Orçamento de 2007 garante verba para a Bacia do Rio Doce

Com o objetivo de avaliar as ações do grupo de trabalho em 2006 e propor uma agenda para 2007, a Comissão Interestadu...

14/12/2006 - 01:00
 

Orçamento de 2007 garante verba para a Bacia do Rio Doce

Com o objetivo de avaliar as ações do grupo de trabalho em 2006 e propor uma agenda para 2007, a Comissão Interestadual Parlamentar de Estudos sobre a Bacia do Rio Doce (Cipe Rio Doce) se reuniu com o Grupo de Trabalho Rio Doce Limpo, nesta quinta-feira (14/12/06), na Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Uma boa notícia é que já está garantida no Orçamento de 2007 uma verba de R$ 4 milhões para financiar projetos de saneamento na Bacia do Rio Doce. A informação foi dada pelo deputado José Henrique (PMDB), presidente da Cipe.

De acordo com o deputado, os recursos do orçamento serão aplicados na elaboração de projetos. As verbas para investimento em obras serão pleiteadas ao Governo Federal. O deputado destacou ainda que é necessário ampliar os debates sobre a prevenção de enchentes. "As discussões atuais se restringem à despoluição da bacia e a recuperação das matas", observou.

A deputada Elisa Costa (PT) acredita que é preciso elaborar políticas públicas contra enchentes. Ela citou como exemplo a cidade de Governador Valadares, onde, a cada ano de cheia, 40 mil pessoas são atingidas. A deputada, que é integrante da Cipe Rio Doce, lembrou um desafio para o próximo ano: é preciso avaliar os impactos para as cerca 200 hidrelétricas que estão previstas para funcionar na bacia.

O integrante do Grupo de Trabalho representante da Caixa Econômica Federal, Paulo Pardini, disse que a Caixa defende a criação de consórcios intermunicipais para captação de recursos para a bacia. "As prefeituras não têm recursos para investimentos, elas devem se unir em consórcio para conseguir recursos junto à União, este é um problema regional e não de cada município", destacou. Paulo Pardini, lembrou também que o processo de enchentes se deve ao descontrole hídrico, à retenção das águas, ao desmatamento e à ocupação urbana inadequada nas margens dos rios.

A superintendente da Central Geral de Coordenação da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), Christiane Domenique, disse que já está sendo feito um levantamento sobre os municípios que têm prioridades nos investimentos. Para ela, os projetos devem ser implementados o mais rapidamente possível já que as enchentes são um assunto urgente.

O superintendente de Infra-Estrutura Urbana da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana (Sedru), Felippe Giovani Campos di Latella, afirmou que os municípios que não possuem sistema de coleta e tratamento de esgoto terão prioridade nos investimentos para a elaboração de projetos.

Para o integrante do Conselho Curador da Fundação de Desenvolvimento Sustentável do Vale do Rio Doce (Fundevale), e ex-consultor da Agência Nacional de Águas (ANA), Sebastião Figueiredo, a distribuição de verbas deve obedecer a critérios definidos. "Devemos investir em locais com água de boa qualidade, com medição de consumo, e com tarifação social, ou seja, os mais ricos pagam mais e os mais pobres pagam menos. É preciso também que o município tenha sistema de tratamento de água adequado", explicou o representante da ANA. Os municípios mais populosos e com Ìndice de Desenvolvimento Humanos (IDH) mais baixo também serão priorizados.

Atividades desenvolvidas em 2006

Em 2006, a Cipe Rio Doce participou de mais de uma dezena de atividades. Foram três as audiências da Caravana Rio Doce Limpo em Caratinga (10 de março), Mutum (7 de abril) e Belo Oriente (10 de maio). Para discutir a construção de pequenas barragens, a Cipe foi a Frei Inocêncio (28 de abril) e Açucena (10 de maio).

Embora a caravana Rio Doce Limpo em Mutum tenha provocado intensa mobilização popular e de escolares, o maior evento do qual a Cipe participou em 2006 foi o Fórum das Águas, realizado em Colatina (ES), de 29 a 31 de março, numa promoção do CBH Rio Doce. Outro evento importante foi a criação da Rede de Saneamento Ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Doce, no dia 25 de outubro, em Ipatinga. O grupo de trabalho intergovernamental, que deu agilidade a várias propostas de trabalho da Cipe Rio Doce, reuniu-se em maio, junho, julho, agosto e setembro, resultando na emenda de R$ 4 milhões ao Orçamento 2007.

Projetos para 2007

De acordo com o assessor da Assembléia Legislativa e consultor da Cipe Rio Doce, Pedro Chagas, para o ano que vem já está programado um encontro dos integrantes da Cipe com os ministros da Integração Nacional, do Meio Ambiente, das Cidades, e de Minas e Energia; da Agência Nacional de Águas (ANA) e da Fundação Nacional de Saúde com os integrantes do Grupo de Trabalho Rio Doce Limpo, para discutir possíveis investimentos na bacia. Também está sendo proposta a realização de um ciclo de debates com investidores privados para discutir a elaboração de projetos de desenvolvimento da bacia.

Eventos - Alguns encontros já têm data marcada. Nos dias 21, 22 e 23 de março vai se realizar na Assembléia de Minas o 6º Fórum das Àguas. Nos dias 28, 29 e 30, está confirmada a realização do Fórum das Àguas do Rio Doce, na cidade de Ipatinga.

São integrantes do Grupo de Trabalho Rio Doce Limpo, além dos órgão citados o Instituto Mineiro de Gestão das Àguas (Igam) e a Copasa.

 

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