Portadores de amiotrofia espinhal cobram melhor atendimento

Parentes de pacientes portadores de doenças neuromusculares solicitaram, nesta quarta feira (8/11/06), durante audiên...

08/11/2006 - 01:01
 

Portadores de amiotrofia espinhal cobram melhor atendimento

Parentes de pacientes portadores de doenças neuromusculares solicitaram, nesta quarta feira (8/11/06), durante audiência pública da Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, o atendimento imediato das crianças e adolescentes portadores de amiotrofia espinhal, que estão na fila de espera dos programas desenvolvidos pela Secretaria de Estado de Saúde. Na audiência pública, a presidente da Associação Brasileira de Amiotrofia Espinhal (Abrame), Roberta Pereira Marinho, falou sobre as dificuldades enfrentadas para o atendimento dos pacientes na rede pública e apresentou várias reivindicações, como capacitação e contratação de profissionais, compra de materiais e equipamentos e ampliação do atendimento especializado para o interior do Estado. A reunião foi realizada a pedido do presidente da Comissão de Saúde, deputado Adelmo Leão Carneiro (PT).

O coordenador da Comissão de Doenças Complexas da Secretaria de Estado de Saúde, Carlos Dalton Machado, afirmou que o Estado já está tomando medidas necessárias para o atendimento das reivindicações e que parte delas já estão sendo atendidas, como a compra de materiais e equipamentos e parcerias com hospitais universitários. Ele se comprometeu a encaminhar ao secretário de Estado de Saúde, Marcelo Gouvêa Teixeira, as reivindicações que ainda não foram contempladas. Carlos Machado também acertou com os representantes da Abrame a realização de reuniões conjuntas, possibilitando que os parentes dos pacientes participem das decisões sobre as políticas públicas de saúde e acompanhem a sua execução.

Atendimento na Fhemig - A diretora do hospital Júlia Kubitscheck, Maria do Socorro Alves Lemos, explicou que a Secretaria de Estado da Saúde determinou que o atendimento aos pacientes portadores de doenças neuromusculares é de responsabilidade da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig). Dessa forma, o hospital Júlia Kubitschek ficou responsável pelo atendimento aos pacientes adultos, e o Centro Geral de Pediatria (CGP), pelas crianças. Segundo ela, com essa definição, o Estado já iniciou a compra de equipamentos e materiais para melhorar as condições de atendimento nos dois hospitais.

Já a diretora-geral do CGP, Helena Francisca Valadares Maciel, explicou que o hospital tem atualmente dois programas de atendimento aos portadores de doenças neuromusculares (Vent Lar e o CGP Domiciliar). Ela explicou que essas doenças requerem um atendimento especial, já que os pacientes necessitam de um acompanhamento constante de médicos de várias especialidades, como neurologistas, cardiologistas, pneumologistas, entre outros. Segundo ela, também é necessário modificar a legislação federal, que hoje não prevê o atendimento na rede pública a todas as doenças neuromusculares.

O deputado Adelmo Carneiro Leão afirmou que a legislação federal não tem competência para impor limites ao atendimento na rede pública de saúde, já que a Constituição Federal prevê que a saúde é um direito de todos e um dever do Estado. "Não é aceitável que a legislação federal limite o atendimento, pois a Constituição colocou a saúde como um dos princípios fundamentais a serem garantidos pelo Estado", afirmou. Já o deputado Doutor Ronaldo (PDT) destacou que Carlos Dalton Machado demonstrou que o Estado está comprometido para encontrar soluções para as dificuldades enfrentadas pelos portadores das doenças neuromusculares.

Atendimento domiciliar aumenta expectativa de vida

A fisioterapeuta Valéria Lourenço Pereira explicou que é fundamental que a Secretaria de Estado de Saúde amplie os programas de atendimento domiciliar aos pacientes portadores de doenças neuromusculares, especialmente a amiotrofia espinhal. Os portadores dessas doenças genéticas desenvolvem uma fraqueza muscular que tem entre suas conseqüências o surgimento de problemas pulmonares e um distúrbio na capacidade de ventilar os pulmões.

Segundo Valéria Pereira, é importante que esses pacientes tenham à sua disposição tanto o atendimento hospitalar e ambulatorial quanto o atendimento domiciliar. "A assistência pneumológica e a terapia respiratória, que podem ser feitas na maior parte do tempo nas residências através da visita de profissionais especializados, são responsáveis por uma melhor qualidade de vida dos pacientes", explicou. Para ela, as internações hospitalares devem ocorrer apenas em situações de emergência e no menor tempo possível.

A pneumologista infantil do CGP, Alessandra Lúcia Machado, afirmou que o custo para o Estado de um paciente atendido no programa domiciliar é menor do que o do paciente internado nos hospitais. Segundo ela, os programas desenvolvidos pelo CGP têm justamente como objetivo que o paciente fique em casa o maior tempo possível, com o acompanhamento de equipes domiciliares. Entretanto, Alessandra Machado lembrou que o CGP encontra-se carente de recursos e profissionais para a ampliação desses programas e para o atendimento adequado de todos os pacientes.

Presenças - Deputados Adelmo Carneiro Leão (PT), presidente; e Doutor Ronaldo (PDT). Também participaram da reunião a diretora do hospital Júlia Kubitscheck, Maria do Socorro Alves Lemos; e a presidente da Associação Brasileira de Amiotrofia Espinhal, Roberta Pereira Marinho.

 

 

 

 

 

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