Grupo defende a expansão da política de áreas integradas de segurança

A integração dos órgãos de defesa social em Minas Gerais foi referendada no segundo dia do Seminário de Segurança Púb...

22/08/2006 - 00:00
 

Grupo defende a expansão da política de áreas integradas de segurança

A integração dos órgãos de defesa social em Minas Gerais foi referendada no segundo dia do Seminário de Segurança Pública da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Na tarde dessa terça-feira (22/8/06), o grupo de trabalho que discutiu o "Sistema de justiça criminal e compartilhamento de informação" aprovou a proposta de expansão da política de criação de áreas integradas para todo o Estado, com equivalência de responsabilidade territorial entre as polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros, Defensoria Pública e Ministério Público.

Outro grupo de trabalho se reuniu nessa terça-feira (22) para discutir o tema "Administração de recursos humanos do sistema de justiça criminal". As propostas aprovadas em todos os grupos de trabalho serão debatidas novamente na plenária final do seminário, que acontece nesta quarta-feira (23), quando será elaborado o documento final.

Áreas integradas - Com a proposta aprovada pelo grupo do "Sistema de justiça criminal e compartilhamento de informação", a política de criação de áreas integradas de segurança, até agora destinada a cidades de grande porte, poderá ser levada também a municípios menores. O grupo foi coordenado pelo especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental da Superintendência de Integração da Secretaria de Estado de Defesa Social, Lizandro Nei Gualberto. Foram agrupadas as 87 propostas iniciais e acatadas sugestões que tratam da atuação policial, da identificação de indivíduos envolvidos em crimes, do sistema prisional, da pena restaurativa e da participação do terceiro setor.

Entre as medidas propostas está o fortalecimento das polícias Militar e Civil na execução de suas atividades-fim, desonerando-as da custódia e escolta de detentos; e também a criação de uma equipe multidisciplinar para apoio aos policiais de áreas integradas, com produtos de análise criminal. O grupo aprovou ainda a intensificação de ações para humanização do cumprimento de penas, com a participação também da Defensoria Pública na fase pré-processual. Os defensores deverão estar presentes ainda em todas as unidades prisionais e centros de internação de adolescentes.

Identificação por impressão digital vai à plenária final

Para facilitar a investigação de crimes e integrar os sistemas dos ciclos policial e criminal, o grupo aprovou a instituição de um banco de registros de impressões digitais dos indivíduos arrolados em investigações policiais, com adoção de padrão internacional de registro computadorizado. Esse banco de dados será compartilhado entre os órgãos de defesa social. Demandas surgidas na fase de interiorização do seminário também foram atendidas, entre elas a que condiciona a construção de penitenciárias à instalação de Vara de Execução Penal na comarca.

Além disso, deverá ser encaminhado ao Congresso Nacional uma proposta de criação de uma cédula única de identidade para todo o país. E uma Frente Parlamentar deverá ser criada para interferir junto ao Congresso Nacional no sentido de alterar o Código Penal e o Código de Processo Penal. O objetivo é conferir aos delegados a competência para aplicar o princípio da insignificância e não ratificar a prisão em flagrante nos crimes de bagatela, buscando desafogar as unidades prisionais.

Grupo defende regulamentação de aposentadoria especial

Sob a coordenação do professor de Sociologia da Faculdade de Educação da UFMG, o grupo de trabalho que discutiu a "Administração de recursos humanos do sistema de Justiça Criminal" se reuniu na Escola do Legislativo para analisar propostas abordando a capacitação profissional dos servidores, o treinamento e a necessidade de educação continuada e valorização de quem atua no setor.

Na pauta estavam 134 propostas, que foram analisadas por representantes das polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros e da Defensoria Pública. Eles foram unânimes em pedir a regulamentação urgente do instituto da aposentadoria especial para todos os operadores de segurança pública e do adicional por atividades insalubre e perigosa. Também votaram a criação ou ampliação de um quadro de servidores para o exercício de atividades administrativas para estas instituições.

Os servidores da Polícia Civil conseguiram ainda a aprovação da proposta que agiliza o processo de consolidação da nova Lei Orgânica da entidade, bem como a elaboração de um código de ética e de um manual de procedimentos para os policiais.

Entre as propostas aprovadas estão ainda: gratificação por exercício de função de comando na PM; criação e ampliação adequada da função de agente penitenciário, com redimensionamento da carreira e do seu quadro; formatação dos cursos de treinamento com a integração de todas as carreiras que compõem o Sistema de Defesa Nacional; garantia de autonomia gerencial, financeira e orçamentária para Polícia Civil, PM e Corpo de Bombeiros, por meio de contrato de gestão; inamovibilidade para os oficiais militares em função de comando; transformação do atual nível médio das carreiras estritamente policiais da Polícia Civil em superior; e exigência de curso de especialização em gestão pública, em nível de pós-graduação, para promoção de delegado e demais carreiras para classe especial.

 

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