Aprovados pareceres sobre Adicional de Desempenho e efetivo da PM

A Comissão de Administração Pública da Assembléia Legislativa de Minas Gerais aprovou, nesta terça-feira (5/12/06), p...

05/12/2006 - 01:01
 

Aprovados pareceres sobre Adicional de Desempenho e efetivo da PM

A Comissão de Administração Pública da Assembléia Legislativa de Minas Gerais aprovou, nesta terça-feira (5/12/06), pareceres favoráveis de 1º turno aos projetos de lei 3.694/06, que altera as regras do Adicional de Desempenho (ADE) no Poder Executivo, e 3.467/06, que fixa o efetivo da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais (PMMG). A votação dos pareceres foi dificultada pelos protestos de servidores, que fizeram o presidente da comissão, deputado Fahim Sawan (PSDB), interromper a reunião por duas vezes. A reunião aconteceu no Auditório da Assembléia, onde não há isolamento acústico.

Na mesma reunião, foram distribuídas cópias (avulsos) do parecer do deputado Fahim Sawan ao Projeto de Resolução (PRE) 3.768/06, que delega ao governador poderes para legislar sobre a estrutura da administração direta e indireta do Poder Executivo. Com a distribuição, foi convocada reunião extraordinária da mesma comissão para as 22h15 desta terça-feira (5), para votar o parecer de 1º turno ao projeto.

O PRE 3.768/06 delega ao Executivo poderes legislativos para criar, incorporar, transferir, extinguir e alterar órgãos públicos, inclusive autônomos, ou unidades da administração direta, bem como modificar a estrutura orgânica das entidades da administração indireta; além de criar, transformar e extinguir cargos em comissão e funções de confiança dos órgãos e entidades do Poder Executivo, alterando suas denominações, atribuições, requisitos para ocupação, a forma de recrutamento, a sistemática de remuneração, a jornada de trabalho e sua distribuição na estrutura administrativa. O governador também poderá dispor sobre as parcelas remuneratórias, incluídas as gratificações, dos cargos em comissão e funções de confiança; proceder à realocação de atividades e programas no âmbito do Poder Executivo e ao remanejamento de dotações orçamentárias em decorrência da aplicação do disposto anteriormente; e alterar as vinculações das entidades da administração indireta. A delegação irá vigorar até 31 de janeiro de 2007.

Adicional de Desempenho passa à FFO

O PL 3.694/06 ainda precisa ser analisado pela Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, em 1º turno, para ir ao Plenário. O projeto altera a Lei 14.693, de 2003, que cria o Adicional de Desempenho (ADE) para servidores públicos da administração direta, autárquica e fundacional do Executivo. O projeto detalha os limites salariais para concessão do ADE. A Lei 14.693 diz apenas que o adicional chegará ao máximo de 70% do vencimento básico. O novo projeto cria uma escala, em que esse limite é fixado conforme o número de Avaliações de Desempenho Individual (ADI) ou Avaliações Especiais de Desempenho (AED) satisfatórias que cada servidor obtenha. O servidor que alcançar três avaliações satisfatórias poderá obter um adicional máximo de 6% de seu vencimento básico. Esse percentual sobe progressivamente, até atingir o máximo de 70% do vencimento básico para o servidor que obtiver 35 avaliações satisfatórias. Se não alcançar 70% nas avaliações, o pagamento do adicional fica suspenso no ano seguinte.

O parecer aprovado na comissão mantém o substitutivo nº 1, de autoria da Comissão de Constituição e Justiça. O substitutivo retirou a previsão de que o pagamento do ADE será suspenso no caso de não haver recursos disponíveis. O substitutivo procurou especificar ainda que serão considerados satisfatórios os resultados das ADI, das AED e da execução das ações integrantes do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG), iguais ou superiores a 70% das avaliações.

