Secretário quer reduzir mortalidade infantil e expandir o Samu

As ações da Secretaria de Estado de Saúde (SES) no 2o e 3o trimestres de 2006 foram apresentadas pelo titular da past...

22/11/2006 - 01:00
 

Secretário quer reduzir mortalidade infantil e expandir o Samu

As ações da Secretaria de Estado de Saúde (SES) no 2o e 3o trimestres de 2006 foram apresentadas pelo titular da pasta, Marcelo Gouvêa Teixeira, na reunião desta quarta-feira (22/11/06) da Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. O secretário destacou os programas adotados nos dois eixos de atuação da SES, que são a regionalização da assistência à saúde e a qualificação da atenção primária. Além da apresentação do relatório, Marcelo Gouvêa Teixeira adiantou algumas metas para o próximo quadriênio, como a de reduzir em outros 15% o índice de mortalidade infantil - a redução no período 2003/06 foi de 15,45% - e a de regionalizar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), o que significaria atender os 853 municípios mineiros ao invés dos atuais 15.

Entre as ações relacionadas à diretriz de regionalizar a assistência à saúde, Marcelo Gouvêa Teixeira apresentou cinco programas adotados pela SES. O primeiro trata da montagem do sistema de regulação que, segundo o secretário, consiste em assegurar a adequação do Sistema Único de Saúde (SUS) entre sua capacidade e a demanda da população. Para tanto, a proposta é instalar 13 macro centrais de regulação, com investimentos de R$ 13,3 milhões para o período 2005/06. O titular da SES explicou que cinco centrais já foram implantadas: Montes Claros, Teófilo Otoni, Governador Valadares, Ipatinga e Ponte Nova, além do Macro Centro de Belo Horizonte. De acordo com Marcelo Gouvêa Teixeira, até o final deste ano serão instaladas centrais em Juiz de Fora, Alfenas, Barbacena, Divinópolis e Patos de Minas. Em 2007 será a vez de Uberlândia, Uberaba e Diamantina.

O segundo projeto da secretaria é o Programa de Fortalecimento e Melhoria da Qualidade dos Hospitais do Sistema Único de Saúde (Pro-Hosp), que foi tema de reunião na Comissão de Saúde na última terça-feira (21). Marcelo Gouvêa Teixeira destacou o investimento de R$ 197 milhões em 2003/06, com a capacitação de 260 profissionais e a recuperação da infra-estrutura de 124 hospitais-âncora no Estado. Outro programa de regionalização da saúde é o que garante acesso dos usuários ao tratamento de oncologia e de terapia renal substitutiva (TRS), com investimentos de R$ 68,12 milhões em três anos e meio. "É uma forma do governo estadual assegurar que o tratamento do usuário se desse independente dos limites impostos pelo governo federal", afirmou o secretário.

Dados apontam redução na mortalidade materna e infantil

Marcelo Gouvêa Teixeira também destacou Sistema Estadual de Transporte Sanitário, que destinou R$ 14,7 milhões no período 2003/06, quando foram distribuídas 961 ambulâncias de suporte básico e 60 de suporte avançado. "100% dos municípios mineiros foram contemplados com esta ação", assegurou o titular da SES, que espera, com este programa, assegurar o transporte de todos os pacientes do Estado que precisam de atendimento hospitalar. O quinto projeto é o Programa Viva Vida, que além de ter reduzido em 15,4% a mortalidade infantil no período 2003/06, também reduziu a materna em 21,2%. Os investimentos nesta área no período são de R$ 25,13 milhões, e para o custeio dos 27 centros Viva Vida em 2007 serão de R$ 34,8 milhões. Segundo o secretário, dos 27 centros, três já estão funcionando.

Atenção primária - Para o atingir o objetivo do outro eixo de atuação da SES, que é obter uma atenção primária à saúde de qualidade, os investimentos no período de 2003/06 apresentados pelo secretário são de R$ 192 milhões. Ele apresentou dados de aumento de 50% no número de equipes de saúde da família de 2002 a 2006. Esse número saltou de 2.258 para 3.407, e a cobertura populacional, de 45% para 61%.

Parlamentares elogiam mas cobram ações da secretaria

Todos os deputados presentes na reunião foram unânimes em elogiar o trabalho do secretário Marcelo Gouvêa Texeira e de sua equipe. No entanto, o deputado Adelmo Carneiro Leão (PT), presidente da comissão e autor do requerimento para o debate, ponderou que o Estado deve ter uma política de saúde que não se resuma a apenas elaborar programas. Ele acredita que a falha principal do governo estadual é não aplicar recursos na saúde. Já o vice-presidente da comissão, deputado Carlos Pimenta (PDT), solicitou que o secretário inclua nas reivindicações de sua pasta, para o próximo ano, as seguintes demandas: transporte de pacientes renais crônicos, qualificação das equipes do Programa Saúde Família (PSF) e aumento dos hospitais PSF.

O representante do Sind-Saúde, Renato Barros, também cobrou investimentos na formação de profissionais do Estado. Ele foi respondido pelo secretário ao afirmar que, nos últimos quatro anos, a Escola de Saúde Pública, em parceria com outras instituições no interior do Estado, capacitou quase 30 mil profissionais do SUS.

Avanços - Os avanços na saúde foram reconhecidos pelo deputado Fahim Sawan (PSDB), principalmente no investimento com os municípios pequenos para a atenção primária. Mas ele apontou três questões que devem ser consideradas: a regulamentação da Emenda à Constituição 29, a criação de uma carreira para os profissionais do PSF e a revisão da distribuição dos recursos federais para a saúde. Esse último ponto também foi abordado pelo deputado Gil Pereira (PP). Ele defendeu que a distribuição dos recursos federais também procure privilegiar as regiões mais carentes do País, com o objetivo de diminuir as desigualdades regionais.

O deputado Doutor Viana (PFL) destacou que o governo estadual está conseguindo atingir seus objetivos na área da saúde porque cumpriu as seguintes etapas: planejar, racionalizar, priorizar e realizar. Opinião esta que foi compartilhada pelo secretário, que acredita que o diferencial foi o planejamento e a definição de prioridades. O deputado Rêmolo Aloise (PSDB), 2o-vice-presidente da ALMG, sugeriu ao secretário o acompanhamento do PSF, principalmente na contratação da equipe. Cobrou ainda que o Estado complemente os processos cirúrgicos nos hospitais do SUS porque o "gargalo é grande". O parlamentar citou, por exemplo, que o SUS paga R$ 380 por cirurgia cesariana e R$ 280 e por cirurgia de hérnia.

O deputado Sebastião Helvécio (PDT) afirmou que é importante uma avaliação de como os recursos são aplicados. Ele lembrou que a medicina está se sofisticando e encarecendo, e que muitas vezes o Estado gasta dinheiro com medicamentos novos e caros, mas que ainda não tem sua eficácia comprovada.

Presenças - Deputados Adelmo Carneiro Leão (PT), presidente; Carlos Pimenta (PDT), vice; Rêmolo Aloise (PSDB), Doutor Viana (PFL), Gil Pereira (PP) e Sebastião Helvécio (PDT). Também participaram da reunião os seguintes funcionários da SES: o superintendente de Finanças, Eustáquio Amaral; a subsecretária de Gestão e Logística, Jomara Alves; o assessor de Planejamento, Gustavo Martins; e a assessora de Comunicação, Gisele Bicalho.

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 2108 7715