Plenário da Assembléia aprova 286 projetos em 2006

O balanço do último ano da 15ª Legislatura (2003/07), incluindo as reuniões desta quarta-feira (20/12/06), data do en...

20/12/2006 - 01:01
 

Plenário da Assembléia aprova 286 projetos em 2006

O balanço do último ano da 15ª Legislatura (2003/07), incluindo as reuniões desta quarta-feira (20/12/06), data do encerramento das atividades, revela que os deputados votaram 286 proposições em 2006. Destas, 152 já foram transformadas em normas jurídicas. Novas leis com grande impacto no dia-a-dia dos mineiros foram aprovadas neste ano pelo Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Entre as de maior repercussão, destacam-se a Lei 16.301, que disciplina a criação de cães da raça pitbull e prevê multas em caso de agressões, e a Lei 16.316, que obriga operadores de planos de saúde a fornecer documentos que comprovam a negativa de atendimento.

No total, incluída a reunião solene de encerramento, 217 reuniões foram realizadas em Plenário neste ano, sendo 98 ordinárias, 68 extraordinárias; 49 especiais, para comemorações e homenagens; e duas reuniões solenes, para instalação e encerramento da sessão legislativa. Os números do Plenário apontam ainda que os deputados votaram 23 proposições em 1º turno. Outras 90 foram aprovadas até a fase de redação final e aguardam agora sanção ou promulgação para se tornarem leis. Também foram analisados 21 vetos, 18 deles mantidos e três rejeitados.

Nesta quarta-feira foram votados, em turno único e redação final, o projeto que contém o Orçamento do Estado para 2007 (PL 3.645/06) e o que promove a terceira revisão participativa do Plano Plurianual de Ação Governamental (PL 3.644/06). Esse plano é a peça que dá visibilidade às políticas que o governo se compromete a implantar, estabelecendo metas e estratégias gerenciais e de captação de recursos. O início do recesso parlamentar, em 21 de dezembro, estava condicionado à aprovação do Orçamento pelo Plenário, assim como ocorreu, no primeiro semestre, com a proposição que deu origem à Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Outras proposições importantes aprovadas foram: os PLs 2.953/06, do governador, que autoriza o Executivo a destinar recursos adicionais para a implantação da Usina Hidrelétrica de Irapé; 2.919/06, também do governador, que institui o Prêmio por Produtividade em Metrologia Legal e Qualidade Industrial de Produtos aos servidores do Instituto de Pesos e Medidas do Estado (Ipem); 3.796/06, da Mesa da Assembléia, que dispõe sobre a remuneração do governador, vice, secretário de Estado e secretário-adjunto; e 2.493/05, do deputado Laudelino Augusto e da deputada Maria Tereza Lara, ambos do PT, que cria o Programa Agenda 21 do Estado de Minas Gerais.

Matérias tratam de saúde, segurança, educação e defesa do consumidor

Diversas normas jurídicas originárias do Legislativo e editadas em 2006 contemplam a segurança, a saúde, a educação e a defesa do consumidor mineiro. A "Lei do Pitbull", por exemplo tem como origem projeto de lei do deputado Rogério Correia (PT), enquanto a norma sobre os planos de saúde foi proposta pela deputada Lúcia Pacífico (PSDB). Os documentos exigidos por essa lei facilitam o ingresso em juízo dos consumidores que tiveram atendimento negado. Ainda priorizando o consumidor, a Assembléia aprovou alteração na legislação tributária, isentando o proprietário em débito com o IPVA do pagamento de taxa para parcelamento da dívida (Lei 16.304, originada do PL 3.280/06, do deputado Dilzon Melo - PTB).

Outra norma de origem no Legislativo é a Lei 16.056, que estabelece o número máximo de alunos nas escolas da rede pública estadual. Fruto de projeto do deputado Leonardo Quintão (PMDB), a lei entrará em vigor no ano letivo de 2007. Segundo a norma, o número máximo de alunos será de 20 na educação infantil; 25 nos ciclos iniciais do ensino fundamental; 35 nos ciclos finais; 40 alunos no ensino médio; e oito a 15 na educação especial, conforme a deficiência.

Já a Lei 16.162, originária de projeto do deputado Sebastião Helvécio (PDT), obriga fabricantes de alimento produzido e embalado em Minas a identificar, no rótulo do produto, a presença e a quantidade de gorduras "trans". E a Lei 16.028, proposta pela deputada Ana Maria Resende (PSDB), proíbe a venda de bebida alcoólica em bares e restaurantes localizados às margens das rodovias estaduais, como em postos de gasolina.

Outra medida voltada para o reforço da segurança no Estado está contida na Lei 16.302, também de 2006 e fruto de projeto do deputado Gil Pereira (PP), que determina a instalação de câmeras ou outros equipamentos de identificação em estabelecimentos penitenciários de regime fechado de Minas. Já a Lei 16.280, proposta pela deputada Jô Moraes (PCdoB), institui a política estadual de atenção à saúde auditiva, com medidas de prevenção e tratamento da deficiência.

Por outro lado, proposições importantes para o funcionamento de órgãos e instituições mineiras também foram apreciadas. Uma delas é a Emenda à Constituição nº 74, originária da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 67/2004, do deputado Ivair Nogueira (PMDB), que reduz o recesso parlamentar de 90 para 55 dias. Outra é a Emenda à Constituição nº 75, fruto da PEC 89/2005, do deputado Edson Rezende (PT). A proposição assegura à Defensoria Pública autonomia funcional e administrativa, estabelece sua competência para elaborar sua proposta orçamentária e determina o repasse mensal aos órgãos da Defensoria dos duodécimos referentes às dotações orçamentárias.

