Credenciamento de oncologia em Alfenas depende do Ministério da Saúde

Depois de discutir o credenciamento do serviço de oncologia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para a Santa Casa e par...

13/09/2006 - 00:00
 

Credenciamento de oncologia em Alfenas depende do Ministério da Saúde

Depois de discutir o credenciamento do serviço de oncologia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para a Santa Casa e para o Hospital Universitário Alzira Velano, de Alfenas, Sul de Minas, a Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa de Minas Gerais prepara uma audiência no Ministério da Saúde para a segunda quinzena de outubro, com o objetivo de tentar agilizar o procedimento. O assunto foi debatido nesta quarta-feira (13/9/06) em Alfenas pela comissão e teve a participação de médicos das duas unidades de saúde, vereadores e comunidade.

A audiência foi solicitada pelo deputado Carlos Pimenta (PDT), vice presidente da comissão, atendendo requerimento do vereador Domingos Reis Monteiro, presidente da Câmara Municipal daquela cidade. A necessidade de credenciamento da oncologia foi reconhecida pelos participantes, que enfatizaram os grandes transtornos causados aos pacientes de baixa renda, obrigados a fazer tratamento em outras cidades, como Varginha, Poços de Caldas, Barretos, Campinas e Ribeirão Preto.

Nessas cidades, os pacientes de Alfenas e das demais 26 cidades que compõem a Gerência Regional de Saúde são obrigados a esperar até três meses para serem atendidos com as sessões de quimioterapia e radioterapia. Segundo o presidente da Associação Vida Viva, Mério Rodrigues Alves, a situação só aumenta o sofrimento dos pacientes, com as viagens desconfortáveis para aquelas cidades, a mais próxima, Varginha, a 63 quilômetros de Alfenas. A associação, fundada há quatro anos e meio, presta assistência a pacientes carentes, tendo cadastrados só em Alfenas 434 casos. A organização não-governamental sobrevive de contribuições da população. Mério Alves fez um emocionado apelo pelo credenciamento, lembrando que quem precisa do serviço é o paciente carente, "que não tem convênios nem recursos para se tratar".

O deputado Carlos Pimenta entende que o credenciamento deve ser implantado com urgência em Alfenas, cujo interesse foi manifestado não só pela Santa Casa, mas também pelo hospital ligado à Universidade de Alfenas. O deputado destacou que não só pelo contingente populacional da região, mas pelas condições técnicas apresentadas pelas duas instituições de saúde interessadas, o atendimento pelo SUS já deveria estar implantado. Carlos Pimenta acredita que o Ministério da Saúde vai tomar uma posição, "afinal o ministro é mineiro e sabe das necessidades de nosso Estado". O deputado Doutor Ronaldo (PDT) salientou a importância da audiência, parabenizando a mobilização da população.

Cidade já comporta a implantação da oncologia pelo SUS

O representante da Secretaria de Estado da Saúde, José Luiz de Souza, diretor de Saúde Pública da Gerência Regional de Alfenas, disse que o processo de credenciamento pela Santa Casa está todo pronto, "só depende da liberação do Ministério da Saúde". Segundo o provedor da instituição, Edward Quirino dos Santos, a Santa Casa está preparada, com todo o equipamento, instalações e profissionais. "Assim que o ministério conceder o credenciamento, nosso atendimento pode começar em poucos dias". Há sete anos, a Santa Casa tenta o credenciamento, que segundo o Ministério da Saúde está suspenso em todo o País, para reformulação dos critérios.

De acordo com dados da Gerência de Saúde, Alfenas atende a um dos critérios básicos para credenciamento em oncologia, que é o universo de um paciente para cada 500 mil habitantes. A gerência engloba as microrregiões de Alfenas, Machado e Guaxupé. José Luiz de Souza informou ainda que só nos dois últimos meses, foram pagas pelo SUS 2,6 mil sessões de quimioterapia, a um custo de R$ 980 mil, e 17,3 mil de radioterapia, a um custo total de R$ 320 mil, além de 159 cirurgias oncológicas.

O representante do hospital universitário, Agnaldo Araújo, disse que a instituição também trabalha pelo credenciamento da oncologia e que os serviços de quimioterapia e radioterapia serão instalados "independente de credenciamento ou não". Segundo ele, o hospital está disposto a investir U$ 4 milhões para a montagem da radioterapia, valor que também a Santa Casa se dispõe a investir, segundo seu provedor. De acordo com Edward Quirino, a Santa Casa tem 650 pacientes em tratamento oncológico atualmente, de convênios diversos. A oncologia é enquadrada pelo Ministério da Saúde como tratamento de alta complexidade e o custo é alto, cerca de R$ 1,4 mil/mês por paciente.

Presenças - Deputados Carlos Pimenta (PDT), que presidiu a audiência; e Doutor Ronaldo (PDT). Também participaram da reunião os vereadores Domingos Monteiro e Vagner Morais; o representante do prefeito, Pompilio Canavez; e o secretário municipal de Saúde, Waldecir dos Santos.

 

 

 

 

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