O deputado Ricardo Duarte (PT) pediu o adiamento da votação do projeto, sob o argumento que o Executivo havia adiado reunião com os servidores para discutir o assunto. O pedido foi rejeitado, com votos contrários dos deputados Fahim Sawan, Dilzon Melo (PTB), Dinis Pinheiro (PSDB) e Gustavo Valadares (PFL) e favoráveis de Ricardo Duarte e Antônio Júlio (PMDB). O parecer, de autoria do deputado Dilzon Melo, foi aprovado em seguida, com voto contrário do deputado Ricardo Duarte.

Apesar de não ter votado contra o parecer, o deputado Antônio Júlio fez críticas ao projeto. Segundo ele, a avaliação elaborada pelo Executivo vem se transformando em uma questão pessoal, gerando injustiças no interior do Estado. Ele também advertiu que a proposta pode gerar uma indústria de precatórios. "O Estado diz que só vai pagar se tiver recurso. Então o servidor preenche todos os requisitos para obter o benefício e não recebe", questionou. Para o parlamentar, é certo que nunca haverá dinheiro para o ADE. "Se o Estado não quer dar aumento, que seja muito mais claro", afirmou o deputado.

Aumento do efetivo da PM voltará ao Plenário

Com aprovação do parecer favorável da Comissão de Administração, o PL 3.467/06, do governador, que fixa o efetivo da PMMG, está pronto para retornar ao Plenário, a fim de ser votado em 1º turno. O projeto havia saído da Ordem do Dia após receber, em Plenário, a emenda nº 2, do deputado Adalclever Lopes (PMDB). Nesta terça-feira (5) a emenda de Adalclever Lopes foi rejeitada pela comissão, assim como outra emenda de autoria do deputado Dinis Pinheiro (PSDB).

O PL 3.467/06 aumenta o contingente da PMMG de 48.045 para 51.669 integrantes. Atualmente, segundo o governo, existem 36.768 PMs na ativa, e os novos cargos poderão ser preenchidos até 2010. O texto também estabelece que as mulheres poderão ocupar até 10% dos cargos da corporação. Hoje a Polícia Militar conta com 2.577 policiais femininas, o equivalente a 5% de seu efetivo.

A emenda do deputado Adalclever Lopes prevê que o efetivo da Polícia Civil será aumentado na mesma proporção da Polícia Militar, até 2010, respeitada a equivalência numérica de cargos entre oficiais e delegados de polícia, praças e agentes de polícia. Já a emenda de autoria do deputado Dinis Pinheiro determina que o efetivo da PMMG seja redistribuído segundo o tamanho da população de cada município e o índice de criminalidade de cada área. Para isso, a corporação teria um prazo de cinco anos.

O deputado Antônio Júlio defendeu a emenda do colega Adalclever Lopes, sob o argumento que a Polícia Civil vem ficando atrás da Polícia Militar em sucessivos aumentos de contingente. Já o deputado Dinis Pinheiro apresentou dados sobre a população e efetivo de cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte, para pedir o acatamento de sua emenda. Segundo ele, Ibirité tem 200 mil habitantes, enquanto Nova Lima tem 70 mil. Apesar disso, ambas têm cerca de 140 policiais militares.

O relator do projeto, deputado Gustavo Valadares, manteve parecer contrário às duas emendas. Ele disse considerar justos os argumentos de Dinis Pinheiro, mas considerou que a emenda ao PL 3.467/06 não é o meio adequado para corrigir as distorções na distribuição do contingente. "Isso poderia criar dificuldades para o comando, caso ocorressem determinadas situações em algum município", afirmou. Ele se propôs a fazer uma visita ao comando, juntamente com o deputado Dinis Pinheiro, para reivindicar as correções.

Presenças - Deputados Fahim Sawan (PSDB), presidente; Gustavo Valadares (PFL), vice; Antônio Júlio (PMDB), Dinis Pinheiro (PSDB), Ricardo Duarte (PT) e Dilzon Melo (PTB).

 

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