Balanço da Cipe Rio Doce e da Cipe São Francisco em 2006

A Comissão Interestadual Parlamentar de Estudos para o Desenvolvimento Sustentável da Bacia do Rio Doce (Cipe Rio Doc...

21/12/2006 - 01:00
 

Balanço da Cipe Rio Doce e da Cipe São Francisco em 2006

A Comissão Interestadual Parlamentar de Estudos para o Desenvolvimento Sustentável da Bacia do Rio Doce (Cipe Rio Doce) realizou e participou de dezenas de eventos em 2006. A Caravana Rio Doce Limpo, organizada para divulgar um ambicioso programa de despoluição ambiental do rio Doce e seus afluentes, percorreu três municípios.

Caratinga - O primeiro compromisso da Caravana foi em Caratinga. Em 10 de março, os deputados José Henrique (PMDB), presidente da Cipe, e Elisa Costa (PT), coordenadora da comissão em Minas, além de representantes de diversos órgãos, reuniram-se na Câmara com o prefeito Ernani Campos e vereadores. Receberam as notícias de início da construção do aterro sanitário da cidade e da recuperação do lixão do bairro Saibreira. O rio Caratinga estava sendo dragado pelo Exército com recursos de R$ 2 milhões do governo federal. José Henrique anunciou a criação de uma promotoria ambiental do rio Doce no Ministério Público.

Mutum - Passeatas e manifestações de escolares pela recuperação ambiental marcaram a visita dos deputados José Henrique, Elisa Costa, Durval Ângelo (PT) e do federal Mauro Lopes (PMDB) a Mutum, no dia 7 de abril. A presença do gerente do Ibama, João Alves Filho, serviu para autuar em flagrante um proprietário que fazia corte ilegal de mata nativa para carvoejamento. O prefeito Teófilo Antônio Soares anunciou a conclusão do aterro sanitário previsto para durar 30 anos, e a assinatura de contrato com a Copasa para coletar e tratar os esgotos da cidade, sem pagamento antecipado. O prefeito de Ipanema, Jairo Coelho, falou sobre a construção de uma estação ecológica com corredores para livre circulação de animais silvestres em sua cidade. Participaram também os prefeitos de Pocrane, Aimorés e Simonésia, e vereadores de Conceição de Ipanema e Lajinha.

Belo Oriente - No dia 10 de maio, a Caravana Rio Doce Limpo esteve nessa cidade do Vale do Aço, que espera conseguir recursos para construir quatro estações de tratamento de esgoto (ETEs). O prefeito Pietro Chaves Filho relatou seus contatos com a Fundação Nacional da Saúde (Funasa) e assegurou que 100% dos esgotos de sua cidade são coletados. Ele acredita que uma parceria entre poder público, comunidade e empresas poderá recuperar a bacia do Rio Doce. As carvoarias e as ocupações desordenadas no município foram denunciados por Gisleno Martins Castro, do Codema municipal, o conselho de meio ambiente.

Pequenas Barragens

Um novo tema foi incluído na programação da Cipe Rio Doce em 2006: a construção de pequenos barramentos (as pequenas centrais hidrelétricas - PCHs) por empresas privadas para geração de energia elétrica a ser vendida ao sistema hidrelétrico nacional. As expectativas e as esperanças das comunidades atingidas por essas obras levaram os deputados a duas cidades: Frei Inocêncio e Açucena.

Frei Inocêncio - Em 28 de abril, o deputado José Henrique e a deputada Elisa Costa se reuniram com a comunidade local na quadra da Escola Estadual Frei Inocêncio. Em pauta, os impactos da PCH Paiol, a ser construída no rio Suaçuí Grande pela empresa Consita, para gerar 28 mW. Serão inundados 220 hectares. A paróquia calcula que 800 famílias estarão em risco, mas o projeto prevê a remoção de apenas 80. O prefeito Oliver Madeira Bicalho é favorável à obra pelos 400 empregos temporários e pelo aumento de receita que vai gerar. José Henrique considerou ilusórios tais benefícios. Elisa Costa exigiu respeito aos direitos dos atingidos e indenizações justas.

Açucena - a reunião da Cipe na Prefeitura de Açucena ocorreu no dia 10 de maio. Duas PCHs estavam previstas: a Corrente Grande terá um barramento de 28 metros de altura e formará um lago de 95 hectares. A Barra da Paciência terá 25 metros e inundará 52 hectares. Ambas gerarão 36 mW. Oitenta famílias de Açucena, Gonzaga e Divinolândia serão atingidas. O empreendedor, Eletroriver Ltda, mandou representante, que defendeu o Plano de Controle Ambiental. A vice-prefeita de Açucena, Darcira, lamenta o desaparecimento de uma bela paisagem onde o rio passa por um duto de pedra. Estiveram presentes as deputadas Cecília Ferramenta e Elisa Costa, ambas do PT.

