Comissão vai buscar soluções para comunidade extrativista

A Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial da Assembléia Legislativa de Minas Gerais promove nesta quinta-f...

18/08/2006 - 00:01
 

Comissão vai buscar soluções para comunidade extrativista

A Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial da Assembléia Legislativa de Minas Gerais promove nesta quinta-feira (24/8/06), às 10 horas, na Câmara Municipal de Rio Pardo de Minas, uma audiência pública para discutir soluções para a regularização fundiária, viabilização técnica e consolidação do projeto agroextrativista da comunidade de Vereda Funda. Por meio do projeto, dezenas de famílias vivem da extração de madeira, óleo essencial de eucalipto e apicultura em áreas antes ocupadas por empresas de reflorestamento. A audiência pública foi solicitada pelo deputado Rogério Correia (PT).

O assentamento agroextrativista de Vereda Funda está organizado em uma área de aproximadamente 6 mil hectares, que antes eram explorados pela empresa reflorestadora Florestaminas. A área é parte de um total de 240 mil hectares de terras devolutas do semi-árido mineiro que foram arrendados pelo Estado entre a década de 70 e início dos anos 80. Os arrendamentos foram feitos por um período de 20 a 30 anos, a preços muito abaixo do mercado, com a concessão de incentivos fiscais. O objetivo era viabilizar a implantação de grandes projetos de monocultura de eucalipto e pinus, para produção de carvão em áreas consideradas ociosas.

O deputado Rogério Correia defende a regularização do assentamento em Vereda Funda. "A exploração do eucalipto nesta região é feita em terras devolutas e cujos contratos de exploração pelas empresas estão vencidos. Não podemos deixar que o governo estadual entregue, de graça, terras para culturas que têm causado tantos problemas ambientais e sociais, ao invés de incentivar e promover a reforma agrária", afirmou o parlamentar. Segundo ele, é preciso evitar que a monocultura continue a provocar problemas ambientais e expulsar o homem do campo.

Contrato - No caso da área de Vereda Funda, a Florestaminas pagava ao Estado R$ 1,00 por hectare por ano de arrendamento. O contrato expirou em 2001, o que deu início a uma disputa judicial entre a empresa, trabalhadores rurais e o Estado, pelo direito de utilizar a terra. O argumento da empresa era que tinha o direito de colher o eucalipto plantado na área, mesmo depois de vencido o contrato. A população, por sua vez, reivindica o direito de explorar a terra devoluta, uma vez que o contrato está vencido.

O assentamento que existe hoje é resultado de um movimento iniciado em novembro de 2004, quando cerca de 250 trabalhadores rurais ocuparam a fazenda Olhos d'Água, até então utilizada pela Florestaminas na localidade de Vereda Funda. Uma semana após a ocupação, os trabalhadores destruíram os 69 fornos de produção de carvão e iniciaram o projeto de assentamento agroextrativista. Além de discutir a regularização da área, a reunião organizada pela Assembléia Legislativa irá analisar alternativas de financiamento e apoio técnico aos trabalhadores.

Estão convidados para a reunião o secretário de Estado extraordinário para Assuntos de Reforma Agrária, Márcio Kangussu; o procurador de Justiça e coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Conflitos Agrários, Afonso Henrique Teixeira; o diretor geral do Instituto de Terras de Minas Gerais (Iter), Luiz Antônio Chaves; o prefeito de Rio Pardo de Minas, Antônio Pinheiro da Cruz; o presidente da Câmara Municipal, Geraldo de Araújo; o delegado de polícia de Rio Pardo, Marcos Ferreira; o vice-presidente da Gerdau em Minas Gerais, Luiz André Rico Vicente; o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg), Vilson Luiz da Silva; e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio Pardo de Minas, José Maria Ferreira dos Santos.

 

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