Policiais são suspeitos de participar de chacina de Belo Oriente

Delegados da Polícia Civil se reuniram com a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais n...

13/12/2006 - 01:00
 

Policiais são suspeitos de participar de chacina de Belo Oriente

Delegados da Polícia Civil se reuniram com a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais nesta quarta-feira (13/12/06), para explicar aos parlamentares a situação das investigações do assassinato de três pessoas de uma mesma família em Belo Oriente, no Vale do Aço. O crime aconteceu em janeiro deste ano e ficou conhecido como chacina de Belo Oriente.

O deputado Durval Ângelo (PT) estranhou a demora na apuração do caso, que, segundo ele, aparentemente não é de solução complicada. "Tive informações de fontes seguras e confiáveis de que a chacina não seria difícil de ser desvendada. Só que as investigações esbarraram no envolvimento de policiais no crime. Aliás, o próprio delegado de Belo Oriente afirmou taxativamente que o crime foi cometido por policiais. E mais: disse ainda que estranhou o fato de ter sido avisado tardiamente da tragédia e de ter chegado ao local depois da perícia", relatou.

O delegado da Superintendência Regional da Polícia Civil, Ancelmo Rezende Gusmão, explicou que o fato de os peritos terem chegado primeiro é perfeitamente normal e acontece com freqüência. Segundo ele, o crime não é de tão fácil solução, tanto que foi acionada a delegacia especializada em homicídios da Capital.

O chefe da Divisão de Crimes contra a Vida, Marco Antônio Monteiro, reconheceu a grande possibilidade do envolvimento de policiais na chacina, sem no entanto especificar se seriam civis ou militares. Os policiais teriam agido em represália ao assassinato do detetive Layre Paulinelli Magalhães, 32 anos, no ano passado. O assassino dele, Juliano Batista Ferreira, 23, que está preso em Belo Horizonte, é filho de uma das vítimas da chacina de Belo Oriente.

Marco Antônio afastou a possibilidade de corporativismo por parte da polícia e admitiu que se sente um tanto frustrado por não ter solucionado o caso até agora. O policial lamentou a falta de cooperação dos moradores de Belo Oriente. "Infelizmente, a maioria tem medo e não nos passa informações importantes", disse.

O delegado responsável pelo inquérito, Fausto Eustáquio Ferraz, explicou aos parlamentares os passos das investigações e alertou para o fato de o crime ter sido cometido por pessoas "não amadoras". "Eles não deixaram rastros. Tiveram o cuidado de apagar todas as pistas".

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente, e Roberto Ramos (PSDB), vice.

 

 

 

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