SOS Serra da Piedade denuncia mineração predatória na região

Representantes da ONG SOS Serra da Piedade apresentaram nesta quarta-feira (20/12/06) denúncia de irregularidades na ...

20/12/2006 - 01:00
 

SOS Serra da Piedade denuncia mineração predatória na região

Representantes da ONG SOS Serra da Piedade apresentaram nesta quarta-feira (20/12/06) denúncia de irregularidades na exploração mineral feita pelas empresas Belgo Arcelor e Vallourec Mannesmann, beneficiadas pela sanção da Lei 16.133, de 2005, que reduziu a área de conservação ambiental da região. A reclamação foi feita à Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais.

Segundo Maria Teresa Freitas, membro da ONG, a Lei 15.178, de 2004, que define os limites da área de conservação da Serra da Piedade, e o Regimento Interno da ALMG foram violados com a sanção da citada lei por meio de emenda irregular. Ela pediu aos parlamentares que fiscalizem o processo de reversão da lei já no início da próxima legislatura. "Essa lei foi feita de forma fraudulenta e de má fé. Precisamos proteger a região, que é um patrimônio natural, paisagístico, religioso e cultural de Minas Gerais. Para isso, contamos com o apoio dos parlamentares", pediu. A emenda que reduziu a área de conservação da Serra da Piedade foi aprovada sem parecer das comissões temáticas da ALMG, junto com o Projeto de Lei 2.643/05, que autoriza doação de imóvel ao município de Rio Pomba.

Outro representante da entidade, Ademir Martins, reforçou que há uma forte influência das empresas mineradoras na sanção da lei, que, por meio de licenças de atuação concedidas pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), exploram a região de forma irresponsável e predatória. "Os danos são irreversíveis. Precisamos, agora, exigir que essas licenças não sejam mais concedidas", disse.

O deputado Durval Ângelo (PT) sugeriu à ONG que faça um levantamento dos parlamentares que receberam auxílio financeiro das mineradoras durante a campanha eleitoral. Segundo ele, essa é uma prática comum e faz com que essas empresas tenham força política no Poder Legislativo. "Historicamente, a mineração sempre se estabeleceu de forma violenta, com sonegação de impostos e grilagem de terras. Este é um capítulo triste na história de Minas, mas que precisa ser mudado", afirmou. O parlamentar entende que a solução é pedir ao Ministério Público (MP) que entre com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, para que haja uma definição mais rápida da situação. Para isso, foram aprovados dois requerimentos que solicitaram visitas ao juiz da 2a Vara de Justiça do Estado e ao promotor responsável pelo caso.

Aprovados requerimentos motivados por audiência pública em Pains

Foram aprovados ainda nove requerimentos, sendo um de redação final e outros motivados por denúncias de violência policial em Pains, apresentadas em audiência pública da comissão na terça-feira (19). As proposições pedem o encaminhamento das notas taquigráficas da reunião ao MP e à Corregedoria da Polícia Civil; providências em relação ao uso indevido de viaturas policiais; e encaminhamento à Secretaria Federal de Direitos Humanos e à Subsecretaria Estadual de Direitos Humanos de denúncias de tortura policial na cidade.

Os demais requerimentos solicitam a realização de debate público na ALMG para tratar da relação entre as Associações de Proteção e Assistência ao Condenado (Apacs) e o governo do Estado; encaminhamento à Corregedoria da Polícia Civil da denúncia de abuso policial contra Luciana Araci Vito e visita ao mesmo órgão para apurar o envolvimento do delegado Osman Canela no caso; além da solicitação de duas audiências públicas conjuntas com a comissão de Segurança Pública para debater a situação prisional em Ribeirão das Neves e a utilização irregular de viaturas policiais no Estado.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente da comissão; Roberto Ramos (PSDB), vice-presidente; Sargento Rodrigues (PDT) e deputada Ana Maria Resende (PSDB).

 

 

 

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