Frente Parlamentar visita obras paralisadas do metrô de BH

Passarelas de concreto abandonadas, entulho, cobertores usados, restos de comida, vigas pela metade. Esse foi o cenár...

23/08/2006 - 00:02
 

Frente Parlamentar visita obras paralisadas do metrô de BH

Passarelas de concreto abandonadas, entulho, cobertores usados, restos de comida, vigas pela metade. Esse foi o cenário visto na visita que membros da Frente Parlamentar em Defesa do Metrô de Belo Horizonte fizeram, na manhã desta quarta-feira (23/8/26), a duas estações construídas para fazer parte da linha 2 do metrô da Capital mineira, ramal Calafate-Barreiro. Participaram os deputados Célio Moreira (PSDB), coordenador da frente, e João Leite (PSDB). O deputado Gustavo Valadares (PFL) também esteve presente. Ainda participaram da visita representantes da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que deram esclarecimentos aos deputados, e o vereador de Belo Horizonte, Anselmo José Domingos (PTC).

A primeira parada foi na chamada estação Amazonas, na Gameleira. O local tem uma estrutura em concreto bruto, onde seria uma passarela, e um grande trecho de terra compactada, onde seriam colocados os trilhos, ao longo dos já existentes para trens de carga. Os deputados andaram pelo trecho e conversaram com várias pessoas no trajeto. Elas denunciaram que o local está sendo utilizado como ponto de venda de drogas, bota-fora de entulhos, além de estar sendo invadido por sem-tetos e assaltantes. "Alguém precisa ser responsabilizado por essa situação. A estação Amazonas hoje abriga criminosos, em vez de estar sendo utilizada pelo povo", disse Célio Moreira. "O que está flagrante aqui é o abandono, a expectativa frustrada da população", falou o deputado João Leite.

Logo depois, foi visitada a estação Ferrugem, que fica exatamente no limite entre os bairros Vila São Paulo, em Contagem, e das Indústrias, em Belo Horizonte. O deputado João Leite cobrou os investimentos do governo Federal. "Belo Horizonte está abandonada pela União. Essas obras paradas se transformaram em esconderijo de ladrões", afirmou. No trecho visitado, funciona a Escola Estadual Diogo de Vasconcelos. A diretora da escola, Marília Lage Morais Fonseca, salientou que a população precisa, pelo menos, que o muro entre a rua e a obra do metrô seja finalizado. "Do jeito que está, acaba facilitando o esconderijo e a fuga dos bandidos. Estamos muito vulneráveis", explicou ela.

A última parada da visita foi na estação do BHBus Barreiro. No local, há a previsão de integração com a futura linha 2, do metrô, que atenderia os habitantes da região, estimada em 300 mil pessoas. "A frente parlamentar precisa discutir dois pontos importantes: a construção da linha 2 e a regionalização. Sou morador do Barreiro. Há 24 anos, o metrô é esperado na região. Não está havendo acordo entre os governos Federal, Estadual e municipais. A solução desse problema passa pela boa vontade. Falta vontade política", falou Célio. O metrô de Belo Horizonte tem 28,2 km finalizados de cerca de 60 km previstos, que atenderiam locais como a região hospitalar e os bairros de Santa Tereza, Savassi, e Pampulha.

Frente parlamentar - De acordo com o deputado João Leite, mais de 20 deputados já aderiram à Frente Parlamentar em Defesa do Metrô de Belo Horizonte. São eles: o coordenador Célio Moreira, Gustavo Valadares, João Leite; além de Fahim Sawan, Dalmo Ribeiro Silva, Luiz Humberto Carneiro, Lúcia Pacífico, Maria Olívia, Vanessa Lucas e Elbe Brandão, do PSDB; Paulo Cesar, Carlos Pimenta, Alencar da Silveira Jr., Sebastião Helvécio e Sargento Rodrigues, do PDT; Fábio Avelar e Antônio Genaro, do PSC; Bilac Pinto (PFL), Paulo Piau (PPS), Gil Pereira (PP) e Elmiro Nascimento (PFL).

CBTU diz que governo Federal já cumpriu sua parte

O superintendente do Metrô de Belo Horizonte, João Ernani, da CBTU, acompanhou a visita da Frente Parlamentar em Defesa do Metrô de Belo Horizonte com o coordenador de obras da CBTU, Edson Amorim de Paula. Um dos argumentos da CBTU para não dar continuidade às obras do trecho Calafate-Barreiro é que elas foram iniciadas somente com um projeto básico de geometria, e que é necessário finalizar, ainda, projetos de drenagem, vedação, estações, transposições, sanitização e, ainda, de escolha do tipo de trem.

João Ernani alega que a regionalização do metrô da capital mineira, ou seja, a responsabilização, do Estado e dos municípios, pela operação das linhas, é essencial para o bom andamento da expansão do metrô em Belo Horizonte. "Capitais brasileiras como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador foram regionalizadas e foi muito benéfico. Depois da regionalização, São Paulo, por exemplo, já investiu mais de 600 milhões de dólares na sua rede metroviária só no ano passado", afirmou. O superintendente disse que devem ser necessários cerca de R$ 1,5 bilhão de dólares para a conclusão das linhas 2 e 3. A linha 1, já finalizada, está em fase de aprimoramento, com o fim das obras da estação Vilarinho. Segundo ele, de acordo com um convênio firmado entre os governos Federal, Estadual e Municipal, em 1995, a União comprometeu-se com o investimento nas obras da linha 1, o que já foi contemplado. "Foram gastos, inclusive, 34 milhões de reais a mais que a previsão", concluiu.

Presenças - Deputados Célio Moreira (PSDB), coordenador da Frente Parlamentar; João Leite (PSDB) e Gustavo Valadares (PFL).

 

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