Prioridades orçamentárias são discutidas com o Executivo na Assembléia

Ao mesmo tempo em que salientou os avanços conquistados pelo governo do Estado em diversos aspectos das leis orçament...

08/11/2006 - 01:00
 

Prioridades orçamentárias são discutidas com o Executivo na Assembléia

Ao mesmo tempo em que salientou os avanços conquistados pelo governo do Estado em diversos aspectos das leis orçamentárias, o subsecretário de Estado de Planejamento e Orçamento, Tadeu Barreto Guimarães, enfrentou diversos questionamentos de deputados da oposição e de representantes da sociedade civil, na audiência pública que discutiu o Orçamento para 2007 e o Plano Plurianual de Ação Governamental. O encontro, realizado nesta quarta-feira (8/11/06), no Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, foi promovido conjuntamente pelas comissões de Fiscalização Financeira e Orçamentária e de Participação Popular. Até a sexta-feira, dia 10 de novembro, as entidades interessadas poderão protocolar sugestões de modificações ao PPAG e ao Orçamento de 2007, que deverão ser encaminhadas à sala 7, no 18º andar do Edifício Tiradentes, em frente ao Palácio da Inconfidência, na Assembléia.

Durante sua exposição, Tadeu Barreto destacou o crescimento das receitas próprias e dos investimentos realizados pelo Estado, enquanto as principais críticas que enfrentou foram relacionadas à exclusão ou aglutinação de programas como o Mutirão pela Segurança Alimentar e Nutricional (ProSAN), o "Água na Escola", os Centros Vocacionais Tecnológicos e o Siafi Cidadão. Governo e oposição também divergiram ao discutir índices de execução orçamentária de algumas atividades de governo. O subsecretário falou logo depois do secretário de Estado de Planejamento e Gestão, Antonio Augusto Anastasia, que detalhou indicadores a respeito do cumprimento de políticas governamentais em diferentes setores.

Um dos dados mais enfatizados pelos representantes do governo foi o crescimento dos recursos destinados aos 35 projetos estruturadores, que representam as prioridades estabelecidas pela administração. Em 2005, segundo informações oficiais, foram R$ 181 milhões de investimento nessa área, enquanto o custeio consumiu R$ 199 milhões. Para 2007, o custeio programado é de R$ 442 milhões, enquanto o investimento estimado é de R$ 980 milhões.

Tadeu Barreto também ressaltou que a despesa de capital, item que reúne os investimentos programados pelo governo, apresenta um aumento de 184,35% para 2007, percentual bem superior aos 47,55% de aumento das despesas correntes, que incluem os gastos destinados à execução das atividades de governo, como a folha de pessoal. Outro dado enfatizado foi o aumento das receitas correntes em 74,45%.

Oposição critica execução orçamentária

O deputado André Quintão (PT) disse estar preocupado com a execução orçamentária dos projetos estruturadores do governo. Segundo ele, até 30 de setembro de 2006, entre 20 e 23 desses projetos apresentavam execução inferior a 50% dos investimentos programados. Ele também disse estar preocupado com a exclusão de alguns programas como o ProSAN e o Água na Escola, que teriam sido cancelados por mudanças de regras nos convênios com o governo federal. "Acho que esses programas deveriam continuar, mesmo que apenas com recursos estaduais", afirmou o parlamentar.

Quintão também questionou a exclusão do Siafi Cidadão, programa para disponibilização de informações sobre a execução orçamentária do governo. O programa teria sido excluído por ser considerado concluído pelo governo, alegação questionada pela oposição. Questionamentos semelhantes foram feitos pela representante do Movimento Organizado dos Direitos da Criança e Adolescente, Gláucia Barros, que também criticou a aglutinação dos programas de assistência médica ao deficiente físico, deficiente mental, ao indígena e o programa de saúde bucal. "Discordamos da alegação de que são ações da mesma natureza", afirmou Gláucia.

O subsecretário de Planejamento e Orçamento afirmou que, apesar das discordâncias com relação à exclusão de alguns programas, os investimentos sociais, em especial aqueles relacionados ao combate à fome e assistência à criança e adolescente, permanecem como prioridades do governo.

