Entidades médicas pedem aprovação de projeto para o setor

Representantes de sindicatos, associações e outras entidades médicas participaram, nesta terça-feira (12/9/06), na As...

12/09/2006 - 00:00
 

Entidades médicas pedem aprovação de projeto para o setor

Representantes de sindicatos, associações e outras entidades médicas participaram, nesta terça-feira (12/9/06), na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, de discussão a respeito do Projeto de Lei 3.528/06, de autoria do deputado Neider Moreira (PPS), que implanta a codificação da classificação hierarquizada de procedimentos médicos para a saúde suplementar do Estado. Todos os participantes elogiaram a proposta e pediram sua rápida aprovação pela Assembléia. A discussão aconteceu em uma reunião conjunta das comissões de Saúde e de Defesa do Consumidor e do Contribuinte, realizada a pedido do deputado Neider Moreira.

O texto do PL 3.528/06 incorpora a codificação estabelecida na Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), tornando-a oficial em toda Minas Gerais. A CBHPM foi elaborada conjuntamente pela Associação Médica Brasileira, Conselho Federal de Medicina e sociedades de especialidades médicas de todo o País. Ela inclui diversos procedimentos médicos mais recentes, que não estão previstos em muitas classificações adotadas por alguns planos de saúde. Apesar de algumas prestadoras já o adotarem, outras ainda resistem. Ela também não é adotada pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O deputado Neider Moreira disse que a iniciativa do projeto estadual se justifica pelo fato de o Congresso não ter conseguido consenso para aprovar uma proposta em nível nacional. Para o deputado, que também é médico, o maior beneficiado é o usuário dos planos de saúde suplementar, que passarão a ter acesso a diversos procedimentos mais modernos. "A evolução da medicina é muito rápida. É preciso oferecer o que há de mais moderno na prática médica, o que pode fazer diferença na manutenção ou recuperação da saúde dessas pessoas", afirmou o parlamentar.

Última classificação foi feita em 1992

O presidente da Federação Nacional das Cooperativas Médicas (Fencon), José Augusto Ferreira, salientou, durante a reunião na Assembléia, que a última classificação oficial de procedimentos foi feita há 14 anos, e está muito defasada. Muitos procedimentos novos não estão previstos, o que dificulta ou até impede o acesso dos usuários de planos de saúde suplementar. Em alguns casos, até gera embates judiciais em torno de procedimentos médicos não autorizados pelos planos.

O deputado Doutor Viana (PFL) elogiou a iniciativa do colega Neider Moreira, principalmente por ter incorporado uma proposta elaborada por profissionais do setor. "É uma discussão que já se desenvolve há três anos", disse o deputado, que também é médico. Alguns outros estados já regulamentaram a questão ou estão analisando projetos nesse sentido. Já têm codificações próprias Espírito Santo (Lei 6.628, de 2001), Pernambuco (Lei 8.483, de 2004), Piauí (Lei 597, de 2004) e Rio Grande do Norte (Lei 8.483, de 2004). São Paulo discute um projeto nesse sentido. Já o PL 3.528/06, de Neider Moreira, aguarda parecer de 1º turno da Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia de Minas.

Outra vantagem da codificação oficial, segundo os participantes da reunião, é acabar com a duplicidade ou multiplicidade de classificações para um mesmo procedimento, que hoje são adotadas por diferentes planos. Isso, na avaliação da vereadora Maria Lúcia Scarpelli, vai permitir a transparência e maior controle dos planos de saúde complementar. A vereadora participou da reunião como representante da Câmara Municipal de Belo Horizonte e vice-presidente da Comissão de Defesa do Consumidor do Legislativo municipal.

Representante de operadora de saúde alerta para custos

Apesar de elogiar a nova classificação, o representante das Operadoras dos Planos de Autogestão em Saúde, Omar de Carvalho Gomes Filho, afirmou que a incorporação de novos procedimentos médicos poderá trazer novos custos para as empresas, que, com certeza, vão repassá-los para os consumidores. Em seus cálculos, a codificação proposta inclui cerca de 2.500 procedimentos que hoje não estão na classificação da Agência Nacional de Saúde (ANS). "Em outros estados, ela foi cassada por meio de recurso ao Supremo (Tribunal Federal)", afirmou.

Representantes de associações médicas disseram não acreditar em impacto financeiro. O presidente da Associação Médica de Minas (AMMG), José Carlos Vianna Collares Filho, disse que o número de procedimentos novos é menor, de aproximadamente mil, e que são todos já comprovados e consolidados pela prática médica. Já o presidente da Fencon, José Augusto Ferreira, afirmou que muitos planos de autogestão já cobrem alguns procedimentos que não estão na classificação da ANS. "Estamos oficializando algo que já é praticado. Essa classificação não implica em maiores custos, imediatamente", afirmou o dirigente.

Presenças - Deputados Neider Moreira (PPS), Doutor Viana (PFL) e João Leite (PSDB); deputado federal José Rafael Guerra (PSDB); vereadora Maria Lúcia Scarpelli (sem partido); gerente de Redes Assistenciais da Secretaria de Estado da Saúde, Mauro Chrisóstomo Ferreira; secretário-geral do Conselho Regional de Medicina, Carlos Henrique Diniz de Miranda; presidente do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG), Cristiano Gonzaga da Matta Machado; e o coordenador da Comissão Estadual de Honorários Médicos, Alcebíades Vítor Leal Filho, além de outras autoridades citadas na matéria.

 

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