Políticas para mulheres dependem de ação integrada entre governos

A discriminação, a violência e a desigualdade contra a mulher devem ser enfrentadas com a execução de políticas trans...

10/08/2006 - 00:00
 

Políticas para mulheres dependem de ação integrada entre governos

A discriminação, a violência e a desigualdade contra a mulher devem ser enfrentadas com a execução de políticas transversais dos governos federal, estaduais e municipais, com o comprometimento das assembléias legislativas e câmaras municipais e com a garantia da inclusão de recursos orçamentários para essas ações. Foi o que defendeu a subsecretária de Ações Temáticas da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Aparecida Gonçalves, que participou da abertura do Fórum Técnico "Políticas públicas para as mulheres", promovido pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais, nesta quinta-feira (10/8/06). Também participaram cinco secretários de Estado (Planejamento, Saúde, Educação, Turismo e Desenvolvimento Econômico) e representantes de várias instituições, que falaram para um Plenário lotado.

A entrada em vigor da Lei Federal de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (Lei Maria da Penha), nesta semana, será importante instrumento para o poder público e a sociedade brasileira, como lembrou o 3º-vice-presidente da ALMG, deputado Fábio Avelar (PSC), representando o presidente Mauri Torres (PSDB). Para ele, a nova lei é um avanço e deve ser recebida como estímulo para outras políticas públicas nesse sentido. A própria realização do fórum técnico, afirmou, é uma "demonstração de que movimentos consistentes, fundados nas demandas sociais, não acontecem em vão".

O fórum técnico continua na tarde desta quinta e terá a plenária final na sexta-feira (11). O objetivo dos participantes é discutir a implementação dos programas contidos nos planos nacional e estadual de Políticas para as Mulheres, que resultaram da realização de conferências municipais, estaduais e nacional, em 2004.

Presença feminina na política ainda é pequena

Apesar de ainda haver demanda de muitas ações, como no tocante à presença da mulher na política, campo em que o Brasil ocupa o 102º lugar entre 189 países, a administração pública vem passando por um processo de mudança, de acordo com os secretários de Estado presentes ao fórum. A secretária de Estado de Desenvolvimento Social e Esportes, Maria Coeli Simões Pires, fez uma breve citação sobre ações voltadas para a autonomia e igualdade de gêneros no mercado de trabalho e os serviços oferecidos na área dos direitos humanos.

Já o secretário de Saúde, Marcelo Gouvêa Teixeira, apresentou números que indicam melhorias nos quadros de óbitos por mortalidade materna e de recém-nascidos no Estado, que foram reduzidos, respectivamente, em 15,4% e 21,2%, para cada mil casos. Já o índice de gravidez em adolescentes caiu 17,6%, como informou. Apesar disso, segundo ele, é preciso aprimorar as ações para enfrentar desafios como a transição epidemiológica da Aids, cada vez mais presente em mulheres.

A secretária de Educação, Vanessa Guimarães, e o secretário-adjunto de Turismo, Roberto Fagundes, fizeram breves exposições sobre as ações intersetoriais desenvolvidas pelas pastas que se inserem no contexto de políticas para as mulheres. A secretária de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena, iria falar, no painel que deu prosseguimento à abertura do evento, ainda na quinta-feira (10), sobre o conjunto de ações do governo estadual para esse fim.

Também participaram da mesa de abertura a defensora pública-geral do Estado, Marlene Oliveira Nery, que falou sobre a iniciativa pioneira do órgão de criação de núcleos de atendimento a mulheres vitimizadas; e a presidente do Conselho Estadual da Mulher, Maria Nazareth Barreto de Carvalho, que conclamou os movimentos organizados a lutar pelo funcionamento dos conselhos municipais da mulher.

A deputada Jô Moraes (PCdoB) também participou da abertura e irá coordenar os trabalhos no restante do evento.

 

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