Grupo discute implementação de propostas da Governança Ambiental

Parlamentares e representantes de entidades ligadas ao meio ambiente se reuniram nesta terça-feira (5/12/06) para dis...

05/12/2006 - 01:00
 

Grupo discute implementação de propostas da Governança Ambiental

Parlamentares e representantes de entidades ligadas ao meio ambiente se reuniram nesta terça-feira (5/12/06) para discutir a implementação das recomendações contidas no relatório final da Comissão Especial de Governança Ambiental da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Instalada em 19 de abril e encerrada em 17 de julho deste ano, a comissão estudou as medidas necessárias para ajustar as exigências ambientais ao desenvolvimento do setor produtivo do Estado. Na reunião de hoje, ficou decidido que será encaminhado um ofício através da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais ao governador Aécio Neves, solicitando a instituição, por decreto, de um grupo de trabalho para dar seqüência ao trabalho da comissão.

"O grande problema da Assembléia é que ela levanta problemas, chama a sociedade para discutir, dá o diagnostico, mas pára por aí", afirmou o deputado Paulo Piau (PPS), presidente e autor do requerimento que criou a comissão especial. O deputado defende a criação de um novo grupo para pensar a política ambiental do Estado..

O deputado Doutor Ronaldo (PDT), relator da comissão, propôs que o grupo funcione dentro da Comissão de Meio Ambiente, "mesmo que para isso seja necessário mudar o regimento interno da Casa". Já o deputado eleito Deiró Marra (PL) disse que é preciso mudar o paradigma de que a lei ambiental de Minas é uma das mais modernas do País. "Tanto no meio rural quanto no industrial há dificuldades no cumprimento da lei", lembrou.

Para o presidente do Conselho do Meio Ambiente da Fiemg, Vitor Feitosa, o grande desafio é criar uma legislação que promova ao mesmo tempo a governança ambiental, o desenvolvimento econômico e que preserve o meio ambiente. "Precisamos de um conjunto de leis que não sejam mais desconexas e aleatórias", observou.

A secretária executiva do Conselho de Empresas para o Meio Ambiente da Fiemg, Patrícia Boson, disse que "quem manda no meio ambiente atualmente no Estado é o Ministério Público, e se a lei permite isso, é porque ela é ruim". De acordo com ela, a primeira coisa que o grupo deve fazer é cobrar ações do novo governo. Patrícia Boson defende também que a própria Comissão de Meio Ambiente fiscalize o que foi apontado pelo relatório final.

A assessora da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Priscila de Carvalho Oliveira, lembrou que já existe uma instância onde essas discussões podem acontecer: a Comissão Assessora de Políticas Públicas Ambientais da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). "Precisamos institucionalizar o trabalho dessa comissão, incluindo entidades que ainda não estão representadas", afirmou.

Já o diretor de Normas da Semad, Augusto Horta, sugeriu reformular o Conselho de Política Ambiental (Copam). Para Augusto Horta, a ALMG precisa participar oficialmente desse grupo. A assessora jurídica da Associação Mineira de Defesa do Ambiente (Amda), Cristina Chiodi, também defende o fortalecimento do Copam, que pode ser esvaziado com a criação de outros grupos.

Relatório final tem 74 recomendações

O relatório final da Comissão Especial de Governança Ambiental, elaborado pelo deputado Doutor Ronaldo, propôs, entre outras 74 recomendações, a criação de um grupo de trabalho (GT) composto por membros da sociedade civil organizada e do poder público. A sugestão é que o GT Ambiental seja composto por representantes dos órgãos ambientais do Estado, setor produtivo, organizações não-governamentais e universidades, além da Assembléia Legislativa.

O grupo também terá a missão de elaborar planos de curto, médio e longo prazos para o desenvolvimento de políticas específicas e a busca de parcerias. Também definirá uma agenda ambiental para o Estado, discutindo temas como licenciamento ambiental, recursos hídricos, mudanças climáticas, indicadores ambientais, educação ambiental, áreas protegidas e aplicação da Agenda 21 (propostas da Organização das Nações Unidas para o desenvolvimento sustentável).

O relatório também propõe que o Poder Executivo atualize o diagnóstico ambiental de Minas Gerais, elaborado no início da década de 80 pela Fundação Centro Tecnológico do Estado de Minas Gerais (Cetec), e recomenda à Mesa da Assembléia publicar, na Revista do Legislativo ou sob a forma de boletim técnico, as palestras proferidas na comissão especial.

O documento sugere ainda ações para os poderes Executivo e Legislativo, Ministério Público, iniciativa privada e sociedade civil organizada, com o objetivo de garantir o desenvolvimento sustentável do Estado.

 

 

 

 

 

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