Proposição polêmica é debatida com a comunidade

Algumas matérias consideradas polêmicas pelo Legislativo mineiro demandaram várias discussões, audiências públicas e negociações. Entre essas proposições, está o PL 3.374/06, do governador, que pretendia criar empresas subsidiárias da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) para atuar no Projeto Jaíba, nas estâncias hidrominerais e em municípios com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) abaixo da média do Estado.

Além de vários embates nas comissões e no Plenário, parlamentares discutiram a proposta com as comunidades envolvidas. Sem acordo sobre a matéria, sobretudo no tocante à criação da subsidiária para os municípios carentes, o projeto foi retirado de pauta. Uma nova proposição, o PL 3.778/06, foi enviada à Assembléia, criando apenas a subsidiária para exploração dos recursos hidrominerais, sobre a qual havia consenso. A empresa criada deverá atuar, inicialmente, em Caxambu, Cambuquira, Araxá e Lambari.

Outra matéria polêmica apreciada - que já virou lei - foi o Projeto de Resolução (PRE) 3.768/06, da Comissão de Constituição e Justiça, que autoriza o governador a elaborar leis para alterar a estrutura da administração direta e indireta do Poder Executivo. A delegação não abrange as empresas públicas e as sociedades de economia mista integrantes da administração indireta.

Da forma como foi aprovado, o projeto delega ao governador poderes para criar, incorporar, transferir, extinguir e alterar órgãos públicos, inclusive autônomos, ou unidades da administração direta, bem como mudar a estrutura orgânica das entidades da administração indireta, definindo suas atribuições, objetivos e denominações.

O governador poderá, ainda, criar, transformar e extinguir cargos em comissão e funções de confiança de órgãos e entidades do Executivo, mudando denominações, atribuições, requisitos para ocupação, forma de recrutamento, sistema de remuneração, jornada de trabalho e distribuição na estrutura administrativa. Ele poderá, também, dispor sobre parcelas remuneratórias (gratificações, inclusive), realocar atividades e programas no âmbito do Poder Executivo e mudar vinculações de entidades da administração indireta.

Proposições enviadas por outros poderes também são apreciadas

Também foram transformadas em leis proposições encaminhadas pelos demais poderes, além do Tribunal de Contas. A Lei Complementar 93, originada do Projeto de Lei Complementar (PLC) 71/05, do Tribunal de Contas, adequa a organização do TCMG às disposições constitucionais pertinentes à Auditoria e ao Ministério Público (MP). Entre outros dispositivos, a lei estabelece que os auditores sejam nomeados pelo governador mediante concurso público; e que o MP contará com o apoio administrativo e de pessoal do Tribunal.

De autoria do governador, destacam-se quatro projetos transformados em lei. A lei de número 16.142 autoriza os órgãos jurídicos das empresas estatais a defender, judicial e extrajudicialmente, ativa e passivamente, seus dirigentes e empregados públicos quando, em decorrência do exercício regular das atividades institucionais, forem vítimas ou apontados como autores de ato ou omissão definido como crime ou contravenção penal, bem como nas ações cíveis decorrentes do exercício da função. A Lei 16.306 cria o Fundo para Universalização do Acesso a Serviços de Telecomunicação em Minas Gerais (Fundomic), para execução do programa "Minas Comunica", que prevê investimentos de até R$ 200 milhões até o final de 2007.

A Lei 16.192 modifica a estrutura da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) e do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado (Ipsemg), além de criar cargos de provimento em comissão e funções gratificadas na administração direta do Executivo. Já a Lei 16.307 aumenta o efetivo do Corpo de Bombeiros para 7.999 oficiais e praças.

De autoria do procurador-geral de Justiça, o PL 2.796/05 foi transformado na Lei 16.079, que estabelece os subsídios dos membros do Ministério Público. Pela legislação, o subsídio do procurador de Justiça passa para R$ 22.111,25; e para os demais membros fica estabelecida a diferença de 5% (cinco por cento) entre o subsídio de cada nível e o do imediatamente inferior. Os valores são retroativos a 1º de janeiro de 2006.

Norma semelhante partiu de projeto do Tribunal de Justiça. A Lei 16.114, também de 2006, fixa o mesmo teto para os desembargadores do Poder Judiciário e a mesma regra de diferenciação entre as faixas salariais, para os demais membro.

Outros projetos apreciados - Outros projetos que passaram pelo Plenário da ALMG também se destacam. Um deles é o PLC 78/06, do procurador-geral de Justiça, cria a Ouvidoria do Ministério Público de Minas Gerais. O órgão será encarregado de receber, examinar e encaminhar críticas e reclamações sobre as atividades desenvolvidas pelo MP.

Do Tribunal de Justiça, o PL 3.476/06 cria cargos efetivos de oficial judiciário e técnico judiciário, além de conceder aos profissionais do órgão elevação de seis padrões na carreira. Também estão sendo transformados os cargos do extinto Tribunal de Alçada em cargos do Tribunal de Justiça.

O PL 3.335/06, do Tribunal de Contas, cria os cargos de auditor e procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas e fixa seus subsídios. Do governador, o PL 3.467/06 aumenta o efetivo da PM para 51.669 integrantes, gradativamente, até o ano de 2010, e estabelece que as mulheres ocupem até 10% dos postos. E de autoria do Tribunal de Justiça, o PL 3.477/06 cria cargos no Tribunal de Justiça Militar e prevê reajuste salarial para os servidores próximo de 21% a partir de janeiro de 2007.

 

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