Direitos Humanos cobra providências para chacina de Felisburgo

Dez requerimentos exigindo providências que agilizem os processos judiciais e melhorem a situação de vítimas da chaci...

22/11/2006 - 01:00
 

Direitos Humanos cobra providências para chacina de Felisburgo

Dez requerimentos exigindo providências que agilizem os processos judiciais e melhorem a situação de vítimas da chacina de trabalhadores rurais sem-terra ocorrida em novembro de 2004 em Felisburgo, no Vale do Jequitinhonha, foram aprovados na reunião desta quarta-feira (22/11/06) da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Os requerimentos foram apresentados pelos deputados Rogério Correia e Carlos Gomes, ambos do PT, na audiência pública feita pela comissão no último dia 17, quando sobreviventes da chacina e seus familiares reclamaram da falta de indenização e de desapropriação da área em disputa, além da não punição dos envolvidos.

Os requerimentos pedem envio de ofício a várias autoridades. Ao prefeito de Felisburgo, a comissão pede que haja garantia de condições de direitos humanos, saúde e educação (acesso a escola, transporte e merenda) às crianças das famílias de trabalhadores rurais sem-terra na Fazenda Nova Alegria. Já ao secretário de Estado de Defesa Social e aos responsáveis pelas polícias Civil e Militar, a comissão pede a apuração de possíveis ameaças às famílias dos trabalhadores, que estariam sendo feitas por parte dos mandantes da chacina.

Ao diretor do Iter, a comissão pede que sejam efetivadas as indenizações às famílias dos assassinados no massacre; e, ao presidente do Tribunal de Justiça, que seja agilizado o julgamento dos mandantes e pistoleiros do massacre. A comissão também pedirá ao superintendente do Incra/MG que agilize os procedimentos para desapropriação da área e assentamento das famílias naquela fazenda; e ao presidente da ALMG que insira na ordem do dia o Projeto de Lei (PL) 2.972/06, que trata da indenização a essas pessoas.

A comissão vai pedir ao presidente da Cemig a extensão do programa "Luz para Todos" para as famílias sem terra que ficam nas localidades da Fazenda Nova Alegria. Além do ofício contendo esse requerimento, os deputados também pretendem agendar uma visita à companhia, para tratar do assunto. Por fim, a comissão decidiu que serão enviadas cópias das notas taquigráficas da audiência pública do dia 22 para os seguintes órgãos: Superior Tribunal de Justiça (STJ), Ministério Público Federal, governo do Estado, Secretaria de Defesa Social, Incra, Iter, Ouvidoria Agrária Nacional, Cemig, Defensoria Pública da União, além da Plataforma Dhesca (Direitos Humanos, Econômicos, Sociais e Culturais).

Outras audiências aprovadas

A Comissão de Direitos Humanos aprovou, ainda, requerimentos de autoria dos deputados Durval Ângelo (PT), presidente da comissão, e Roberto Ramos (PSDB). Um dos objetivos é obter esclarecimentos sobre a morte da advogada Walmeyre Moreira da Silva, em Ouro Preto, em novembro de 2004, e sobre a chacina de Belo Oriente. Os outros temas tratados serão a situação dos pagamentos da atualização das pensões concedidas pelo Ipsemg às viúvas de ex-jornalistas da Imprensa Oficial do Estado; casos de possível violência policial no município de Pains, no Centro-Oeste; e uma visita à Apac de Santa Luzia, para verificar como está seu funcionamento.

A comissão aprovou, também, projeto de lei que declara de utilidade pública uma entidade de Pouso Alegre.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente; Roberto Ramos (PSDB), vice-presidente; Paulo Cesar (PDT) e Gustavo Corrêa (PFL)

 

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