População condena fim de pronto-atendimento em Barbacena

Ausência de representantes e convidados do poder público municipal foi o fato mais criticado em audiência pública rea...

12/12/2006 - 01:00
 

População condena fim de pronto-atendimento em Barbacena

Ausência de representantes e convidados do poder público municipal foi o fato mais criticado em audiência pública realizada nesta terça-feira (12/12/06), em Barbacena, pela Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Desde o dia 9 de novembro, a Prefeitura vem enfrentando cobranças e criticas pela decisão de suspender as atividades do pronto-atendimento do Hospital Regional de Barbacena, responsável por uma média de 250 atendimentos diários.

Em nota divulgada pela Prefeitura, a justificativa para a suspensão é que será realizada uma reformulação do serviço de saúde municipal. Desde então, o Pronto Atendimento foi totalmente esvaziado com a retirada de móveis e equipamentos. O deputado Padre João (PT), considerou a ausência das autoridades municipais um desrespeito à população e à Assembléia. "Isso evidencia a omissão de várias partes nesse processo", afirmou o parlamentar.

Autor do requerimento para a realização da audiência, o deputado Edson Rezende (PT) salientou que a suspensão do atendimento é uma violação de um Termo de Ajustamento de Conduta firmado pelo município com o Ministério Público. "Não houve aviso prévio aos hospitais", criticou o deputado. O pronto-atendimento contava com 32 leitos de emergência. Com seu fechamento, o serviço foi assumido principalmente pela Santa Casa de Misericórdia, que conta com apenas seis leitos. Edson Rezende criticou ainda a demissão de 124 funcionários entre os quais 30 médicos que já estavam com os pagamentos atrasados.

Presidente da Comissão de Saúde da ALMG, o deputado Adelmo Carneiro Leão (PT) afirmou que a suspensão de um serviço de pronto-atendimento não pode ocorrer mesmo provisoriamente. "Se são necessários aprimoramentos, que o atendimento seja feito precariamente, mas não interrompido", afirmou o deputado.

A promotora de Justiça Dilma Couto Santos, representante do Ministério Público na reunião, informou que foi reaberta ação civil pública em decorrência da suspensão do pronto-atendimento. Segundo ela, já foi iniciada a tomada de depoimentos. Ela ressalvou, no entanto, que o Ministério Público encontra dificuldade pela demora nas auditorias requisitadas à Secretaria de Estado da Saúde.

A presidente da Comissão de Direitos Humanos e Ética, entidade criada pela Igreja Católica em Barbacena, Eliana Teixeira Dias, entregou à Comissão de Saúde da Assembléia um manifesto contra o fechamento do pronto-atendimento. O documento foi resultado de uma plenária realizada pela entidade no dia 7 de dezembro. Eliana ressaltou que os representantes da prefeitura também não compareceram à plenária. "Quando a gente vê obras de embelezamento da cidade e o fechamento de um pronto-atendimento a gente entende qual o projeto político está prevalecendo aqui", afirmou. Entre as providências sugeridas pelos parlamentares que participaram da reunião está uma visita à Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) para solicitar que ela assuma o pronto-atendimento em Barbacena. Outras sugestões são o pedido de auditoria no sistema de saúde municipal, investigação de denúncia de locação irregular de imóvel, pedido de intervenção no conselho municipal de saúde e averiguações sobre o atendimento às gestantes de alto risco da Santa Casa.

Presenças - Deputados Adelmo Carneiro Leão, presidente; Edson Rezende e Padre João, todos do PT. Além das autoridades citadas na matéria, também participou da reunião a promotora de Defesa da Saúde, Elisa Lourenço Xavier; o vereador e vice-presidente da Câmara Municipal de Barbacena, Sebastião Alvim; e o promotor para defesa da infância, idosos e deficientes físicos, Flávio Barra Rocha.

 

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