Audiência comemora aprovação da Lei das Microempresas

A Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas foi aprovada em segundo turno pela Câmara dos Deputados no último dia 5 de ...

28/09/2006 - 00:00
 

Audiência comemora aprovação da Lei das Microempresas

A Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas foi aprovada em segundo turno pela Câmara dos Deputados no último dia 5 de setembro e foi encaminhada ao Senado, com a expectativa de ser sancionada ainda este ano pelo presidente Lula, caso seja aprovada sem embaraços naquela Casa. Esta informação foi prestada pelo deputado Carlos Gomes (PT), vice-presidente da Comissão de Turismo, Indústria, Comércio e Cooperativismo da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, durante audiência pública realizada na tarde desta quinta-feira (28/9/06).

A audiência foi requerida pelo próprio deputado, e teve a participação de representantes do Sebrae-MG, da União dos Varejistas de Minas, do Conselho de Micro e Pequenas Empresas da ACMinas, da Ascobap, do Sindicato dos Contabilistas e da Câmara Brasil Seguros. O deputado lembrou os esforços realizados pela comissão para promover sete rodadas de debates com pequenos empresários de todas as regiões de Minas, em Nova Lima, Contagem, Divinópolis, Ponte Nova, Timóteo, Nova Serrana e Almenara, em busca de aperfeiçoamentos ao projeto de lei ora aprovado.

Viviane Goulart, advogada do Sebrae-MG, destacou o papel das micro e pequenas empresas na geração de novos empregos: "96% dos novos empregos são criados nas pequenas e micro-empresas, o que contribui para reduzir as desigualdades na distribuição de renda do Brasil. As micro e pequenas empresas ocupam 57% da mão-de-obra brasileira", informou ela, acrescentando que a lei estabelece que o limite para as micro é de faturamento bruto anual até R$ 240 mil. Desse valor até R$ 2,4 milhões, a empresa é considerada de pequeno porte.

Supersimples virá facilitar as obrigações tributárias

Entre os benefícios contidos na nova lei, está a inscrição e baixa das empresas no mesmo lugar, evitando a via sacra por uma série de órgãos, como a Junta Comercial, a Receita e a prefeitura. A lei manda que as compras do setor público no valor de até R$ 80 mil sejam feitas preferencialmente nas micro e pequenas empresas. O sistema tributário Supersimples concentrará os tributos numa única guia, e os valores depois seriam repassados aos órgãos arrecadadores, evitando que o empreendedor tenha que fazer esses recolhimentos em várias datas do mês.

José Carlos Silveira, da União dos Varejistas, reclamou que os sócios de microempresas mal-sucedidas ficam com seu CPF marcado e não podem empreender novamente. Propôs que após a data de paralisação ou baixa da empresa, fique interrompida também a geração de despesas. Do contrário, acredita ele, muitos empresários continuarão indo para a informalidade. Olival Gonzaga Resende, presidente do Conselho das Micro e Pequenas Empresas da ACMinas, considerou surpreendentes os avanços trazidos pela lei, muito embora não tenha contemplado todas as aspirações da categoria.

Por sua vez, Fausto Sebastião Izac, vice-presidente da Ascobap, considerou tímidos os avanços, já que são necessários ainda 150 dias para se estabelecer uma empresa e não se consegue fechá-las. "Metade das empresas morrem antes de completar dois anos, e apenas 1% passam dos dez anos. O relacionamento dos fiscais com os empresários ainda é de aberta hostilidade. Pelo menos tiraram da nossa porta os camelôs que nos faziam concorrência desleal", afirmou.

Adelmo da Silva Leão, presidente da Câmara Brasil Seguros, lembrou que o anteprojeto da Lei Geral surgiu em Minas, por mérito de Bruno Quick, do Sebrae. Acha que, se não houver benefício tributário para os agentes de seguros, pelo menos seu negócio se tornará mais fácil de administrar. Eduardo Heleno, presidente do Sindicato dos Contabilistas, cobrou do governo de Minas o pleno funcionamento do Minasfácil, uma iniciativa para agilizar a abertura de novas empresas. Viviane Goulart, advogada do Sebrae, disse que o serviço já funciona, muito embora não tenha conseguido ainda chegar à meta de abrir uma empresa em menos de dez dias.

Presenças - Deputado Carlos Gomes (PT), vice-presidente da comissão. Também participaram da reunião José Carlos Silveira, diretor da Uvemg; Fausto Sebastião Izac, vice-presidente da Ascobap; e Eduardo Heleno, presidente do Sinescontábil.

 

 

 

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