Governo quer universalizar saneamento no Jequitinhonha até 2010

O governo estadual pretende universalizar os serviços de água, esgoto e saneamento na região dos Vales do Jequitinhon...

09/08/2006 - 00:00
 

Governo quer universalizar saneamento no Jequitinhonha até 2010

O governo estadual pretende universalizar os serviços de água, esgoto e saneamento na região dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e São Mateus até 2010. O desafio foi lançado pelo coordenador do Programa Vida no Vale, da Secretaria Estadual de Planejamento e Gestão (Seplag), Luiz Augusto Kauark Leite, durante a reunião da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais da Assembléia Legislativa de Minas Gerais desta quarta-feira (9/8/06). A reunião, solicitada pelo deputado Laudelino Augusto (PT), teve o objetivo de conhecer o projeto-piloto, que resultará no programa, e questionar a criação de subsidiárias da Copasa na região.

Segundo o deputado Fábio Avelar (PSC), o programa é ambicioso, uma vez que existem mais de 4 mil localidades sem serviços de saneamento no Estado. "A Copasa tem um grande potencial e pode atingir este objetivo, no entanto, precisamos aprofundar o debate sobre a criação das subsidiárias da Copasa na região do Vale do Jequitinhonha", disse, referindo-se ao Projeto de Lei (PL) 3.374/06, que trata do tema e teve a tramitação em regime de urgência na ALMG retirada pelo governador, na última terça-feira (8).

A deputada Elisa Costa (PT) concorda com Fábio Avelar no que se refere ao aprofundamento do debate, mas considera injustificada a criação das subsidiárias na região, entendendo que por meio de parcerias com o governo federal é possível oferecer saneamento básico aos mais de 1,3 milhão de habitantes da região. "O Luz para Todos é um programa bem-sucedido que não contou com criação de subsidiárias da Cemig no interior do Estado. Não vejo por que isso ser feito", questionou.

O deputado João Leite (PSDB), entretanto, discordou de Elisa Costa, alegando que existem diversos programas e financiamentos mal conduzidos pelo Executivo federal e que a solução passa pelo debate envolvendo os setores público, privado e sociedade civil.

Vida no Vale beneficiará regiões de menor IDH

O projeto-piloto, que tem como objetivo realizar estudos de viabilidade para o programa Vida no Vale, beneficiará cerca de 40 mil habitantes de 31 comunidades dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e São Mateus. De acordo com o coordenador do projeto, Luiz Augusto Kauark Leite, os estudos serão feitos em dez meses e demandarão um investimento de R$ 3,7 milhões. O critério para a escolha das localidades contempladas foi o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o déficit de saneamento.

A intenção da Seplag é criar um modelo que ofereça serviços de água e esgoto sustentáveis, com tarifas compatíveis às condições de renda da região, com gestão transparente e envolvimento com a comunidade. "Pretendemos ouvir as necessidades de quem será beneficiado com o programa, para que as pessoas sejam responsáveis não somente pela concepção do trabalho, mas pela fiscalização do que será feito", afirmou. Os Vales do Jequitinhonha, Mucuri e São Mateus têm o menor IDH e o maior déficit de atendimento do Estado, com fornecimento de água para apenas 65% das localidades, tratamento de esgoto sanitário para 35% das cidades e coleta de lixo em apenas 39% das comunidades da região. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O representante da Seplag defende a criação das subsidiárias da Copasa na região, por entender que haveria redução de custos trabalhistas diretos e indiretos, transparência gerencial, melhor monitoramento das metas, correta definição da escala geográfica de gestão compatível com o modelo operacional e uma melhor definição na distribuição dos subsídios cruzados. Para Luiz Augusto, as subsidiárias auxiliariam na ampliação do atendimento, que hoje é feito em 92 comunidades, para mais 2.500 localidades, em apenas quatro anos.

Projeto gera dúvidas

O prefeito de Turmalina, Soelson Barbosa Araújo, apóia a iniciativa, mas assim como o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Purificação e Distribuição de Água em Serviços de Esgoto (Sindágua), José Maria dos Santos, a deputada Elisa Costa e o deputado Fábio Avelar, considerou confusa a operacionalização e a participação popular no projeto. Para eles, é preciso que sejam melhor explicadas e definidas as formas de abastecimento, manutenção e cobrança de tarifas acessíveis às populações de baixa renda da região.

Presenças - Deputados Laudelino Augusto (PT), presidente; Fábio Avelar (PSC) e João Leite (PSDB); e deputada Elisa Costa (PT).

 

 

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