Audiência vai ouvir fabricantes de brinquedos e máquinas pesadas

Em sua terceira rodada de audiências públicas, a Comissão Especial Contra a Invasão dos Produtos Chineses da Assemblé...

01/11/2006 - 00:01
 

Audiência vai ouvir fabricantes de brinquedos e máquinas pesadas

Em sua terceira rodada de audiências públicas, a Comissão Especial Contra a Invasão dos Produtos Chineses da Assembléia Legislativa de Minas Gerais ouve nesta terça-feira (7/11/06) representantes dos setores de brinquedos e máquinas pesadas. A reunião acontece a requerimento do deputado Paulo Cesar (PDT), relator da comissão, e se realiza às 10 horas, no Plenarinho IV. Criada para analisar o impacto da invasão de produtos chineses na economia mineira, a pedido do deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), que a preside, a comissão já ouviu o setor têxtil, o de refratários e ótico, e fará uma audiência no dia 13 de novembro em Nova Serrana, no Centro-Oeste do Estado, para ouvir o setor calçadista. A cidade tem sua economia baseada nas pequenas indústrias de calçados.

O setor têxtil é o mais afetado, segundo estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), que analisou o impacto em todo o País. O segmento de vestuário apresentou um aumento de 400% nas importações dos produtos chineses em 2006 em comparação com 2003, enquanto a produção nacional cresceu apenas 25% neste período. O setor óptico concorre com produtos chineses até 90% mais baratos que os nacionais, o que levou ao encolhimento do segmento, que tinha 300 fábricas e hoje tem apenas 35. Enquanto foram importados 45 milhões de óculos no ano passado, a indústria nacional produziu apenas 3 milhões de unidades.

Em recente artigo, a revista Exame identificou os avanços da economia chinesa no mundo. O país é responsável por 75% dos brinquedos produzidos no mundo, por 55% dos calçados e dos relógios. No setor de brinquedos, as importações para o Brasil cresceram 90% em 2005, gerando a demissão de 4.300 empregados desde 2004, e o fechamento de 30 fábricas. Os brinquedos chineses são 70% mais baratos. No setor de máquinas, as chinesas são 55% mais baratas.

De acordo com economistas da Fiemg, a indústria brasileira está diante de fatores adversos, como o dólar subvalorizado, a agressividade dos chineses, baseada em uma economia que se ampara em mão-de-obra abundante e barata (salário mínimo de U$ 30), incentivos fiscais e até práticas comerciais condenadas pela Organização Mundial do Comércio (OMC), como o dumping (preços artificialmente baixos em relação ao custo de produção).

O relatório preliminar do deputado Paulo Cesar já inclui as sugestões apresentadas nas duas audiências anteriores, de criação de uma frente parlamentar multipartidária para pressionar o governo federal por mudanças cambiais (dólar subvalorizado), e na política comercial com a China; a redução de tributos estaduais e a utilização de créditos de ICMS. Em visita à Secretaria de Estado da Fazenda no dia 25 de outubro, os deputados conseguiram a criação de um grupo de trabalho daquele órgão para estudar o tema.

Convidados - Presidente do Sindicato da Indústria Mecânica de Minas Gerais (Sindimec), Petrônio Machado Zica; presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos, Synésio Batista da Costa; presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de Brinquedos, Nadim Libbos; presidente do Sindicato das Indústrias de Brinquedos, Instrumentos Musicais e Similares de Minas Gerais, Roberto Paiva.

 

 

 

 

 

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