Orçamento 2007 e revisão do PPAG são recebidos em Plenário

Foram lidas nesta terça-feira (3/10/06), em Plenário, as mensagens do governador do Estado que encaminham à Assembléi...

03/10/2006 - 00:00
 

Orçamento 2007 e revisão do PPAG são recebidos em Plenário

Foram lidas nesta terça-feira (3/10/06), em Plenário, as mensagens do governador do Estado que encaminham à Assembléia Legislativa de Minas Gerais a proposta orçamentária de 2007 e a revisão do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG). Com a leitura, os projetos foram nomeados e devem ser publicados na quinta-feira (5), a fim de serem encaminhados à Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, que terá 60 dias para emitir parecer. O Orçamento do Estado para 2007 foi numerado como Projeto de Lei 3.645/06, enquanto o PPAG foi identificado como Projeto de Lei 3.644/06.

Curiosamente, este ano, os dois projetos terão praticamente o mesmo teor. É que o PPAG trata do período de 2004 a 2007. Como já se passaram os três anos iniciais, a revisão relativa ao ano de 2007 irá analisar, basicamente, as propostas orçamentárias para o ano que vem, que também estão presentes no Orçamento. Até por este motivo, os dois projetos deverão tramitar simultaneamente na Assembléia Legislativa.

Governo destaca equilíbrio fiscal e aumento dos investimentos

A proposta orçamentária para o exercício de 2007, que compreende o Orçamento Fiscal e o Orçamento de Investimento das Empresas Controladas pelo Estado, foi recebida na Assembléia no dia 29 de setembro. O Orçamento Fiscal proposto para o próximo ano estima a receita e fixa a despesa em R$ 30,553 bilhões, sendo que as receitas correntes (provenientes da arrecadação de tributos, da execução de atividades industriais, agropecuárias, serviços, além das transferências constitucionais e de convênios, quando destinados a atender despesas correntes) representam 95,45%, e as receitas de capital (provenientes de operações de crédito, alienação de bens e transferências de capital), 4,55%.

Ao apresentar a proposta, o secretário-adjunto de Estado de Planejamento e Gestão, Tadeu Barreto Guimarães, destacou o aumento dos investimentos previstos. O investimento com recursos ordinários do Tesouro passa de R$ 1 bilhão, em 2006, para R$ 1,3 bilhão, em 2007. No orçamento de 2007, o total de despesas de capital está estimado em R$ 4,1 bilhões, enquanto o custeio será de R$ 5 bilhões. "O governo está conseguindo atingir o objetivo de gastar mais com a sociedade e menos com a máquina pública", afirmou.

ICMS - A principal fonte de arrecadação, a receita tributária, estimada em R$ 21,170 bilhões, é constituída basicamente do ICMS, e representa 83,9% do total. Os demais impostos e taxas representam 16,10%. Da receita tributária, R$ 13,161 bilhões são de livre utilização pelo Estado, e R$ 8 bilhões são vinculados conforme determinações constitucionais e legais.

As transferências da União, previstas em R$ 3,470 bilhões, são provenientes do Fundo de Participação dos Estados, do repasse Fundo a Fundo, da compensação pela perda de ICMS com a desoneração das exportações, da cota-parte do IPI/Exportação, da Cide, da cota-parte da Contribuição do Salário-Educação e da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Naturais. As transferências multigovernamentais, no valor de R$ 2 bilhões, são oriundas do retorno de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef). As outras transferências estão estimadas em R$ 36,7 milhões, e as transferências de convênios em R$ 201,7 milhões.

Estado deve investir mais em transporte

Os maiores gastos continuam sendo com pessoal, uma despesa de R$ 12,9 bilhões, que representa 49,8% da despesa corrente. Em seguida, considerando a soma das despesas de custeio e investimento, vêm educação, defesa social, saúde e infra-estrutura de transporte. Sem considerar as despesas de custeio, o setor de transporte é o que tem maior volume de investimento previsto no orçamento. De acordo com Tadeu Barreto, a maior parte deve ser destinada ao Pró-Acesso.

Os juros e encargos da dívida pública, no montante de R$ 2,040 bilhões, representam 7,83% das despesas correntes. As outras despesas correntes, no valor de R$ 5,597 bilhões, destinam-se basicamente ao custeio operacional dos órgãos e entidades da administração pública estadual, representando 21,47% da despesa corrente. As transferências a municípios, estimadas em R$ 5,451 bilhões, são decorrentes de determinação constitucional, e são constituídas de parcelas do ICMS, do IPVA, do IPI, da Cide e da dívida ativa, além de multas e juros de mora do ICMS e IPVA.

Empresas controladas pelo Estado - Os investimentos da Cemig e da Copasa representam 95,94% do total do orçamento de investimento, e esses recursos deverão ser aplicados em projetos de infra-estrutura básica, como geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, abastecimento de água, sistema de esgoto e saneamento ambiental. As demais empresas respondem por 4,06% do orçamento de investimentos de 2007.

Tramitação - A tramitação do projeto da lei orçamentária é definida no artigo 204 do Regimento Interno da Assembléia. Depois que for recebido em Plenário, o projeto será distribuído em avulso aos deputados e às comissões permanentes a que estiver afeto e encaminhado à Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária para, em 60 dias, receber parecer. Da discussão e votação do parecer nessa comissão poderão participar, com direito a voz, dois membros de cada uma das comissões permanentes às quais tenha sido distribuído o projeto, observado, tanto quanto possível, o princípio da proporcionalidade das representações partidárias ou do bloco parlamentar. Os deputados poderão votar apenas matérias cujos temas sejam atinentes às comissões que representam.

Emendas - Nos primeiros 20 dias da tramitação poderão ser apresentadas emendas ao projeto. Dois dias depois de vencido esse prazo, o presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, deputado Domingos Sávio (PSDB), proferirá despacho de recebimento das emendas, que serão numeradas e publicadas, e dará publicidade em separado às que, por serem consideradas inconstitucionais, ilegais ou anti-regimentais, deixar de receber. Em 24 horas, o deputado poderá apresentar, ao presidente da Assembléia, recurso contra o despacho de não-recebimento. A decisão deverá ser anunciada em dois dias.

Esgotados todos os prazos, o projeto será encaminhado ao relator, designado pelo presidente da comissão, para receber parecer. Em seguida, o parecer será encaminhado à Mesa da Assembléia e publicado. O projeto será incluído na ordem do dia do Plenário para discussão e votação em turno único. A Assembléia não pode encerrar seus trabalhos no final do ano antes de votar o orçamento.

 

 

 

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