Comissão do Protocolo de Quioto analisa relatório nesta quarta (16)

Após três meses de trabalho, a Comissão Especial do Protocolo de Quioto da Assembléia Legislativa de Minas Gerais se ...

11/08/2006 - 00:00
 

Comissão do Protocolo de Quioto analisa relatório nesta quarta (16)

Após três meses de trabalho, a Comissão Especial do Protocolo de Quioto da Assembléia Legislativa de Minas Gerais se reúne nesta quarta-feira (16/8/06), às 9 horas, no Plenarinho III, para apreciar o relatório final. A comissão foi criada para estudar, conhecer e debater a aplicação do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo de Quioto na gestão de resíduos sólidos em Minas Gerais. O MDL é um instrumento de incentivo financeiro para diminuir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera, reduzindo o aquecimento global.

Desde sua instalação, em 4 de maio, a comissão realizou nove audiências com convidados, sendo duas externas. Em Patos de Minas, no Alto Paranaíba, a comissão ainda visitou a Granja Becker e conheceu o sistema de biodigestores que capturam o gás metano dos dejetos de suínos. Esse gás deixa de ser lançado na atmosfera e ainda pode ser usado como combustível. Só na Granja Becker, são gerados diariamente mil m³ de biogás, o equivalente a 33 botijões de gás de cozinha ou 500 litros de gasolina. Já no Instituto de Geo-Ciências da UFMG, foi debatido o tema "MDL em co-geração de energia elétrica e o potencial de Minas Gerais".

Outros temas discutidos ao longo dos trabalhos foram: a situação institucional de Minas Gerais em relação ao Protocolo de Quioto; as mudanças climáticas e sua relação com o MDL; os desafios para a implementação de projetos socioambientais via MDL; o potencial de Minas Gerais em projetos florestais vinculados ao MDL; biocombustível, transportes e resíduos sólidos urbanos, com foco nas potencialidades de Minas Gerais; e normatização, financiamento e comercialização do MDL.

Já durante a última reunião com convidados, foram apresentadas 26 propostas recebidas pela comissão e que estarão também no relatório final. Entre as sugestões, consta o inventário das emissões dos GEE em Minas Gerais e a solicitação, junto ao Banco Mundial, da vinculação do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) como órgão participante do Fundo Mundial para o Meio Ambiente. Durante esse encontro, houve ainda uma discussão sobre o Fórum Mineiro de Mudanças Climáticas, instalado pelo governo do Estado no último dia 2 de agosto.

Mais de 30 entidades do setor público e privado, além de organizações não-governamentais e associações diversas, participaram das reuniões da Comissão do Protocolo de Quioto, entre elas várias secretarias de Estado e ainda representantes do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas e da Comissão Interministerial de Mudança Global do Cima, do governo federal. A riqueza dos temas e a qualidade das discussões levou a comissão a prorrogar os trabalhos, inicialmente previstos para o prazo de 60 dias.

Participam da comissão os deputados Laudelino Augusto (PT), presidente; Doutor Ronaldo (PDT), vice; Sávio Souza Cruz (PMDB), relator; e ainda Dimas Fabiano (PP) e Irani Barbosa (PSDB).

Protocolo entrou em vigor em 2005

O Protocolo de Quioto, que entrou em vigor em 2005 e do qual o Brasil é signatário, prevê atitudes para a redução das emissões dos GEE, tendo em vista que o aumento da concentração desses gases na atmosfera tem provocado alterações climáticas, como elevação da temperatura média do planeta. O documento estabelece uma redução mínima de 5,2% nas emissões desses gases pelos países desenvolvidos, em relação aos níveis de 1990. Para atingir essa meta, porém, eles podem também investir em projetos de redução de emissões nos países em desenvolvimento signatários, por meio do MDL. Assim, eles reduzem o nível global de poluição e estabelecem o comércio dos chamados créditos de carbono.

Durante os trabalhos da Comissão Especial do Protocolo de Quioto, os deputados receberam de especialistas a informação de que o Brasil ocupa a segunda colocação, no mundo, em número de projetos de redução de carbono com base no MDL. O País já apresentou 175 projetos, número inferior apenas ao da Índia, que conta com 330 projetos. Segundo os especialistas ouvidos pala comissão, Minas Gerais também já está recebendo recursos relacionados à aplicação dos créditos de carbono.

Resultados - De acordo com o deputado Laudelino Augusto, pela soma de esforços de várias entidades, o trabalho da comissão superou todas as expectativas. "Conseguimos constatar enormes possibilidades de desenvolvimento sustentável para Minas, a partir do Protocolo de Quioto. Identificamos também os principais entraves para que essas oportunidades sejam concretizadas e apontamos soluções", ponderou. Entre os resultados alcançados, o parlamentar cita a instalação do Fórum Mineiro de Mudanças Climáticas; a formação de uma rede de trabalho de diversas entidades interessadas em promover o desenvolvimento sustentável no Estado; e a aproximação entre Minas e o Programa Austríaco do MDL, cujos representantes estarão em Belo Horizonte em setembro próximo, buscando investir em projetos mineiros.

 

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