Fórum sobre Mulheres abordará conteúdo de lei sancionada segunda (7)

O enfrentamento da violência contra as mulheres, tema do grupo 3 do Fórum Técnico "Políticas públicas para as mulhere...

08/08/2006 - 00:01
 

Fórum sobre Mulheres abordará conteúdo de lei sancionada segunda (7)

O enfrentamento da violência contra as mulheres, tema do grupo 3 do Fórum Técnico "Políticas públicas para as mulheres", que a Assembléia Legislativa de Minas Gerais realiza nesta quinta (10/8) e sexta-feiras (11/8/06), recebeu reforço jurídico maior, com a sanção da Lei de Enfrentamento da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. A lei, sancionada ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, altera o Código Penal para permitir a prisão em flagrante de agressores. Também acabam as penas pecuniárias e a prisão prevista aumenta de seis meses e um ano para três meses e três anos. A nova norma coloca o Brasil no 18º lugar entre os países da América Latina a contar com uma legislação específica para a violência doméstica.

Cerca de 600 inscrições, entre institucionais e particulares, foram feitas para o fórum. O evento vai debater as políticas para as mulheres contidas nos planos nacional e estadual, discutir sua implementação e identificar possíveis obstáculos e perspectivas para esse trabalho. Das 600 inscrições, cerca de 380 foram de instituições e o restante de particulares.

Realizado a requerimento da deputada Jô Moraes (PCdoB), o fórum destina-se a gestores e servidores de órgãos do Executivo, Legislativo e Judiciário que atuam na implementação, execução e fiscalização das políticas públicas relativas ao combate à discriminação de gênero. Outro público-alvo são os representantes dos movimentos sociais, especialmente aqueles ligados às causas feministas e de defesa dos interesses das mulheres. O evento tem apoio de 20 órgãos públicos e entidades ligadas às causas sociais.

Dentre os temas discutidos durante as reuniões preparatórias ao longo de julho, estão saúde da mulher; direitos sexuais e reprodutivos; autonomia e igualdade no mundo do trabalho; enfrentamento à violência contra as mulheres. A partir da identificação desses itens, os grupos de trabalho devem debater o que está funcionando e o que precisa ser modificado nas políticas públicas destinadas a tais temas.

Segundo a deputada Jô Moraes, os encontros preparatórios serviram para constatar "a completa desarticulação dos poucos passos dados por parte da maioria dos órgãos públicos e também das entidades de mulheres. Há desarticulação entre os órgãos governamentais em torno das iniciativas para a área". A deputada afirma que o fórum técnico servirá para dar visibilidade a alguns dos avanços e aperfeiçoar os programas existentes.

Conselhos municipais - A necessidade de se criarem os conselhos municipais da mulher foi lembrada pela presidente em exercício do Conselho Estadual da Mulher, Maria Nazareth Barreto de Carvalho. Destacando a existência de apenas 22 conselhos em funcionamento no Estado, " e outros criados mas não em funcionamento, por problemas políticos", Maria Nazareth defende ainda a criação de um órgão maior, como uma secretaria, para a gestão dos assuntos da mulher. "O conselho não tem essa função juridicamente. Não adianta só monitorar, é preciso articular e interligar", completa.

Para a coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher da UFMG, Marlise Matos, os avanços nos direitos passam necessariamente por uma transformação cultural, "e isso só se consegue por meio da educação. Daí a importância de um dos temas do fórum, a educação inclusiva e não sexista".

A programação completa do evento está no site www.almg.gov.br

 

 

 

 

 

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