Grupos de trabalho propõem ações de segurança preventiva

A ampliação do turno escolar para oito horas diárias foi uma das propostas selecionadas para avaliação da plenária fi...

21/08/2006 - 00:00
 

Grupos de trabalho propõem ações de segurança preventiva

A ampliação do turno escolar para oito horas diárias foi uma das propostas selecionadas para avaliação da plenária final do Seminário Legislativo "Segurança para Todos - Propostas para uma sociedade mais segura", promovido pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais. A ampliação das horas de ensino foi selecionada como uma das prioridades do grupo de trabalho que discutiu, nessa segunda-feira (21/8/06), o tema: "Ações preventivas e envolvimento da sociedade civil". O tema "Financiamento da segurança pública" também foi discutido nessa segunda-feira.

Já nesta terça-feira (22) reúnem-se os outros dois grupos, que tratarão dos temas "Sistema de justiça criminal e compartilhamento de informação" e "Administração de recursos humanos do sistema de justiça criminal". As propostas dos grupos de trabalho serão debatidas na plenária final do seminário, que acontecerá na quarta-feira (23), quando será aprovado o documento final.

Ações preventivas - Participaram da discussão sobre segurança preventiva dezenas de representantes do Ministério Público, Defensoria Pública, movimento estudantil, Polícia Militar, conselhos tutelares, municípios e diversas entidades da sociedade civil ou governamentais. O grupo de trabalho foi coordenado pelo promotor de Justiça do Centro de Apoio Operacional para as Promotorias de Justiça da Infância e Juventude, Márcio Rogério de Oliveira; e pela coordenadora da Promotoria de Combate ao Crime Organizado, Cássia Virgínia Serra Teixeira Gontijo.

A ampliação do turno escolar está incluída na proposta que exige o estabelecimento e priorização, pelos órgãos de educação, de procedimentos de combate permanente à evasão escolar, com envolvimento das escolas, comunidades, conselhos tutelares, Ministério Público, Defensoria Pública e outros setores da sociedade. Outra proposta requer o aperfeiçoamento das relações entre escola, polícia e comunidade para reduzir a violência nos estabelecimentos de ensino, com a inserção do debate sobre segurança em todos os conteúdos da grade curricular, ou realização de seminários ou projetos com a participação de órgãos públicos e não-governamentais.

Jovens são maioria da população carcerária

A necessidade de investir mais na escola como equipamento de segurança preventiva foi ressaltada pelo coordenador do grupo, o promotor Márcio Rogério de Oliveira. "Se levarmos em consideração que a maioria da população carcerária e das vítimas da violência é formada por jovens de até 30 anos, fica fácil concluir que, se tivermos um sistema de educação mais eficiente, estaremos evitando esse envolvimento com a violência", afirmou o promotor. As prioridades, segundo ele, são oportunidades para profissionalização e acesso a mecanismos de esporte, lazer e cultura.

Entre os programas a serem priorizados, segundo outra proposta selecionada pelo grupo, está a valorização do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) e do Jovens Construindo a Cidadania (JCC). A proposta é que esses programas ganhem uma dotação orçamentária específica do Estado, a cada ano. Também se propõe a inclusão das famílias dos presos em programas como o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) e o Bolsa-Família. Também foi exigida a reavaliação dos métodos pedagógicos e de ressocialização dos presos.

Proposta reforça necessidade de um fundo para segurança pública

Entre as propostas aprovadas pelo grupo de trabalho que discutiu o "Financiamento da segurança pública", está a que cria um fundo estadual para investimento e gastos com outros custeios - que não o com pessoal - nos órgãos do sistema de defesa social. Os recursos seriam suplementares aos já efetivados pelo Tesouro do Estado. A proposta prevê ainda a possibilidade de financiamento, pelo fundo, de projetos nessa área apresentados pelo poder público municipal e pela sociedade civil organizada.

As 72 propostas recebidas pelo grupo durante os encontros regionais do seminário foram condensadas em 21. Durante as discussões, algumas foram suprimidas, e novas sugestões também foram feitas, resultando em 14 propostas que serão levadas à plenária final. Elas contemplam o planejamento de ações dos órgãos do sistema de defesa social, sua autonomia financeira, o levantamento de todos os custos operacionais e ainda a transparência e credibilidade desses órgãos.

O grupo, coordenado pelo auditor setorial da Polícia Civil, Gustavo Persichini de Souza, contou com a participação de representantes das polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros, Defensoria Pública e dos conselhos comunitários de segurança pública. Os conselhos, aliás, foram contemplados com uma proposta que prevê o estabelecimento de formas de financiamento para sua estruturação e financiamento.

Outra proposta que surgiu em todos os encontros regionais é a de criação de um núcleo comum de planejamento das ações do sistema de defesa social, em Belo Horizonte, e de núcleos descentralizados nas diversas regionais do Estado, com participação das prefeituras e da sociedade civil organizada, sob coordenação da Secretaria de Defesa Social. O grupo aprovou ainda, entre outras propostas, a implementação de orçamentos por programas, com vistas a atingir metas e objetivos propostos; o incentivo fiscal, nos moldes do ICMS Cultural, para municípios que investirem no sistema de defesa social; e o estabelecimento, na Constituição Estadual, de um percentual mínimo a ser aplicado na segurança pública, como ocorre hoje com educação e saúde.

 

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