor do Procon Assembléia,
Alexandre Werneck de Oliveira, o objetivo do trabalho é contribuir
para os estudos na área e apontar soluções para tentar resolver
"esse grave problema socioeconômico que afeta todos os consumidores
responsáveis".
Dos 119 entrevistados, 51,3% são homens e 48,7% são
mulheres. De acordo com a pesquisa, o motivo do endividamento
apontado por 22% das pessoas foi "gasto acima da renda", seguido por
"doença" (16,2%), "desemprego" (14,3%) e "facilidade para obter
crédito" (13,5%). Segundo Alexandre Werneck de Oliveira, o crédito
fácil esconde um dado importante que merece ser analisado para se
compreender o fenômeno do superendividamento. Trata-se do baixo
nível de exigências solicitadas pelas instituições financeiras no
momento da concessão do crédito. Para 50% dos entrevistados, não foi
exigido qualquer comprovante de renda no momento da contratação do
crédito. Dos 42% que disseram que foi exigida alguma comprovação, 8%
afirmaram que esta foi feita após a assinatura do contrato.
O pesquisador destaca, ainda, que o crédito fácil
está sendo massificado por meio de empréstimos em consignação, do
uso do cartão de crédito, facilidade de crediário em bancos, lojas
de eletrodomésticos e supermercados, e caixas automáticos.
Renegociação - Outro dado
que foi ressaltado pela pesquisa é que mais de 86% dos consumidores
endividados tentaram negociar a dívida junto ao credor, mas apenas
31% obtiveram sucesso. Aponta ainda que mais de 54% dos
entrevistados não conseguiram negociar a dívida e o principal motivo
alegado foi a discordância dos valores cobrados. Outro motivo citado
foi o encarecimento da dívida devido à cobrança de encargos
moratórios sobre uma dívida inicial que, muitas vezes, já havia sido
contraída com juros elevados.
Os principais credores apontados pelo estudo são
administradoras de cartões de crédito (39%), bancos (18%) e
financeiras (15%) que, somados, representam 72% do total de
credores. A seguir estão lojas (12%), supermercados (6%) e escolas
(4%).
Esses e outros dados da pesquisa do Procon
Assembléia podem ser acessados no site www.almg.gov.br, no
link Serviços/Procon Assembléia/Informações e Dicas.
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