Aécio Neves defende pacto federativo em posse na
Assembléia
Ao tomar posse na tarde desta segunda-feira
(1º/1/07) no Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, o
governador reeleito de Minas, Aécio Neves (PSDB), defendeu, mais uma
vez, a formação de um pacto federativo para garantir mais autonomia
administrativa para os Estados e Municípios. "Não haverá crescimento
verdadeiro; não haverá desenvolvimento consolidado; não haverá
democracia plena enquanto não refundarmos a federação e os
princípios norteadores da República brasileira", disse em seu
discurso.
Aécio Neves também criticou a concentração de
recursos na esfera federal. "Os avanços de que o País precisa não
acontecerão; não alcançaremos a justiça social que almejamos,
enquanto não tivermos a coragem de desconcentrar recursos. Enquanto
não houver autonomia administrativa para Estados e Municípios;
enquanto não houver a tão sonhada justiça tributária".
Ele citou Tiradentes para reforçar sua tese de mais
autonomia financeira. "Sem o sentimento de independência, não há
ânimo para o trabalho duro que a prosperidade coletiva exige, e sem
a autonomia e econômica, é muito difícil conquistar e preservar a
soberania política".
Em seu discurso de posse, o governador ressaltou a
importância da Assembléia Legislativa de Minas. "Esta casa, ao
formalizar-se, deu prosseguimento histórico a uma prática natural da
nossa gente. Nesta província, cujos ocupantes desconheceram deveres
feudais, sempre fizemos política".
Ele também fez um balanço de seu primeiro mandato,
destacando alguns avanços como a realização de 91% do orçamento dos
investimentos autorizados; aumento de 18,3% na arrecadação do ICMS e
crescimento dos investimentos, que passaram de R$ 283 milhões, em
2003, para R$ 1,4 bilhão, em 2005. "Fizemos mais do que muitos
imaginavam possível. E, quando o fizemos, percebemos que precisamos
fazer sempre muito mais. Não podemos descansar sobre os êxitos
alcançados", afirmou.
Saudação - O presidente da
Assembléia Legislativa, deputado Mauri Torres (PSDB), ressaltou a
reeleição do governador Aécio Neves. "Mais uma vez, Minas Gerais se
alça à posição de vanguarda na política nacional, com seu governo
exercido por um estadista autêntico".
O presidente destacou que a segunda geração do
choque de gestão, que será empreendida pelo governador em seu novo
mandato, será uma estratégia importante para a transformação social
do Estado. "Com o crescimento do PIB acima da média do País, Minas,
avançando em todos os setores, está pronta para ir mais longe, não
apenas consolidando, mas ampliando sua forte participação
econômica".
Mauri Torres lembrou que a Assembléia, nos últimos
quatro anos, se ajustou ao funcionamento do Executivo e promoveu uma
rigorosa redução de gastos na utilização de seus recursos
orçamentários e financeiros.
Cerimônia - O governador
chegou à Assembléia por volta das 16h30, num Rolls-Royce de 1952,
acompanhado de sua filha, Gabriela. Aécio foi recebido no Hall das
Bandeiras por uma comissão formada pelos líderes do Governo,
deputado Alberto Pinto Coelho (PP); do Bloco Parlamentar Social
Progressista, Dilzon Melo (PTB); do PSDB, Luiz Humberto Carneiro; e
do PP, Gil Pereira; além de Neider Moreira (PPS) e de outros
parlamentares.
No Plenário, Aécio Neves e o vice-governador,
Antonio Augusto Anastasia, passaram por uma fileira de cadetes da
Polícia Militar, que usavam o tradicional uniforme azul que deu
origem à corporação. Eles formaram um corredor, empunhando o
"Espadim Tiradentes", arma que simboliza a honra e a dignidade do
cadete da PM.
A sessão contou com a presença de dezenas de
deputados estaduais e federais, atuais e eleitos para a próxima
legislatura, além de autoridades de todos os poderes e empresários.
A Mesa foi composta do presidente Mauri Torres, do senador Eduardo
Azeredo (PSDB), como representante do Senado; deputado federal
Bonifácio Andrada (PSDB), representando a Câmara dos Deputados; o
presidente em exercício do Tribunal de Justiça, desembargador
Antônio Hélio Silva; o procurador-geral de Justiça de Minas Gerais,
Jarbas Soares; o vice-prefeito de Belo Horizonte, Ronaldo
Vasconcelos, que representou o prefeito Fernando Pimentel; o
arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de
Azevedo; o presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte,
vereador Totó Teixeira; e o 1º-Secretário da Mesa da Assembléia,
deputado Antônio Andrade (PMDB). O 1º-secretário leu os termos de
posse do governador e do vice; e o presidente Mauri Torres fez a
declaração da posse.
Apresentação musical -
Durante a solenidade, o cantor Wilsom Sideral apresentou o Hino
Nacional e, depois do ato da posse, a música "Para Lennon e
MCartney", que ressalta a cultura de Minas Gerais.
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