Lei delegada está pronta para apreciação do Plenário em 1º turno

Está pronto para ser apreciado pelo Plenário, em 1º turno, o Projeto de Resolução (PRE) 3.768/06, que delega ao gover...

05/12/2006 - 01:00
 

Lei delegada está pronta para apreciação do Plenário em 1º turno

Está pronto para ser apreciado pelo Plenário, em 1º turno, o Projeto de Resolução (PRE) 3.768/06, que delega ao governador poderes para legislar sobre a estrutura da administração direta e indireta do Poder Executivo. Em reunião extraordinária na noite desta terça-feira (5/12/06), a Comissão de Administração Pública aprovou parecer favorável à matéria. O relator, deputado Fahim Sawan (PSDB), que também preside a comissão, acompanhou o parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que apresentou as emendas 1 e 2 ao projeto original.

O PRE 3.768/06 delega ao chefe do Executivo poderes legislativos para criar, incorporar, transferir, extinguir e alterar órgãos públicos, inclusive autônomos, ou unidades da administração direta, bem como modificar a estrutura orgânica das entidades da administração indireta; além de criar, transformar e extinguir cargos em comissão e funções de confiança dos órgãos e entidades do Poder Executivo, alterando suas denominações, atribuições, requisitos para ocupação, a forma de recrutamento, a sistemática de remuneração, a jornada de trabalho e sua distribuição na estrutura administrativa. O governador também poderá dispor sobre as parcelas remuneratórias, incluídas as gratificações, dos cargos em comissão e funções de confiança; proceder à realocação de atividades e programas no âmbito do Poder Executivo e ao remanejamento de dotações orçamentárias em decorrência da aplicação do disposto anteriormente; e alterar as vinculações das entidades da administração indireta. A delegação irá vigorar até 31 de janeiro de 2007.

As emendas apresentadas pela CCJ e acatadas pela Comissão de Administração Pública impõem alguns limites ao projeto do Executivo. A Emenda nº 1 veda delegação para criação, extinção ou transformação de entidades da administração indireta, como autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas, embora mantenha a autonomia do Executivo para modificar a estrutura orgânica das entidades preexistentes.

A Emenda nº 2 suprime do inciso IV do artigo 1º, a expressão "e ao remanejamento de dotações orçamentárias em decorrência da aplicação do disposto neste artigo", por entender que o assunto extrapola a competência da delegação e que deve ser tratado na lei orçamentária.

Debates - Durante a reunião foram analisadas duas emendas do deputado Rogério Correia (PT) que não foram acatadas pelo relator e foram rejeitadas pela comissão. A primeira pretendia modificar o inciso II do artigo 1º, retirando o poder de criar cargos em comissão, e a segunda emenda propunha um parágrafo para o artigo 1º, estendendo o acréscimo de remuneração concedido aos cargos em comissão para todos os servidores efetivos do Poder Executivo.

Fahim Sawan argumentou, ao opinar pela rejeição, que a primeira emenda impede uma necessidade do governo de criar cargos para atender às demandas da estrutura pública. A outra, segundo o parlamentar, trata de assunto financeiro e gera despesa sem apresentar fonte de renda, além de ser matéria de iniciativa exclusiva do Executivo.

Antes da votação do parecer e das emendas, os deputados debateram o projeto. O deputado Antônio Júlio (PMDB) se posicionou contrário à delegação de poderes, embora tenha votado a favor do parecer. Ele afirmou que apesar de o PMDB concordar em delegar poderes ao governador, vai continuar questionando os limites desses poderes. "É preciso ter cuidado para que não haja excessos", advertiu.

O líder do PMDB, deputado Adalclever Lopes reclamou que votar a favor da Lei Delegada é como excluir a importância do parlamento, cuja função é exaurir todas as discussões. "O parlamento tem que existir ou vamos discutir no Congresso Nacional e fazer de Minas a primeira monarquia do Brasil", ironizou.

Favorável ao projeto, o deputado Dilzon Melo (PTB) lembrou que há quatro anos a Assembléia também delegou os mesmos poderes ao Executivo e que, agora, a medida vai permitir ao governador concluir o trabalho já começado. O deputado Domingos Sávio (PSDB) reforçou que a medida já foi usada por outros governadores, como Itamar Franco, e que foi utilizada com seriedade pelo governador Aécio Neves. "Não estamos dando um cheque em branco, mas um voto de confiança a um governador que vem tomando uma série de atitudes acertadas", defendeu, acrescentando que a Assembléia está limitando o prazo para esses poderes.

Presenças - Deputados Fahim Sawan (PSDB), presidente; Antônio Júlio (PMDB), Dilzon Melo (PTB), Domingos Sávio (PSDB), Adalclever Lopes (PMDB) e Gilberto Abramo (PMDB).

 

 

 

 

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