Pró-Floresta beneficiará pequenos e médios produtores rurais

A atualização do Fundo Pró-Floresta, lançado na década de 90 para fomentar o florestamento e reflorestamento e alimen...

20/09/2006 - 00:00
 

Pró-Floresta beneficiará pequenos e médios produtores rurais

A atualização do Fundo Pró-Floresta, lançado na década de 90 para fomentar o florestamento e reflorestamento e alimentar a cadeia produtiva do setor no Estado, foi debatido por parlamentares, especialistas e representantes do governo do Estado na reunião conjunta das comissões de Meio Ambiente e Recursos Naturais e de Política Agropecuária e Agroindustrial da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, nesta quarta-feira (20/9/06). De acordo com a Lei 11.398, de 1994, que dispõe sobre o fundo, o programa é válido até o final de 2006 e sua atualização depende de aprovação da ALMG. O principal benefício sugerido pelo Projeto de Lei 2.876/05, de autoria do governador, é o aumento na destinação de recursos para pequenos e médios produtores rurais. A reunião aconteceu a requerimento dos deputados Laudelino Augusto e Padre João, ambos do PT.

Segundo o secretário-adjunto de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcelo Franco, a reformulação do Pró-Floresta pretende modernizar o setor agrícola em Minas Gerais, por meio do foco no produtor rural, da preservação ambiental e do reflorestamento. Para ele, é importante ainda que o fundo beneficie empresas e cooperativas de produção rural com o objetivo de desenvolver a economia e promover a sustentabilidade no Estado. "Temos que desenvolver a agricultura de forma integrada. É impossível pensarmos em crescimento sem levarmos em conta o meio ambiente e a saúde pública", disse.

O conselheiro da Secretaria de Agricultura, Paulo Afonso Romano, reforça a importância de gerar mais benefícios ao pequeno e médio produtor rural. De acordo com ele, a renovação do Pró-Floresta deve valorizar a multifuncionalidade das florestas plantadas. "Quanto mais opções o produtor rural tiver, maior o crescimento do agronegócio no Estado", afirmou.

O diretor do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Geraldo Fausto da Silva, acredita que o fundo deve dar continuidade ao trabalho realizado desde a década de 90, destinando mais recursos a produtores e empresas do setor. "São eles quem fazem o desenvolvimento agrícola do Estado. Considero a reformulação do Pró-Floresta extremamente positiva", comemora.

Fomento - A diretora de Planejamento do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Marilena Chaves, responsável pela gestão financeira do fundo, também defendeu as mudanças sugeridas pelo governo, considerando o Pró-Floresta um programa bem-sucedido. "O retorno financeiro e sustentável é marcante. Financiamos cerca de R$ 103 milhões entre 1998 e 2005. Este ano já foram liberados R$ 14 milhões em empréstimos com os recursos do fundo, e teremos mais de R$ 4 milhões de retorno em 2007 para serem reaplicados. O projeto é um instrumento de produção e sustentabilidade", concluiu.

Fundo tem pontos polêmicos, segundo especialistas

A representante da Associação Mineira de Defesa do Ambiente (Amda), Maria Dalce Ricas, questionou alguns pontos do PL 2.876/05, tais como a pouca divulgação do Pró-Floresta para a sociedade, a não exigência de cumprimento das leis ambientais pelos tomadores de empréstimo junto ao BDMG, e o artigo que permite que os órgãos públicos financiem a formação de florestas plantadas em detrimento de matas nativas. "Esse artigo é uma irresponsabilidade em termos ambientais. A quantidade de matas nativas em Minas é muito pequena e bastante preocupante", alertou.

O deputado Padre João considera importante desvincular das grandes empresas o financiamento aberto ao pequeno produtor rural. "Eles também devem ter a chance de abrir uma linha de crédito individual, ao invés de fazê-lo via empresa ou cooperativa, como acontece hoje. Isso engessa o desenvolvimento da agricultura familiar", solicitou.

O deputado João Leite (PSDB) lembrou ainda a importância do Grupo Coordenador do Pró-Floresta, que será responsável pela definição das prioridades na distribuição de recursos do projeto. "É preciso que haja equilíbrio na destinação dos recursos, portanto o grupo deve ter prudência e assertividade nas suas decisões", ponderou. Para o deputado Laudelino Augusto, o PL 2.876/05 é um embrião para a criação de políticas públicas florestais que garantam a eficácia do fundo para o Estado.

Presenças - Deputados Laudelino Augusto e Padre João, ambos do PT; e João Leite (PSDB). Também participaram da reunião o chefe de gabinete da Secretaria de Estado de Agricultura, Fernando Cardoso; o gerente técnico da Emater, Feliciano Nogueira Oliveira; o representante da Associação Mineira de Silvicultura, Fernando Moreira; e o representante da Associação Brasileira de Prestadores de Serviços Ambientais (Abrasflor), José Batuíra Assis.

 

 

 

 

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