O dado fundamental, segundo ele, é o crescimento da verba destinada ao Projeto Estruturador de Inclusão de Famílias Vulnerabilizadas. Esse programa foi criado em 2003, em conseqüência de propostas feitas por representantes da sociedade civil. Naquele ano, recebeu uma dotação orçamentária de R$ 20 milhões. Para 2007, os recursos programados são de R$ 78 milhões. "Área da criança e adolescente, por mais que a gente invista, haverá sempre uma demanda. É uma dívida social do estado brasileiro, mas o governo mineiro está dando prioridade. Só para ter uma idéia, foi o primeiro estado a receber crianças de seis anos na escola", afirmou.

Sobre a exclusão do ProSAN, Barreto disse que outros programas do governo deverão assumir suas funções. "Se for necessária uma correção, iremos fazer. A criança é prioridade para o governo. A segurança alimentar também é prioridade", declarou o subsecretário.

Governo e oposição também divergiram a respeito de modificações no processo de discussão do próximo PPAG, no ano que vem. André Quintão defendeu a realização de audiências regionais, e a coordenação dessa discussão com a realização de conferências setoriais. A proposta foi vista com cautela por Tadeu Barreto. "Se a discussão vai para o nível regional, pode perder de vista a questão estadual, já que as demandas regionais costumam ser muito pontuais. E se envolvermos as corporações nesse processo, isso pode fragmentar a peça orçamentária. Para que ela funcione, temos que pensar no global", argumentou o subsecretário.

Governo federal também é cobrado

Ao mesmo tempo em que respondeu aos questionamentos da oposição, o subsecretário Tadeu Barreto pediu o apoio de entidades e parlamentares mineiros a fim de pressionar o governo federal por maiores investimentos em Minas. Ele afirmou que a União reservou, em seu orçamento para 2007, R$ 517 milhões para obras rodoviárias em Minas Gerais. Já o governo estadual, segundo ele, reservou R$ 550 milhões apenas para as obras do Pró-Acesso, programa que promete asfaltar os acessos rodoviários a todos os municípios que hoje possuem apenas estradas de terra.

Presidente da Comissão de Participação Popular da Assembléia Legislativa, a deputada Maria Tereza Lara (PT) dividiu a presidência da reunião com o deputado Domingos Sávio (PSDB), que é presidente Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária. Apesar das divergências entre oposição e governo, Maria Tereza destacou a importância de preservar e fortalecer a parceria entre os poderes na discussão das propostas orçamentárias. "Quando se supera divergências partidárias, depois das eleições, todos saem ganhando", afirmou.

Assim como Maria Tereza, a deputada Elisa Costa (PT) defendeu que o processo de debate caminhe no sentido de transformar o orçamento em uma lei impositiva, e não apenas autorizativa, como ocorre hoje. Isso significa que, hoje, o governo não é obrigado a executar todas as propostas incluídas na Lei Orçamentária, desde que não se tratem de recursos vinculados, como aqueles destinados à saúde e educação.

O deputado João Leite (PSDB) saudou a notícia de que o governo pretende enviar à Assembléia, já no primeiro semestre do ano que vem, o Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI), mais um instrumento de planejamento das ações de governo, que leva em conta prazos ainda mais longos que o PPAG. O deputado ressaltou a importância do Projeto Estruturador Minas Esporte, criado recentemente, e que deverá incluir propostas como a criação da primeira pista de atletismo pública de Minas Gerais, nas antigas dependências da Febem.

Presenças - Deputado Domingos Sávio (PSDB), presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária; deputada Maria Tereza Lara (PT), presidente da Comissão de Participação Popular; deputados João Leite (PSDB), André Quintão (PT), Elisa Costa (PT), Dilzon Melo (PTB), Jayro Lessa (PFL), Sebastião Helvécio (PDT), Luiz Humberto Carneiro (PSDB), Gil Pereira (PP), Agostinho Patrús (PFL), Alberto Pinto Coelho (PP), Fábio Avelar (PSC), Gustavo Valadares (PFL), Padre João (PT), Laudelino Augusto (PT), Paulo Cesar (PDT), Weliton Prado (PT), Marlos Fernandes (PPS) e Carlos Gomes (PT).

 

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