Promulgada Emenda que garante autonomia à Defensoria Pública

A Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) promulgou nesta terça-feira (8/8/06) a Emenda à Constituição Estadual...

08/08/2006 - 00:01
 

Promulgada Emenda que garante autonomia à Defensoria Pública

A Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) promulgou nesta terça-feira (8/8/06) a Emenda à Constituição Estadual 75, que assegura autonomia funcional e administrativa à Defensoria Pública. A emenda é originária da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 89/05, de autoria do deputado Edson Rezende (PT). A solenidade, realizada no Salão Nobre, contou com a presença de toda a Mesa da Casa, representantes de entidades representativas da categoria, defensores públicos e vários deputados.

A partir da nova emenda, a Defensoria Pública terá autonomia na elaboração de sua proposta orçamentária e na aplicação dos recursos, e terá direito a receber repasses mensais de duodécimos do Orçamento do Estado. Antes, era atrelada à Secretaria de Estado da Defesa Social. Embora continue como órgão do Poder Executivo, a Defensoria terá mais liberdade de gestão.

O objetivo da emenda, segundo o autor da PEC que a gerou, o deputado Edson Rezende, é oferecer à Defensoria Pública as mesmas condições de trabalho do Ministério Público (MP), que já detém a autonomia e conta com muito mais estrutura de funcionamento. Ele lembrou que o defensor público é quem defende os cidadãos mais pobres, crianças e adolescentes, e o MP representa o Estado acusador. "O Estado acusador tem capacidade de ser o mais eficaz possível e o defensor não o tem", afirmou o deputado, ao lamentar a falta de igualdade entre os dois órgãos.

Edson Rezende afirmou, ainda, que, em Minas Gerais, a Defensoria é responsável por 80% dos processos civis e 90% dos criminais. Para ele, a emenda representa uma conquista para a categoria e, sobretudo, para a população pobre que não pode pagar um advogado. O parlamentar ressaltou que a Assembléia já contribuiu para a melhoria das condições dos defensores, aprovando o piso salarial de R$ 4 mil e garantindo a participação de um representante do órgão na Comissão de Compatibilização e Acompanhamento Orçamentário, que apresenta propostas à Lei de Diretrizes Orçamentárias do Estado.

Categoria comemora conquistas

A secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena, que no ato da promulgação representou o governador Aécio Neves, ressaltou as melhorias conquistadas pelos defensores públicos nos últimos três anos.

Segundo a secretária, até 2003 a unidade administrativa contava com 462 defensores públicos e 120 servidores administrativos. Atualmente conta com 520 defensores, número que chegará a 657 com a nomeação de novos profissionais que estão se submetendo a um concurso público. Ao final do processo seletivo, a Defensoria passará a contar com 918 servidores efetivos.

Há três anos, de acordo com a secretária, a Defensoria trabalhava com um orçamento de R$ 25 milhões; já em 2006 estão previstos repasses de R$ 50,9 milhões, mais que o dobro do valor inicial. Renata Vilhena informa que o orçamento de 2007 já está sendo elaborado, mas adverte que a Defensoria continua submetida à Lei de Responsabilidade Fiscal, segundo a qual o Executivo só pode destinar 48% de sua receita aos gastos com pessoal.

Para a defensora pública geral de Minas Gerais, Marlene Oliveira Néri, a emenda é o instrumento necessário para que a Defensoria atenda com independência em relação ao Poder Executivo e exerça com eficiência suas obrigações constitucionais. Lembrou que a emenda adequa a Constituição Estadual às modificações introduzidas pela Emenda 45 da Constituição Federal. "Agora o defensor poderá agir de forma mais efetiva em favor do cidadão carente", comemorou.

O presidente da Assembléia, deputado Mauri Torres (PSDB), salientou que a nova emenda é fruto de um trabalho harmônico entre todos os deputados e o Poder Executivo. Segundo o parlamentar, a Assembléia sempre tem procurado ouvir a sociedade em todas as matérias importantes que tramitam na Casa. "Esperamos contribuir com o avanço da política mineira e da sociedade organizada de Minas Gerais".

Presenças - Deputados Mauri Torres (PSDB), presidente; Rogério Correia (PT), 2° vice-presidente; Fábio Avelar (PSC), 3° vice-presidente; Antônio Andrade (PMDB), 1° secretário; Elmiro Nascimento (PFL), 3° secretário; o presidente da Associação Nacional dos Defensores Públicos, Leopoldo Portela Júnior; o presidente da Associação dos Defensores Públicos de Minas Gerais, Glauco David de Oliveira Sousa; além de vários outros deputados.

 

 

 

 

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