Fórum propõe criação de secretaria de políticas para mulheres

A criação de uma unidade especializada em políticas públicas para as mulheres, com status de secretaria de Estado, fo...

11/08/2006 - 00:03
 

Fórum propõe criação de secretaria de políticas para mulheres

A criação de uma unidade especializada em políticas públicas para as mulheres, com status de secretaria de Estado, foi o principal destaque do documento final apresentado, nesta sexta-feira (11/8/06), no encerramento do Fórum Técnico "Políticas públicas para as mulheres", realizado na Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Coordenada pela deputada Jô Moraes (PCdoB), a plenária final discutiu as cerca de 200 propostas formuladas pelos grupos temáticos. O documento final será encaminhado à Secretaria Nacional Especial de Políticas para as Mulheres e à Secretaria Estadual de Planejamento e Gestão (Seplag) para o aperfeiçoamento do Plano Mineiro de Políticas para as Mulheres.

Segundo a coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher (Nepem/UFMG), Marlise Matos, o fórum foi produtivo e alinhavou um conjunto de propostas para o enriquecimento do Plano Mineiro, apresentado pela secretária de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena, nesta quinta-feira (10), durante o evento. Para ela, há sensibilidade por parte do governo e o mais importante será a criação do órgão estadual, com orçamento e recursos próprios, para ser o coordenador das ações em Minas.

A presidente em exercício do Conselho Estadual da Mulher, Maria de Nazareth Barreto de Carvalho, destacou também a importância da criação dos conselhos municipais. De acordo com ela, tem havido bastante procura nas cidades do interior e as demandas devem aumentar ainda mais após o fórum. "O anúncio da criação da secretaria antecipou os anseios do fórum. Este órgão e os conselhos municipais serão os instrumentos para a viabilização das propostas apresentadas no evento. Mais que isso, farão com que os conselhos municipais que estão parados se reorganizem", reforçou.

A coordenadora municipal de Direitos da Mulher da Prefeitura de Belo Horizonte, Márcia de Cássia Gomes, afirmou que os resultados obtidos no fórum serão utilizados na 2a Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres, que acontece em novembro deste ano, na Capital. Segundo a deputada Jô Moraes, o fórum técnico deverá ser transformado em evento permanente na ALMG, para auxiliar o monitoramento e a execução das políticas definidas nos planos mineiro e nacional.

Fórum solicita criação de varas especializadas

A proposta de documento final foi elaborada com base nos resultados das discussões dos grupos de trabalho, que trataram do enfrentamento da violência contra as mulheres, da autonomia e igualdade no mundo do trabalho, dos direitos da mulher à terra e à moradia, da saúde da mulher e da educação inclusiva e não sexista. Além destas, o documento contempla ainda propostas gerais, que abordam considerações que não se enquadraram nos temas definidos previamente.

Entre as propostas presentes no documento, além da criação do órgão estadual especializado em políticas públicas para mulheres e dos conselhos municipais, está a instalação de varas especializadas para o atendimento das mulheres. Essa proposta pretende colocar em prática dispositivo da Lei Federal 11.340 (Lei Maria da Penha), de 2006, que prevê a criação de juizados de violência doméstica e familiar contra a mulher e varas especializadas. Para tanto, foi aprovado o envio de ofício ao Tribunal de Justiça solicitando a adoção das medidas necessárias.

Outras propostas apresentadas foram: a formação de banco de dados unificado sobre a violência contra as mulheres; a implantação de Defensorias Públicas nas comarcas onde ainda não existam ou estejam desativadas; estruturação e criação de postos regionais de saúde do trabalhador; garantia de acesso das trabalhadoras rurais aos programas da agricultura familiar; alteração da Lei 11.830, de 1995, destinando 1% do ICMS para investimento em habitação urbana e rural; formação de um grupo permanente de monitoramento das demandas por terras no campo e na cidade; implantação de atendimento psicossocial às vítimas de violência doméstica e sexual em toda a rede pública; ampliação do fornecimento de medicamentos às pessoas de terceira idade e aos portadores de necessidades especiais; melhoria salarial e das condições de trabalho das professoras; e ampliação da rede de creches e pré-escolas públicas.

 

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