Estado terá unidade especializada em políticas para mulheres

A secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena, anunciou, durante o primeiro painel do Fórum Técnico...

10/08/2006 - 00:01
 

Estado terá unidade especializada em políticas para mulheres

A secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena, anunciou, durante o primeiro painel do Fórum Técnico "Políticas públicas para mulheres", realizado nesta quinta-feira (10/8/06), na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, a iniciativa do governo estadual de criar uma unidade administrativa responsável pela formulação, coordenação e articulação de políticas públicas para as mulheres em Minas.

Em sua participação no painel "Plano de políticas públicas para as mulheres - Diagnóstico atual: obstáculos e perspectivas" a secretária apresentou o plano desenvolvido pelo governo, que contempla ações nas áreas de saúde, direitos fundamentais, igualdade no mercado de trabalho, enfrentamento da violência e educação inclusiva das mulheres. Segundo Renata Vilhena, o plano foi motivado por dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontam, entre outros cenários, o crescimento da violência contra a mulher, do nível de desemprego e da distância salarial entre gêneros no mercado de trabalho em todo o País. "O plano está coordenando ações que já vinham sendo feitas e pretende subsidiar os grupos de discussão do fórum com informações que possibilitem seu aperfeiçoamento", disse.

O plano estadual aborda saúde da mulher; políticas públicas de trabalho, emprego e renda; e o enfrentamento à violência contra a mulher. Os projetos desenvolvidos pela secretaria tratam das políticas de prevenção à mortalidade materna e transmissão de doenças sexualmente transmissíveis; atenção à saúde da população prisional e adolescentes em conflito com a lei; saúde nas escolas; mulheres vítimas de violência sexual; combate ao câncer de mama e de útero; primeiro emprego; cooperativismo; educação; e criação de conselhos municipais e defensorias públicas para atendimento às mulheres em situação de violência. "Nosso desafio em 2006 é estabelecer indicadores que reflitam a eficácia do plano e sua potencial revisão", concluiu.

A deputada Jô Moraes (PCdoB), que coordenou o painel, disse que o objetivo do fórum é exatamente aperfeiçoar o que vem sendo feito pelo Estado. "O que for discutido neste encontro deve ser uma alavanca transformadora do momento em que estamos vivendo", afirmou.

Governo federal quer sociedade envolvida no combate à violência

"Somente um aparato com a participação do governo e toda sociedade civil poderá resolver a questão do combate à violência contra a mulher", afirmou a subsecretária de Ações Temáticas da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Aparecida Gonçalves, durante o painel. Para ela, o enfrentamento à violência doméstica é um dos maiores desafios a serem vencidos. Em sua fala, ela defendeu uma política pública baseada na prevenção, atendimento e combate à violência, por meio da criação de centros de referência de atendimento à mulher e Defensorias Públicas especializadas.

Aparecida Gonçalves apresentou o plano nacional, desenvolvido pela secretaria, que se baseia em ações que visam autonomia, educação, saúde e direitos sexuais e reprodutivos, além do combate à violência. Com relação à autonomia, o plano pretende garantir benefícios às trabalhadoras rurais, com acesso ao crédito rural; reduzir a informalidade das empregadas domésticas; e reformular a capacitação e formação de professores do ensino publico, por meio do projeto "Diversidade na escola", que será implantado no próximo ano. Para garantir a saúde e os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, foi criado um plano de redução da mortalidade materna, que promoveu ampla discussão sobre o assunto. Finalmente, a necessidade de se estabelecer uma norma técnica, levando em conta a ética médica e a violência sexual, está contemplada no plano.

Papel do poder público - Falaram ainda, durante o painel, a representante do Fórum de Mulheres Feministas de Belo Horizonte, Neuza Cardoso de Melo, e a coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher (Nepem - UFMG), que abordaram a importância do avanço dos planos nacional e estadual nas esferas política e cultural, da criação das defensorias e dos conselhos municipais, e pediram comprometimento do poder público na execução das políticas para as mulheres. "Muitas vezes os conselhos não cumprem seu papel por falta de apoio do poder público", exemplificou Neuza Cardoso. "Minas Gerais é um dos estados que possui menor número de legislação específica para as mulher. Peço ao Legislativo que cumpra seu papel", finalizou.

Durante os debates, a deputada Elisa Costa (PT) citou a lei sancionada na última segunda-feira (7) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que altera o Código Penal e permite prisão em flagrante de agressores. Para ela, a lei é um avanço na História e reforça a luta das mulheres. Mais que isso, a parlamentar defendeu o aumento de recursos no orçamento federal específicos para as políticas para as mulheres já em 2007. "Na Lei de Diretrizes Orçamentárias em Minas Gerais foi aprovada emenda prevendo recursos específicos para ampliar centros de referência e apoio à mulher vítima de violência. Isso deve acontecer também em âmbito nacional", solicitou.

 

 

 

 

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