Veto parcial sobre Tribunal de Contas tem discussão encerrada

Na Reunião Extraordinária do Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, na manhã desta quarta-feira (25/10/0...

25/10/2006 - 00:00
 

Veto parcial sobre Tribunal de Contas tem discussão encerrada

Na Reunião Extraordinária do Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, na manhã desta quarta-feira (25/10/06), o presidente da ALMG, deputado Mauri Torres (PSDB), encerrou a discussão do Veto Parcial à Proposição de Lei Complementar 100, que dispõe sobre a organização do Tribunal de Contas de Minas Gerais, com a criação dos cargos de Auditor e procurador do Ministério Público, junto ao órgão. Colocado em votação, não houve quórum para sua apreciação, sendo encerrada a reunião por este motivo.

Antes, o veto foi motivo de muitas discussões pelos deputados. Designado relator em Plenário, o deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), opinou pela manutenção do veto, concordando com os argumentos do governador do Estado, Aécio Neves. No veto, o governador considerou que a Constituição Estadual (artigo76), em acordo com a Constituição Federal (artigo 71), confere aos tribunais de contas o poder de apreciar atos do poder público em face do ordenamento constitucional e legal. Dessa forma, para ele, o Tribunal de Contas não estaria declarando a inconstitucionalidade de norma jurídica, mas a conformidade do ato com as disposições constitucionais e legais. E listou ainda o teor da Súmula 347 do STF, de 1963.

Originária do ex-Projeto de Lei Complementar 71/05, de autoria do Tribunal de Contas do Estado, a Proposição de Lei 100 altera a Lei Complementar 33, de 1994. O dispositivo vetado pelo governador, artigo 3º da Proposição de Lei 100, oriundo de emenda do deputado Antônio Júlio (PMDB), determina que o Tribunal de Contas, ao apreciar a legalidade de atos do Poder Público, não pode se fundamentar na inconstitucionalidade ou ilegalidade de lei estadual ou municipal ainda não declarada como tal pelo tribunal competente

O veto foi motivo de críticas do deputado Antônio Júlio e dos deputados petistas, Edson Rezende e Laudelino Augusto. Antônio Júlio conclamou os parlamentares a derrubarem o veto, por considerar que o Tribunal de Contas não tem a prerrogativa de declarar a inconstitucionalidade de leis. E chamou a atenção para a perda de prerrogativas pelo Parlamento "a quem cabe fazer leis e fiscalizá-las". Para Antônio Júlio, há um flagrante conflito de competência legal, ao se permitir ao Tribunal de Contas este poder.

O deputado Sargento Rodrigues (PDT) e os dois petistas concordaram com os argumentos de Antônio Júlio. Rodrigues também destacou a perda de espaço dos parlamentares para outros poderes, acrescentando que a derrubada do veto é "a melhor opção para a sociedade". Edson Rezende criticou o fato de ter sido usada uma súmula de 33 anos para justificar o veto. "A sociedade brasileira mudou, o conhecimento também". E Laudelino Augusto usou relatório de Comissão Especial sobre o Tribunal de Contas, realizada na Assembléia em 2003, para criticar a estrutura do órgão.

 

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