Ciclo de debates aborda exemplos bem-sucedidos de UCs

Seguindo a programação do Ciclo de Debates "Regularização fundiária das unidades de conservação de Minas Gerais", rea...

24/11/2006 - 01:00
 

Ciclo de debates aborda exemplos bem-sucedidos de UCs

Seguindo a programação do Ciclo de Debates "Regularização fundiária das unidades de conservação de Minas Gerais", realizado no Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, na tarde desta sexta-feira (24/11/06) teve início o painel "Efetividade das UCs estaduais". O primeiro a falar foi o diretor de Pesca e Biodiversidade do IEF, Célio Valle. O diretor fez um discurso apaixonado sobre a implantação das unidades de conservação (UC) com sucesso. "As unidades de conservação ambiental são uma necessidade, se quisermos um Estado decente", argumentou. Célio citou os exemplos bem sucedidos de quatro parques estaduais (do Rio Doce, Ibitipoca, Rio Preto e Itacolomi), e salientou que não é possível conservar o ecossistema sem amostras preservadas. "A UC é como uma catedral. Não tiramos tijolos de uma catedral para construir barracos", ressaltou.

Logo depois, o gerente do Parque Estadual do Rio Preto, Antônio Augusto Tonhão de Almeida, apresentou o histórico de criação do parque. O ex-prefeito de São Gonçalo do Rio Preto, onde se localiza a unidade de conservação, lembrou que a área é a única no Estado criada a partir de uma iniciativa popular. "O parque surgiu oficialmente de um projeto de lei que tramitou na Assembléia", informou. O Projeto de Lei (PL) 641/91, do deputado Ronaldo Vasconcellos, transformou-se na Lei 11.172, de 1993, que autorizou o governo do Estado a criar a UC.

Tonhão, como é conhecido, afirmou que a criação do parque (que abrange 41% do município) significou uma série de ganhos ambientais e sociais, como o desenvolvimento do turismo regional, a geração de empregos diretos e indiretos para a população e, claro, a preservação da biodiversidade local. Inicialmente com 10.755 hectares, em 2005 o Parque Estadual do Rio Preto teve sua área aumentada para 12.184 hectares. A UC fica na Serra do Espinhaço, Região Central de Minas Gerais.

Reserva Vale Encantado pratica educação ambiental

A experiência desenvolvida na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Vale Encantado, situada na região da Serrinha, a 29 Km de Uberaba, foi apresentada por seu proprietário, José Noel Prata. A propriedade de 38 hectares foi constituída como âncora do projeto de um centro de educação ambiental que contempla atividades educacionais, culturais, de pesquisa, recreação e lazer e como meio de fomento do desenvolvimento sustentável do seu entorno. De acordo com José Noel Prata, a reserva trabalha com dois focos. O primeiro com os objetivos de preservação, educação ambiental, pesquisa e formação acadêmica; e o segundo visando ao fomento ao turismo, recreação, lazer e cultura.

O proprietário da reserva informou que a educação ambiental não é voltada só para crianças, mas também para os adultos, como funcionários de empresas e produtores rurais. "Cobra-se muito dos produtores rurais. Todo mundo diz a eles que não pode fazer queimada, não pode usar veneno, mas o pequeno agricultor não sabe por quê. O homem do campo aprende os manejos com seu pai, que aprendeu com seu avô", alertou.

ICMS - José Noel Prata também afirmou que sua propriedade foi habilitada a receber o ICMS ecológico, o que está acontecendo desde outubro do ano passado. Ele fez críticas aos programas de financiamento, que, segundo ele, só serão eficazes se as reservas forem bem divulgadas. "Ninguém sabe o que é RPPN e, com isso, temos dificuldade em conseguir os financiamentos", afirmou.

O proprietário da Reserva Vale Encantado defendeu que a preservação ambiental precisa se tornar rentável. "Ninguém precisa de ONG para defender aquilo que dá lucro. Árvore deitada dá lucro, mas em pé não dá. Preservar é oneroso", concluiu.

Moção - Ao final do ciclo de debates foi aprovada, pelos participantes, moção de apoio aos atingidos pela criação da Reserva Biológica da Mata Escura, em função dos prejuízos econômicos e sociais causados aos moradores da região.

Os deputados João Leite (PSDB) e Laudelino Augusto (PT) encerraram os trabalhos assumindo o compromisso de dar continuidade ao debate sobre a regularização fundiária das unidades de conservação na Assembléia Legislativa.

 

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