Coordenadora do Pro-Hosp anuncia aumento de recursos para custeio

O Programa de Fortalecimento e Melhoria da Qualidade dos Hospitais do Sistema Único de Saúde em Minas Gerais (Pro-Hos...

21/11/2006 - 01:01
 

Coordenadora do Pro-Hosp anuncia aumento de recursos para custeio

O Programa de Fortalecimento e Melhoria da Qualidade dos Hospitais do Sistema Único de Saúde em Minas Gerais (Pro-Hosp) vai destinar 50% dos seus recursos para a área de custeio dos 124 hospitais participantes, que podem ser utilizados de forma integral ou parcial. O anúncio foi feito pela coordenadora do programa, desenvolvido pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), Marilene Fabri Lima, durante audiência pública da Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa de Minas Gerais nesta terça-feira (21/11/06). Essa informação atendeu ao objetivo da reunião, solicitada pelo vice-presidente da comissão, deputado Carlos Pimenta (PDT), que era de cobrar um aumento do percentual de recursos do Pro-Hosp na área de custeio.

Para o biênio 2006/2007, o programa vai receber R$ 104 milhões, sendo que 40% desse valor serão distribuídos em investimentos e 10% na melhoria de gestão, e os outros 50% em custeio. Atualmente o montante de R$ 93 milhões do Pro-Hosp é distribuído da seguinte forma: 50% para investimentos, 10% para gestão e 40% para custeio. Marilene Fabri Lima informou ainda o percentual de livre vinculação não pode ser maior do que 50% porque algumas ações são obrigatórias, principalmente aquelas determinadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Entre elas estão os investimentos necessários para garantir a assistência hospitalar segura, como procedimentos corretos para o material esterilizado; serviço de lavanderia; e aparelhos de suporte à vida (respiradores).

Segundo Marilene, o objetivo inicial do programa era resolver o problema da infra-estrutura dos hospitais, possibilitando uma melhoria na qualidade do atendimento. "É possível que, após feita uma avaliação das metas alcançadas, já no próximo ano não exista mais um percentual geral na alocação dos recursos, mas metas por instituição", afirmou.

Funcionamento - Atualmente, participam do Pro-Hosp 124 hospitais, públicos ou filantrópicos, com mais de 100 leitos, sendo que 35 pertencem a macrorregiões do Estado e 89 a microrregiões. "Um dos resultados obtidos pelo Pro-Hosp foi a redução de transferência de usuários de microrregiões para hospitais de macrorregiões", disse Marilene Fabri Lima.

Segundo ela, o repasse dos recursos do programa é dividido em partes fixa e variável. A fixa compreende os investimentos e a melhoria em gestão, que é repassada mediante a apresentação de três relatórios quadrimestrais que devem ser feitos pelo hospital. Já a parte variável engloba os 50% de livre vinculação, que são condicionados ao desemprenho obtido pela instituição. "As metas do programa não são impostas aos hospitais. São todas factíveis", afirma a coordenadora do Pro-Hosp, que explicou ainda as hipóteses de suspensão do programa: caracterização de risco pela Vigilância Sanitária; redução da oferta de leitos por especialidades; fechamento do setor de urgência ou emergência; e aplicação de recursos foram do que foi pactuado.

Deputados e convidados elogiam programa

A importância do Pro-Hosp para os hospitais públicos e filantrópicos do Estado foi destacada por todos os participantes da audiência pública. O provedor da Santa Casa de Misericórdia de Montes Claros, Elias Siufi, destacou a flexibilidade do programa e afirmou que sua tendência é melhorar. Mas defendeu o reajuste da tabela do SUS e o cumprimento da Emenda à Constituição 29, que destina a aplicação mínima de recursos na saúde. Essas reivindicações foram destacadas também por Samuel Figueira, da Santa Casa de Montes Claros. Para ele, os valores da tabela do SUS estão muito defasados e muitas vezes os médicos cobram dos hospitais o pagamento de serviços, como os plantões.

O representante da Secretaria Municipal de Saúde de Juiz de Fora, Paulo Henrique Ferreira, acredita que o grande avanço do projeto é condicionar a liberação de recursos ao cumprimento das metas acordadas, de acordo com a necessidade de cada região. Também elogiaram o Pro-Hosp o contador da Santa Casa de Misericórdia de Alfenas, Christian Lázaro Rios Soares, e a secretária Municipal de Saúde de Alfenas, Ludmila Barbosa Bandeira Rodrigues. Ela destacou que o programa possibilitou a construção de UTIs adulta e neonatal na cidade, que tem 50 mil habitantes.

De acordo com o deputado Carlos Pimenta, o Pro-Hosp, em sua terceira edição, é uma das poucas oportunidades de ajuda para os hospitais regionais do Estado. "Este programa do governo estadual deu um alento, um socorro muito grande para os hospitais", disse. Mesma opinião tem o deputado Arlen Santiago (PTB): "O Pro-Hosp surgiu para corrigir a defasagem nos recursos pagos pelo SUS". O deputado Doutor Viana (PFL) destacou que é importante que o sistema de saúde funcione bem, para evitar que determinadas regiões ou hospitais sejam sobrecarregados. Para Adelmo Carneiro Leão (PT), presidente da comissão, é fundamental que os governantes procurem desenvolver uma política pública de saúde e não foquem apenas no desenvolvimento de programas.

Críticas - Mesmo elogiando e ressaltando as qualidades do Pro-Hosp, o diretor-geral do Hospital de Clínicas de Uberlândia, Alair Benedito de Almeida, afirmou que o programa tem um pequeno problema: depende do gestor municipal. Segundo ele, seu hospital não está participando atualmente do projeto porque a Secretaria Municipal de Saúde de Uberlândia "seqüestrou" as últimas parcelas do Pro-Hosp 2 destinadas ao hospital. "É preciso corrigir esse fluxo do recursos porque o grande prejudicado é o usuário", opinou. Já o representante do Sind-Saúde, Renato Barros, cobrou a presença de um controle social em relação ao programa: "Existe investimento do Estado que deve dar um retorno para a população".

Comissão aprova dois requerimentos

Durante a reunião foram aprovados dois requerimentos. O primeiro, do deputado Roberto Carvalho (PT), solicita um debate público para apresentar um projeto relacionado ao Centro Metropolitano de Especialidades Médicas de Belo Horizonte, que está sendo construído no prédio onde iria funcionar o Cardiominas. Outro requerimento, do deputado Adelmo Carneiro Leão, pede a realização de audiência pública para discutir o controle e fazer uma avaliação dos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) em Minas Gerais, com ênfase na Capital. Segundo o parlamentar, o objetivo é debater com a sociedade civil organizada e entidades do governo a qualidade e a rapidez do atendimento do SUS, principalmente depois de matéria veiculada no dia 3 de novembro no jornal Estado de Minas, intitulada "Gargalho na fila da saúde".

Presenças - Deputados Adelmo Carneiro Leão (PT), presidente; Carlos Pimenta (PDT), vice; Arlen Santiago (PTB), Ricardo Duarte (PT) e Doutor Viana (PFL). Também participou da reunião a coordenadora da Santa Casa de Misericórdia de Alfenas, Solange Isabel Campos Libânio.

 

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