Análise de parecer de 2º turno sobre leis delegadas é adiada

Ficou para as 16h45 desta quarta-feira (13/12/06) a análise, pela Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária ...

13/12/2006 - 01:00
 

Análise de parecer de 2º turno sobre leis delegadas é adiada

Ficou para as 16h45 desta quarta-feira (13/12/06) a análise, pela Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, do projeto que delega ao governador poderes para legislar sobre a estrutura administrativa do Estado. Pela manhã, o deputado Jayro Lessa (PFL), relator do Projeto de Resolução (PRE) 3.768/06, da Comissão de Constituição e Justiça, que trata do assunto, solicitou a distribuição de cópias (avulsos) do seu parecer para 2º turno. Depois que esse parecer for votado pela comissão, o projeto estará pronto para ser discutido e votado pelo Plenário da Assembléia. A matéria, que tramita em regime de urgência, foi votada pelo Plenário em 1º turno, na noite desta terça-feira (12).

O relator opinou pela aprovação do projeto na forma como foi votado em 1º turno, ou seja, na forma do vencido. Assim, o texto autoriza o governador a elaborar leis destinadas à implementação do programa de governo "Pacto por Minas: Estratégias para a transformação social", com poderes limitados a: criar, incorporar, transferir, extinguir e alterar órgãos públicos, inclusive autônomos, ou unidades da administração direta, bem como modificar a estrutura orgânica das entidades da administração indireta, definindo suas atribuições, objetivos e denominações; criar, transformar e extinguir cargos em comissão e funções de confiança de órgãos e entidades do Executivo e alterar-lhes as denominações, as atribuições, os requisitos para ocupação, a forma de recrutamento, a sistemática de remuneração, a jornada de trabalho e a distribuição na estrutura administrativa; dispor sobre as parcelas remuneratórias, incluídas as gratificações, dos cargos em comissão; realocar atividades e programas no âmbito do Executivo; e alterar as vinculações das entidades da administração indireta.

Segundo o artigo 2° do texto aprovado pelo Plenário, a delegação estende-se até a data de 31 de janeiro de 2007 e não abrange as empresas públicas e as sociedades de economia mista integrantes da administração indireta estadual.

Deputada pede mais prazo para analisar parecer sobre prestação de contas do governo

A deputada Elisa Costa (PT) pediu mais prazo para analisar o parecer que aprova as contas do governador referentes ao exercício de 2005 (pedido de vista). O deputado Sebastião Helvécio (PDT) foi o relator da Mensagem 570/06, do governador, que encaminha o balanço geral do Estado e o demonstrativo de execução de investimentos em obras e programas sociais relativos ao exercício de 2005. Ele opinou pela aprovação das contas por meio de um projeto de resolução, que apresentou. Ao encaminhar o pedido de vista, a deputada do PT disse que o governo precisa avançar, no próximo mandato, nas questões sociais e nos investimentos nessa área.

Entre outras informações que constam do parecer do relator, estão os dados sobre a aplicação de recursos previstos constitucionalmente. O relatório informa que o Estado aplicou, na manutenção e desenvolvimento do ensino, R$ 4,418 bilhões. Nesse total, está incluído o valor de R$ 269,08 milhões, referente à perda com o Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), correspondente a 29,40% da receita resultante de impostos e transferências (índice acima do estabelecido na Constituição da República, que é de 25% e seria de R$ 3,396 bilhões). Quanto ao ensino fundamental, o Estado aplicou R$ 2,04 bilhões (60,17% dos recursos destinados à manutenção e desenvolvimento do ensino), superando o mínimo constitucional.

Sebastião Helvécio destaca a reversão da tendência declinante dos percentuais aplicados na manutenção e desenvolvimento do ensino verificada entre 2000 e 2003. O índice no exercício de 2004 superou em 2,02% o percentual aplicado no exercício anterior e, em 2005, houve um acréscimo de 0,41% em relação a 2004.

No que diz respeito à saúde, o Estado deve apresentar uma aplicação mínima de 12% da base vinculável em ações e serviços públicos dessa área. O balanço geral do Estado evidencia receita vinculável de R$ 15,02 bilhões e despesas apuradas de R$ 1,85 bilhão, o que resultou em uma aplicação de 12,33% - sendo R$ 1,35 bilhão referente à execução dos órgãos e entidades integrantes do Orçamento Fiscal e R$ 504,44 milhões executados no Orçamento de Investimento das Empresas Controladas pelo Estado (na Copasa). Ao final de 2005, permaneciam pendentes de liquidação e pagamento R$ 196,48 milhões (41,26% dos valores inscritos), que foram transferidos para 2006.

