Audiência pública discute futuro de abatedouro em
Paraopeba
A interdição do abatedouro da Fazenda Engenho, em
Paraopeba, pelo Ministério Público (MP) e a Vigilância Sanitária,
está ameaçando o emprego de centenas de trabalhadores rurais e
proprietários de açougues da região. A questão foi discutida pela
Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembléia
Legislativa de Minas Gerais, em audiência pública realizada nesta
terça-feira (17/10/06), no município.
De acordo com o deputado Célio Moreira (PSDB),
autor do requerimento que motivou a reunião, o fechamento do
abatedouro de carne suína está obrigando os cerca de 50 açougues das
cidades de Paraopeba, Cordisburgo, Caetanópolis e Araçaí a
adquirirem o produto em outros municípios. Com isso, há aumento de
preço e risco de fechamento dos estabelecimentos. "Houve queda de
60% nas vendas nos últimos meses, uma vez que a carne, além de
congelada, está mais cara para o consumidor. A atitude do MP é
correta, pois zela pela saúde da população, mas é preciso encontrar
uma solução para o drama dessas pessoas", disse.
O promotor do MP em Paraopeba, Flávio Santos,
explicou que a interdição do abatedouro, executada em junho deste
ano, foi motivada pela ausência de câmara fria para acondicionamento
de carne, detectada em inspeção do Instituto Mineiro de Agropecuária
(IMA). Ele diz, entretanto, que a questão já foi solucionada. "A
Fazenda Engenho está regularizada. Sua reabertura, agora, depende
apenas de liberação da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam),
que deve inspecionar se a legislação ambiental está sendo cumprida",
afirmou.
Para o prefeito de Paraopeba, Salézio Loch, a
solução para o problema será obtida por meio da união entre
prefeituras, parlamentares e proprietários rurais. Ele acredita que
o MP e a Vigilância Sanitária cumpriram seu papel, mas o fechamento
do abatedouro está afetando toda a população. "Devemos nos dar as
mãos e pressionar a Feam. O problema é grave, mas tem solução",
pediu.
Comissão verificou adequações na Fazenda
Engenho
Após a audiência pública, a comissão visitou o
abatedouro da Fazenda Engenho para checar a implantação da câmara
fria e conhecer as condições sanitárias do estabelecimento. Segundo
o chefe de inspeção do IMA, Lucivaldo Botega, a única pendência para
a retomada dos trabalhos é a aprovação pela Feam do processo de
destinação de dejetos. "A estrutura da fazenda está regularizada,
mas a Faem não se posiciona. É preciso que isso seja feito de forma
urgente", reforçou.
Ao final da visita, o deputado Célio Moreira
garantiu que representantes do IMA irão à fazenda na próxima
quinta-feira (19) para que a inspeção seja feita. "Ainda durante a
audiência pública contatei o IMA e consegui agendar a visita para
daqui a dois dias. Com isso, acredito que conseguiremos dar um passo
importante para solucionar o problema", comemorou. Ele sugeriu ainda
a criação de um consórcio de financiamento, que envolva as
prefeituras de Paraopeba, Cordisburgo, Caetanópolis e Araçaí, para a
construção de abatedouros regionais. "Desde já me disponho a propor
emendas ao Orçamento do Estado para viabilizar as obras. Se os
municípios se unirem nesse sentido, ganham os produtores rurais e
principalmente a população", concluiu.
Presenças - Deputado Célio
Moreira (PSDB), presidente; o prefeito de Cordisburgo, Padre José
Maurício; o prefeito de Caetanópolis, Romário Ferreira; o presidente
da Câmara Municipal de Paraopeba, Laércio Assing; o promotor de
Justiça da Comarca de Paraopeba, Flávio Santos; a promotora do
Ministério Público do Estado, Gisele Lopes; o delegado do IMA em
Curvelo, Orozindo Assis; o chefe da Vigilância Sanitária de
Paraopeba, Moisés Costa; além dos convidados citados na matéria.
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