"Esquina dos Aflitos" não existe mais, segundo Polícia Civil

A venda de alimentos com prazo de validade vencido na chamada "Esquina dos Aflitos", denunciada em reportagem do jorn...

16/08/2006 - 00:02
 

"Esquina dos Aflitos" não existe mais, segundo Polícia Civil

A venda de alimentos com prazo de validade vencido na chamada "Esquina dos Aflitos", denunciada em reportagem do jornal Estado de Minas, foi solucionada. A afirmação é da delegada da 3a Seccional Noroeste da Polícia Civil, Vânia Godói, durante a reunião da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais desta quarta-feira (16/8/06). A audiência pública, realizada a pedido do deputado Durval Ângelo (PT), recebeu ainda representantes da Vigilância Sanitária, Secretaria Municipal de Abastecimento e Conselho Estadual de Segurança Alimentar (Consea).

De acordo com a delegada, a ação conjunta entre a Polícia Civil e a Vigilância Sanitária possibilitou a repressão aos crimes registrados, o que resultou na extinção da feira clandestina, localizada no bairro Carlos Prates, região Noroeste da Capital. Ela acredita, no entanto, que é preciso mais participação da Vigilância Sanitária no encaminhamento de laudos e amostras de produtos vencidos que são apreendidos. "O trabalho da Polícia Civil fica prejudicado quando não recebemos relatórios técnicos que propiciam a abertura de inquéritos criminais. Este ano, por exemplo, não há nenhuma denúncia ou processo relacionado à comercialização de alimentos vencidos em Belo Horizonte", alertou.

O gerente da Vigilância Sanitária de Belo Horizonte, Maurício da Silva Bastos, alega que o órgão não tem permissão legal para atuar em feiras não registradas na Secretaria Municipal de Abastecimento, por isso, não pode responder pelo comércio realizado em locais clandestinos. "Entendo que a parceria deve ser uma via de mão dupla, em que as polícias solicitem nossa atuação em locais onde não temos permissão. Os resultados obtidos na Esquina dos Aflitos são prova de que este é o caminho", disse.

A comissão aprovou requerimento em que envia a ambos os órgãos as notas taquigráficas da reunião para reforçar a importância do trabalho em conjunto que solucione o problema em Belo Horizonte e no interior. "É preciso fiscalizar toda a rede atacadista mineira, uma vez que a Esquina dos Aflitos é apenas um dos locais onde esse tipo de comércio acontece. Para isso, contamos com a parceria entre os órgãos competentes e a sociedade civil, que é responsável pelas denúncias contra esses criminosos", afirmou o presidente da comissão, deputado Durval Ângelo. O deputado Doutor Ronaldo (PDT) reforçou as palavras de Durval e disse que só haverá responsabilidade penal se as polícias e a Vigilância Sanitária trabalharem juntas.

Chacina de Felisburgo - A comissão aprovou parecer de 1o turno do Projeto de Lei (PL) 2.972/06, do deputado Rogério Correia (PT), que dispõe sobre a indenização dos familiares de vítimas da chacina de Felisburgo, ocorrida em novembro de 2004, no Vale do Jequitinhonha. O parecer do deputado Durval Ângelo é pela aprovação do texto na forma original.

Foi aprovado ainda requerimento, de autoria do deputado Durval Ângelo, para realização de audiência pública para debate a situação dos funcionários da siderúrgica Gerdau, nos Estados Unidos, que estariam sendo submetidos a jornadas de trabalho superiores a 16 horas diárias.

Apuração de acidente que matou jovem no Anel Rodoviário sofre reviravolta

A comissão aprovou dois requerimentos a serem enviados ao procurador-geral de Justiça e à Corregedoria do Ministério Público Estadual (MP). Ambos pedem explicações sobre a omissão dos órgãos quanto ao recurso de transformação de crime doloso para culposo no caso do acidente que matou Patrícia Fernandes da Silva, no Anel Rodoviário, em setembro de 2002. Naquela ocasião, o automóvel dirigido por Eduardo Pentagna Guimarães trafegava em alta velocidade e na contramão de direção quando atingiu o carro conduzido por Rafael Ferreira Carvalho Lopes, ocasionando a morte da jovem. O caso havia sido considerado como homicídio doloso (com intenção de matar) pelo fato de Eduardo estar embriagado e ser reincidente nesse tipo de crime, conforme dados do Detran-MG.

Para o deputado Durval Ângelo, o MP estaria sendo conivente com a impunidade, ao ignorar a mudança do caráter do crime sem apresentar sequer recurso contrário. Para Rafael, é preciso dar o exemplo aos mais jovens. "Sei que o processo não trará a Patrícia de volta. Só quero que se faça justiça", pediu.

O deputado João Leite (PSDB) também prestou solidariedade à família da vítima e chamou atenção para a necessidade de uma punição severa ao responsável. "O caso comoveu o País e só espero não lamentemos também o desfecho desta história.", concluiu.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente; Doutor Ronaldo (PDT); e João Leite (PSDB). Além dos convidados citados na matéria, estiveram presentes ainda os membros do 4o Distrito da Polícia Civil, Carlos Antônio Camelo, Marcelo Biagione e Nilo Costa Júnior; o fiscal da Vigilância Sanitária, Leandro Esteves de Vasconcelos; a representante do Consea Estadual, Regina Rodrigues de Oliveira; e a diretora da Vigilância Sanitária de Contagem, Cláudia Perdigão.

 

 

 

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