Faltam agentes e viaturas na Delegacia Especial da Pessoa
Desaparecida
O número de agentes e viaturas é insuficiente na
Delegacia Especial da Pessoa Desaparecida. A conclusão foi tirada
pelos parlamentares da comissão especial criada na Assembléia
Legislativa de Minas Gerais para discutir o tema, durante visita ao
órgão realizada na manhã desta segunda-feira (11/12/06).
Segundo o deputado Sargento Rodrigues (PDT),
presidente da comissão, a estrutura administrativa é satisfatória,
mas os recursos humanos e logísticos precisam ser melhorados. Para
ele, é necessário disponibilizar mais profissionais para que o
atendimento às demandas da delegacia seja mais eficiente. "Seria
preciso pelo menos o dobro de servidores. Além disso, os agentes
devem ter o perfil ideal para esse tipo de trabalho. O policial deve
ter comprometimento não somente com a investigação, mas ser sensível
à dor e à urgência dos familiares", afirmou.
Durante a visita, a delegada Cristina Coeli
apresentou aos deputados toda a estrutura física do órgão e o
cadastro virtual utilizado nas investigações de pessoas
desaparecidas no Estado. A ferramenta, de acordo com ela, é bastante
eficiente, uma vez que traz as informações filtradas por nome,
idade, sexo, data, local, descrição e histórico do desaparecimento.
Ela acredita, no entanto, que é preciso integrar o cadastro da
delegacia ao sistema de atendimento da Polícia Militar e do Corpo de
Bombeiros. "Nossa equipe conta com 30 profissionais e já estamos
desenvolvendo um cadastro paralelo de identificação de cadáveres.
Acredito que se houver o compartilhamento dos dados entre as
corporações os resultados serão ainda melhores", disse.
Estatísticas - A Delegacia
Especial da Pessoa Desaparecida recebe cerca de 100 denúncias de
desaparecimentos todos os meses, somente na Região Metropolitana de
Belo Horizonte. Este ano, o número de casos em aberto chega a 142,
com aumento nos desaparecimentos envolvendo adolescentes do sexo
feminino. Segundo Coeli, o cadastro contempla registros desde o ano
de 1943, e soma, nestes 63 anos, 1.072 casos sem solução. "Nosso
trabalho é muito complexo e requer paciência e perseverança.
Precisamos levar em conta todas as hipóteses, que vão desde o
homicídio qualificado a um simples capricho adolescente. Para se ter
uma idéia, há casos de pessoas que desapareceram 15 vezes",
explica.
De acordo com o deputado Sargento Rodrigues, a
comissão está preparando, com o apoio da TV Assembléia, uma seleção
de depoimentos de familiares de desaparecidos para serem mostrados
aos agentes envolvidos nas operações da delegacia. A idéia é
sensibilizar os profissionais. "Essa é uma ação urgente da comissão,
que irá apontar em seu relatório final um conjunto de medidas
concretas a serem tomadas pelo Poder Executivo, Assembléia e as
polícias Civil, Militar e Corpo de Bombeiros", concluiu.
Presenças - Deputados
Sargento Rodrigues (PDT), presidente da comissão; João Leite (PSDB)
e Antônio Júlio (PMDB).
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