Comissão discute produção de carvão a partir de mata nativa

Minas Gerais extrai muito mais madeira de mata nativa do que poderia utilizar a indústria de ferro-gusa, principal co...

16/08/2006 - 00:00
 

Comissão discute produção de carvão a partir de mata nativa

Minas Gerais extrai muito mais madeira de mata nativa do que poderia utilizar a indústria de ferro-gusa, principal consumidor de carvão vegetal no Estado. O excesso de oferta acaba estimulando o desmatamento ilegal de florestas e o abuso na utilização do produto de origem nativa. Para discutir esse problema, a Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais da Assembléia Legislativa de Minas Gerais realiza, nesta quinta-feira (17/8/06), às 9h30, no Auditório, uma reunião com convidados do setor governamental, representantes de siderúrgicas, de organizações não-governamentais e de madeireiros. O encontro foi agendado por requerimento do presidente da comissão, o deputado Laudelino Augusto (PT).

O fato é que a Lei 14.309, de 2002, estipula que o volume de carvão de origem nativa consumido pelas indústrias não pode ultrapassar 10% do utilizado de floresta plantada. A empresa deve replantar o equivalente à mesma área desmatada ou recolher uma taxa de reposição cobrada pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF). No entanto, a lei não proíbe o uso excessivo, estabelecendo apenas que a taxa sobre o excedente seja cobrada em dobro.

O instituto também continua, com base nas legislações federal e estadual, fornecendo autorizações de desmatamento para áreas agricultáveis e de pasto. Para essas autorizações, há imposição de que o material retirado (a lenha) seja vendido. Daí o excesso de produção de madeira. Conforme dados do Sindicato da Indústria do Ferro de Minas Gerais (Sindifer), em Minas as indústrias siderúrgicas produzem cerca de 6 milhões de toneladas por ano e consomem 3,5 metros cúbicos de carvão por cada tonelada, o que corresponde a 21 milhões de m3 anuais.

Foram convidados para a reunião o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho; o presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), Ilmar Bastos Santos; o diretor-geral do IEF, Humberto Candeias Cavalcanti; o presidente da Associação Mineira de Silvicultura, Germano Aguiar Vieira; o presidente do Sindifer, Bruno Melo Lima; o superintendente regional do IEF no Alto Jequitinhonha/Diamantina, Sílvio de Castro Fonseca; o associado do Instituto Grande Sertão, Eduardo Gomes de Assis; e o funcionário do Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas, Carlos Alberto Dayrell.

 

 

 

 

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