Quanto ao fomento à pesquisa, o relator destaca que o Estado tem que repassar à Fapemig, no mínimo, 1% da receita corrente ordinária, em parcelas duodecimais, com a finalidade de apoiar o desenvolvimento científico e tecnológico. "A análise dos demonstrativos contábeis revela que o repasse de recursos financeiros correspondeu a 100% do montante devido, sendo 77,57% do valor total referentes à categoria econômica "capital" (investimentos, inversões financeiras e/ou amortização da dívida)", informa o relator. O deputado ressalta que o Estado fez os repasses mensalmente, "o que constitui uma melhora considerável no cumprimento da Constituição Estadual, uma vez que nos anos anteriores o repasse foi feito muitas vezes em data posterior à do encerramento do exercício, com efeitos meramente escriturais."

Por último, quanto aos limites das despesas com pessoal em relação à Receita Corrente Líquida (RCL), o relator observa, no parecer, que o Executivo comprometeu 46,55%. Considerando que os demais Poderes e órgãos autônomos também observaram os limites legais, a despesa total com pessoal atingiu 57% da RCL, obedecendo à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O relator esclarece, ainda, que o cálculo dos percentuais de comprometimento está em conformidade com a metodologia adotada pela Secretaria do Tesouro Nacional, desconsiderando-se a metodologia de cálculo determinada por instrução do Tribunal de Contas que retira os gastos com inativos e pensionistas custeados pelo Tesouro.

Alteração da estrutura orgânica da Advocacia-Geral está pronta para Plenário

Está pronto para ser analisado pelo Plenário, em 1º turno, o Projeto de Lei Complementar (PLC) 93/06, do governador, que estabelece a Advocacia Regional do Estado em Contagem, para a qual são criados nove cargos (altera a Lei Complementar 83, de 2005, que dispõe sobre a estrutura orgânica da Advocacia-Geral do Estado - AGE). Ele também foi apreciado nesta manhã pela comissão. O relator, deputado Dilzon Melo (PTB), opinou por sua aprovação na forma do substitutivo nº 1, da Comissão de Constituição e Justiça. Esse substitutivo acata cinco emendas apresentadas pelo governador, que alteram várias leis complementares.

Entre as mudanças implementadas pelo substitutivo, destaca-se a inserção de dispositivos que tratam da remoção do procurador do Estado, definem suas modalidades e estabelecem os critérios para a sua concessão. Essa era uma lacuna existente na lei. A remoção é a transferência do procurador de um município para outro, de ofício (por determinação da AGE) ou a pedido. Outras mudanças são: a inclusão de disposições relativas às férias do procurador do Estado e do advogado autárquico; dispositivo que trata de promoção por merecimento; e inserção da Subadvocacia-Geral do Contencioso no rol das unidades de execução nas áreas judicial e extrajudicial.

O projeto prevê ainda a criação de outros 13 cargos em comissão no órgão. Pelo texto, são instituídas no âmbito da AGE a Diretoria de Planejamento e Orçamento, subordinada à Superintendência de Planejamento, Gestão e Finanças, e a Diretoria de Processos e Mandados, subordinada ao diretor-geral.

Impacto - O relator citou o impacto da medida proposta nas contas públicas, informado pelo próprio governo. O custo anual estimado é de R$ 419.939,18. Mesmo com o acréscimo desse valor aos gastos do Estado com pessoal, não é ultrapassado o limite de 49% da RCL de gastos com pessoal no âmbito do Executivo, estabelecido pela LRF.

Na mensagem que encaminhou o projeto, a AGE informa que o trabalho aumentou consideravelmente depois da fusão da Procuradoria-Geral do Estado com a Procuradoria-Geral da Fazenda. Além disso, a criação da Advocacia Regional em Contagem se deve à necessidade de maior eficiência no atendimento à população. Outro dispositivo previsto pelo PLC 93/06 é o que permite ao procurador do Estado nomeado até 16 de junho de 2004 exercer a advocacia fora de suas atribuições institucionais.

Doações de imóvel

A Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária apreciou, ainda, pareceres para 1º turno sobre dois projetos, que agora estão prontos para Plenário:

* PL 3.579/06, do governador, que autoriza o Executivo a doar a Bonfim imóvel que especifica, para ação de desenvolvimento cultural e educacional. O relator, deputado Domingos Sávio (PSDB), opinou pela aprovação da matéria na forma proposta.

* PL 3.730/06, do governador, que autoriza o Executivo a permutar com a União imóvel que especifica, situado em Uberaba, a fim de dotar a unidade do Corpo de Bombeiros Militar de uma sede compatível com suas atividades. O relator, deputado José Henrique (PMDB), opinou pela aprovação da matéria na forma do substitutivo nº 1, da Comissão de Constituição e Justiça. O substitutivo corrige o endereço e a área do imóvel.

Vários projetos foram retirados de pauta por não cumprirem pressupostos regimentais.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Domingos Sávio (PSDB), presidente; Jayro Lessa (PFL), vice; Dilzon Melo (PTB), Elisa Costa (PT), José Henrique (PMDB), Luiz Humberto Carneiro (PSDB), Sebastião Helvécio (PDT), Sargento Rodrigues (PDT), Weliton Prado (PT), Antônio Júlio (PMDB), Gilberto Abramo (PMDB) e Ricardo Duarte (PT).

 

 

 

 

 

 

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