II Fórum das Águas em Colatina

Esse evento, realizado em 29 e 31 de março em Colatina (ES), teve a participação dos deputados e da assessoria da Cipe Rio Doce, numa reunião para definir uma agenda conjunta entre os deputados mineiros e capixabas. Estiveram presentes o deputado José Henrique e a deputada Elisa Costa. A realização foi do Comitê da Bacia Hidrográfica, presidido pelo prefeito colatinense Guerino Ballestrassi. Uma atividade de grande significado político para a proteção da bacia foi a reunião conjunta dos conselhos de Recursos Hídricos de Minas e do Espírito Santo. Shows de cantadores, apresentações artísticas e da produção acadêmica dos estudos ambientais e de tecnologia, bem como uma maquete de um trecho do rio com 100 m2 foram as atrações do fórum. O prefeito de Governador Valadares, Bonifácio Mourão, foi eleito presidente do CBH Rio Doce para o biênio 2006/07.

Debate Público na Escola do Legislativo

Na Escola do Legislativo realizou-se, em 13 de julho, o Debate Público "Gerenciamento de recursos hídricos na Bacia do Rio Doce". O encontro reuniu representantes de diversas instituições que interagem na Bacia do Rio Doce e nas bacias dos rios afluentes para discutir o gerenciamento dos recursos hídricos e a construção do plano diretor. Na parte da manhã, secretários de Estado, prefeitos e técnicos do meio ambiente discutiram as estratégias para implementação do Plano Rio Doce Limpo. O deputado José Henrique e a deputada Elisa Costa relataram os compromissos da Caravana Rio Doce Limpo e os debates sobre os pequenos barramentos.

Rede de Saneamento Ambiental

Num evento realizado em Ipatinga, em 25 de outubro, a Cipe participou da criação da Rede de Saneamento Ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Doce. Trata-se de uma iniciativa da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) do Ministério da Ciência e Tecnologia de aportar R$ 4 milhões em instituições de ensino públicas ou sem fins lucrativos, para formar a Rede Nacional de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental. O dinheiro sairá a fundo perdido do Fundo Setorial de Recursos Hídricos.

CBH em Mariana e Aimorés

O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce realizou reuniões em Mariana, no dia 15 de agosto, e em Aimorés, no dia 18 de dezembro, para tratar de questões rotineiras e definição de agenda. Os consultores de Meio Ambiente da Assembléia Pedro Chagas e André Naves foram designados para Mariana e Aimorés, respectivamente.

Orçamento de R$ 4 milhões

Com o objetivo de avaliar as ações de 2006 e propor uma agenda para 2007, a Cipe Rio Doce se reuniu com o Grupo de Trabalho Rio Doce Limpo em 14 de dezembro, na Assembléia. Foi o último compromisso desse grupo no ano, após reuniões mensais que ocorreram desde maio. Um resultado positivo da ação do GT Rio Doce Limpo - do qual participam órgãos ambientais, secretarias de Estado, Caixa Econômica e a ong Verde Água - é a consignação de uma verba de R$ 4 milhões no Orçamento de 2007 para financiar projetos de saneamento na Bacia do Rio Doce. De acordo com o deputado José Henrique, esses recursos serão aplicados na elaboração de projetos. As verbas para investimento em obras serão pleiteadas ao governo federal.

O deputado destacou ainda que é necessário ampliar os debates sobre a prevenção de enchentes. "As discussões atuais se restringem à despoluição da bacia e à recuperação das matas", observou. A deputada Elisa Costa levantou um desafio para o próximo ano: é preciso avaliar os impactos ambientais das 200 hidrelétricas que estão previstas para funcionar na bacia.

Cipe São Francisco

A Cipe São Francisco abrange deputados estaduais de Minas, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Em Minas é coordenada pelo deputado Gil Pereira (PP). Em 2005 promoveu campanhas e eventos para deter o projeto de transposição do rio São Francisco até que fossem feitos os investimentos públicos necessários à revitalização da bacia. Com a entrada em cena do bispo de Cabrobó, Dom Luiz Cappio, o projeto foi paralisado e a mobilização política entrou em recesso. Em 2006, a Cipe São Francisco participou do Fórum das Águas, realizado na Assembléia de 21 a 23 de março.

 

 

 

 

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