Dívida de R$ 1,6 milhão de precatório deixa Pequi sem receitas

Uma dívida de R$ 1,6 milhão, que a prefeitura de Pequi, Centro-Oeste mineiro, deve em precatório e que originou o seq...

06/12/2006 - 01:01
 

Dívida de R$ 1,6 milhão de precatório deixa Pequi sem receitas

Uma dívida de R$ 1,6 milhão, que a prefeitura de Pequi, Centro-Oeste mineiro, deve em precatório e que originou o seqüestro das receitas do município, levou a Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembléia Legislativa de Minas Gerais a realizar uma reunião extraordinária nesta quarta-feira (6/12/06). A pedido do deputado Antônio Júlio (PMDB), os deputados ouviram o depoimento do prefeito da cidade, Miguel Honorato, e prometeram interferir junto ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que determinou o seqüestro.

A reunião foi acompanhada por uma grande comitiva de funcionários e moradores de Pequi, que depois do encontro na Assembléia foram para o Tribunal de Justiça, onde fariam uma manifestação contra a decisão daquele órgão. O precatório, que beneficia quatro pessoas, é referente a uma ação judicial de 20 anos e já tem decisão em última instância, com a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) de que a dívida fosse quitada em parcelas mensais de R$ 40 mil. Esta decisão de 1999 nunca foi cumprida por administrações municipais anteriores, e agora o TJMG determinou o pagamento mediante o confisco de receitas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e do ICMS.

Prefeitura decretou estado de emergência

Com o seqüestro de uma parcela de R$ 860 mil em agosto e outra de R$ 540 mil em outubro, a prefeitura não está conseguindo administrar seus compromissos, segundo o prefeito Miguel Honorato. Em conseqüência, os cerca de 200 funcionários estão sem receber salários há dois meses, "e serviços essenciais, como saúde, educação e coleta de lixo, podem parar a qualquer momento", disse. Miguel Honorato afirmou que a prefeitura quer honrar sua dívida, mas questiona os valores e os juros. "Não podemos pensar em favorecer quatro pessoas, em detrimento de todos os 5 mil habitantes", acrescentou. O prefeito foi acompanhado de sete dos nove vereadores de Pequi.

O deputado Antônio Júlio declarou sua preocupação com a situação enfrentada por Pequi e questionou a atitude do Tribunal de Justiça, que obriga prefeituras pequenas a pagar precatórios com seqüestro de receitas "quando estas cidades vivem praticamente de FPM e IPVA". Para ele, o TJMG não mensurou as conseqüências de sua decisão, "que agora recaem sobre toda a população".

Os deputados Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), Paulo Cesar (PDT), Dilzon Melo (PSDB) e Adalclever Lopes (PMDB) manifestaram apoio à iniciativa de seu colega Antônio Júlio de realizar a reunião e de visitar o TJMG, para tentar uma solução que não penalize mais a população. Dalmo Ribeiro Silva acompanhou Antônio Júlio ao TJMG na manhã desta quarta-feira (6) e manifestou esperança de que se encontre um outro caminho para a prefeitura de Pequi. Mas adiantou, como os demais, que se preciso, irão todos ao STF para que o pagamento da dívida tenha outra solução. Antônio Júlio disse que iria procurar também o procurador-geral de Justiça, Jarbas Soares Júnior, e o Tribunal de Contas, "para que em virtude do seqüestro, a prefeitura não fique impossibilitada de celebrar convênios".

Presenças - Deputados Antônio Júlio (PMDB), que presidiu a reunião; Paulo Cesar (PDT), Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), Dilzon Melo (PTB) e Adalclever Lopes (PMDB). Também participou da reunião o presidente da Câmara Municipal de Pequi, Geraldo Antônio Ramos.

 

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