Aprovado relatório final da Comissão das Pessoas Desaparecidas

O relatório final dos trabalhos da Comissão Especial das Pessoas Desaparecidas da Assembléia Legislativa de Minas Ger...

14/12/2006 - 01:03
 

Aprovado relatório final da Comissão das Pessoas Desaparecidas

O relatório final dos trabalhos da Comissão Especial das Pessoas Desaparecidas da Assembléia Legislativa de Minas Gerais foi aprovado na reunião desta quinta-feira (14/12/06). O documento, elaborado pelo deputado Durval Ângelo (PT), traz recomendações acerca do tema a órgãos do Poder Executivo, Legislativo, Judiciário, polícias Civil e Militar e Corpo de Bombeiros. A conclusão foi de que a Lei 15.432, de 2005, que institui o Sistema de Comunicação e Cadastro de Pessoas Desaparecidas, não vem sendo cumprida de forma satisfatória.

As sugestões apresentadas pelo relator e outros parlamentares pedem o aumento do efetivo de agentes na Divisão Especial da Pessoa Desaparecida; o compartilhamento dos dados e padronização da conduta de atendimento e investigação entre as polícias; a formação de uma força-tarefa policial para a varredura de áreas consideradas de desova de corpos no Estado; o auxílio da Mesa Diretora da ALMG na divulgação permanente dos desaparecidos por meio de distribuição de cartilhas, produção de painel, realização de exposição com fotos e produção de documentário televisivo com os depoimentos de familiares dos desaparecidos; maior participação dos órgãos de imprensa oficial do Estado na campanha "Volta"; a formalização do acompanhamento permanente das comissões de Direitos Humanos e de Segurança Pública da ALMG dos casos pendentes no Estado; o encaminhamento do relatório a todas as prefeituras, câmaras municipais e dioceses de Minas Gerais, entre outras recomendações.

Segundo o deputado Sargento Rodrigues (PDT), presidente da comissão, o documento representa um avanço na luta contra o desaparecimento de pessoas no Estado, mas a lentidão das autoridades responsáveis na tomada de providências ainda incomoda. "Devemos continuar vigilantes nesta luta e não permitir que o poder público peque pela falta de iniciativa e compartilhamento de informações", alertou. Para o deputado Durval Ângelo, é importante que se dê atenção especial aos casos de crianças e adolescentes. No relatório, ele faz uma sugestão ao comandante geral da Polícia Militar, para que publique uma instrução normativa que obrigue os agentes a iniciarem buscas imediatamente após a denúncia de desaparecimento de crianças e adolescentes. "É preciso que se dê mais atenção a esses casos. Durante todo o trabalho da comissão acompanhamos o drama dos pais e familiares e entendemos que é necessária mais urgência no atendimento a essas demandas", afirmou.

Relatório será encaminhado a órgãos municipais, estaduais e federais

O relatório final da comissão será enviado ao governador do Estado; Ministério da Justiça; Ministério das Comunicações; Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG); Corregedoria Geral do TJMG; Procuradoria-Geral do Estado, Promotoria da Infância e Adolescência; Ministério Público do Estado (MP); Defensoria Pública; secretarias de Estado da Educação, da Saúde e de Desenvolvimento Social; conselhos estaduais da Criança, do Idoso e do Portador de Necessidades Especiais; polícias Civil e Militar e Corpo de Bombeiros; Associação Mineira de Municípios; Servas; Ademg; Infraero; prefeituras e câmaras municipais do Estado; Mesa da ALMG; igrejas e dioceses.

Segundo o deputado João Leite (PSDB), dos órgãos a serem contemplados com o recebimento do relatório, o Ministério Público é o que precisa ser mais atuante. Para ele, o órgão, apesar de participar de reuniões da comissão, teve uma atuação tímida. "Desde a nossa primeira reunião, o MP fez muito pouco. É preciso que os promotores cobrem mais providências do Poder Executivo para que a resolução dos casos em Minas seja mais ágil", pediu.

O documento final abordou ainda o contexto nacional, ao mostrar o que vem sendo feito pelo governo federal sobre o tema, por meio do Sistema Público de Cadastro de Desaparecidos; e apresentou uma síntese dos trabalhos da comissão, que se reuniu pela primeira vez no dia 14 de novembro. "Ficou clara a complexidade do problema. Devemos continuar atentos ao que vem sendo feito e pressionar as autoridades competentes para a permanente evolução no trabalho de prevenção e busca dos desaparecidos em Minas Gerais", concluiu o relator.

Presenças - Deputados Sargento Rodrigues (PDT), presidente; Durval Ângelo (PT), Célio Moreira (PSDB), Rogério Correia (PT), João Leite (PSDB) e Paulo Piau (PPS).

 

 

 

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