Assembléia aprova projeto da LDO e inicia recesso parlamentar

O Projeto de Lei (PL) 3.293/06, do governador do Estado, que dispõe sobre as diretrizes para a elaboração da lei orça...

18/07/2006 - 00:01
 

Assembléia aprova projeto da LDO e inicia recesso parlamentar

O Projeto de Lei (PL) 3.293/06, do governador do Estado, que dispõe sobre as diretrizes para a elaboração da lei orçamentária para o exercício financeiro de 2007 (LDO), foi aprovado pelo Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais nesta terça-feira (18/7/06). A Reunião Extraordinária das 9 horas se prolongou até as 14 horas, quando foi encerrada a votação da matéria. Com a aprovação do projeto, tem início o recesso parlamentar. A proposta foi aprovada com 17 emendas que haviam recebido parecer pela aprovação e outras quatro, com parecer pela rejeição, que receberam pedido de destaque do deputado Gustavo Valadares (PFL). As demais emendas, de um total de 280, foram rejeitadas em Plenário.

O projeto da LDO tem o objetivo de orientar a elaboração da lei orçamentária anual, estabelecer as metas e prioridades da administração pública estadual, dispor sobre a política de aplicação da agência financeira oficial, administração da dívida e operações de crédito e sobre as alterações na legislação tributária e tributário-administrativa.

Novidades - O PL 3.293/06 traz algumas novidades. Uma mudança este ano é que a proposta original do governo, no inciso V do artigo 15º, impede que emendas de deputados anulem as dotações orçamentárias destinadas ao Pasep e ao Fundo de Incentivo ao Desenvolvimento (Findes). O fundo, criado pela Lei 15.981, de 2006, tem como objetivo dar suporte financeiro a programas de financiamento destinados ao desenvolvimento e à expansão do parque industrial mineiro e das atividades produtivas e de serviços nele integradas. Uma emenda aprovada acaba com esta proibição em relação ao Findes. Ou seja, só os recursos do Pasep não podem ser anulados. Outra novidade é a possibilidade de que o Executivo, por medida de economia de recursos, deixe de publicar a lei orçamentária no jornal impresso "Minas Gerais" e a publique apenas na internet. Essa possibilidade está expressa no artigo 17 do projeto.

Projeto demonstra aumento da capacidade de investimentos

Há ainda o aumento da capacidade de investimentos previstos, que chegam a R$ 3,124 bilhões (recursos do Tesouro), em comparação com os R$ 2,2 bilhões de 2006. A projeção das receitas indica um total de R$ 29,911 bilhões para o ano de 2007, tendo como principais parâmetros macroeconômicos o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,75% e uma inflação média pelo IPCA de 4,5%. O orçamento do Estado para este ano é de R$ 27 bilhões. Do total de receitas previstas para o ano que vem, R$ 20,836 bilhões referem-se aos tributos, que apontam um crescimento de 10,7% com relação a 2006. Os valores projetados com relação à arrecadação de ICMS são de R$ 17,542 bilhões, um aumento de 9,8% com relação ao exercício anterior. Já a arrecadação do IPVA tem valor projetado de R$ 1,380 bilhão (aumento de 17,9%).

A proposta governamental lista, ainda, as diversas ações dos programas estruturadores ou aqueles com monitoramento intensivo: a adequação dos espaços e a implantação do Centro Administrativo do Governo; a infra-estrutura de transportes do Triângulo e do Vale do Paranaíba; a implantação de sistemas simplificados de saneamento básico; a gestão ambiental no século XXI; o Circuito Cultural da Praça da Liberdade; a redução da criminalidade violenta em Minas e a universalização e a melhoria do ensino médio, entre outros programas.

Proposta é aprovada com 21 emendas

Entre as alterações ao projeto que foram aprovadas estão, por exemplo, a previsão de aquisição de equipamentos de informática e veículos a serem destinados aos conselhos tutelares; e a destinação de recursos para a implantação do campus universitário em Governador Valadares, por meio da lei orçamentária. A priorização da Universidade Estadual de Minas Gerais no plano de metas do governo do Estado, também prevista em emenda, foi aprovada, além de emenda que prevê a destinação de recursos para regulamentação de parques estaduais, e outra que trata da reestruturação da infra-estrutura das estâncias hidrominerais.

Também foi incluída no projeto original emenda que prevê que a destinação dos recursos relativos a programas sociais conferirá prioridade às áreas de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), com ênfase para as áreas especiais de interesse social, conforme definição da Organização das Nações Unidas (ONU). Outra alteração aprovada determina que os serviços de consultoria somente serão contratados para execução de atividades que comprovadamente não possam ser desempenhadas por servidores ou empregados da administração estadual, publicando-se no diário oficial do Estado e na página oficial do órgão na internet, além do extrato do contrato, a motivação e a autorização da contratação, na qual constará, necessariamente, quantitativo médio de consultores, custo total dos serviços, especificação dos serviços e prazo de conclusão.

Outra emenda aprovada determina que, dos recursos correspondentes a, no mínimo, 1% da receita corrente ordinária do Estado destinados à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e por ela privativamente administrados, serão destinados, no mínimo, 25% para financiamento de projetos de pesquisa desenvolvidos por instituições estaduais, e, nas instituições federais, serão priorizados os projetos de abrangência multiregional, com relevância social e inovação.

Saúde - Foi ainda aprovada emenda que dá interpretação ampla ao termo "ações e serviços públicos de saúde", incluindo entre esses serviços a Copasa, o Hospital Militar e o Hospital da Previdência. O tema é polêmico, pois a determinação exata do que são essas ações e serviços é que vai dizer se o Estado está ou não gastando os 12% que a Emenda à Constituição 29 determina que sejam aplicados em saúde. A Emenda 29 requer uma lei complementar federal que a regulamente, o que daria fim à polêmica, mas até hoje essa lei não existe.

Deputados da oposição fazem críticas

As deputadas Elisa Costa, Maria Tereza Lara e o deputado Laudelino Augusto, todos do PT, citaram a audiência da Comissão de Participação Popular com movimentos sociais para debater a LDO e defenderam que a iniciativa seja aprimorada e consolidada no calendário da Assembléia. A deputada Elisa Costa questionou que o crescimento da receita do ICMS, previsto em 9% para 2007, não tenha se refletido, na proposta da LDO, em reajuste salarial para o servidor público. "Mais uma vez as tabelas salariais não serão recuperadas", lamentou.

A deputada também criticou a rejeição da emenda do Bloco PT/PCdoB que garantia o investimento de 12% na saúde (conforme prevê a Emenda 29), sem incluir gastos com saneamento básico e previdência dos militares, entre outros. "O governo continua em dívida com a saúde", afirmou.

A deputada Maria Tereza Lara e o deputado Laudelino Augusto lamentaram a ausência de representantes da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) na audiência pública da Comissão de Participação Popular e o fato de apenas duas das 29 emendas extraídas da audiência e apresentadas pela comissão terem sido aprovadas. As emendas aprovadas prevêem a destinação de recursos para as conferências estaduais dos direitos da criança e do adolescente e para a formação e qualificação profissional de pessoas portadoras de deficiência.

O deputado Laudelino Augusto pediu ainda que fosse registrado seu voto contrário à aprovação da LDO. Para ele, a tramitação da matéria foi tumultuada. O deputado André Quintão (PT) também comentou três emendas que não foram acatadas. Elas previam que fossem destinados recursos para a segurança alimentar, os fóruns de lixo e cidadania e também a qualificação de 4 mil profissionais da educação infantil.

 

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