Governança Ambiental aprova relatório final e encerra trabalhos

A Comissão Especial sobre Governança Ambiental da Assembléia Legislativa de Minas Gerais aprovou o relatório final do...

17/07/2006 - 00:01
 

Governança Ambiental aprova relatório final e encerra trabalhos

A Comissão Especial sobre Governança Ambiental da Assembléia Legislativa de Minas Gerais aprovou o relatório final dos trabalhos em reunião realizada nesta segunda-feira (17/7/06), encerrando, assim, suas atividades. O relatório, elaborado pelo deputado Doutor Ronaldo (PDT), propõe, entre outras 74 recomendações, a criação de um grupo de trabalho (GT Ambiental) tripartite e paritário, com representação equivalente de membros do poder público, do setor produtivo e de representantes da sociedade civil organizada. A função do GT será elaborar um pacto socioambiental, que busque implementar um novo modelo de governança ambiental no Estado.

A sugestão é que o GT Ambiental seja composto por representantes das secretarias de Estado do Meio Ambiente (Semad) e seus órgãos seccionais - Feam, IEF, Igam; da Agricultura e Pecuária (Seapa); e do Desenvolvimento Econômico (Sede); da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg); da Federação da Agricultura de Minas Gerais (Faemg); da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetaemg); de três organizações não-governamentais, entre elas a Associação Mineira de Defesa do Ambiente (Amda); da Assembléia Legislativa e de universidades.

O grupo também terá a missão de elaborar planos de curto, médio e longo prazos, para o desenvolvimento de políticas específicas e a busca de parcerias. Também definirá uma agenda ambiental para o Estado, discutindo temas como licenciamento ambiental, recursos hídricos, mudanças climáticas, indicadores ambientais, educação ambiental, áreas protegidas e aplicação da Agenda 21 (propostas da Organização das Nações Unidas para o desenvolvimento sustentável).

Como lembrou o presidente da comissão, deputado Paulo Piau (PPS), o GT Ambiental vai continuar o trabalho iniciado pela Assembléia Legislativa. "Temos que ter um plano de gestão ambiental. É preciso encontrar uma medida conciliadora", afirmou.

Outras propostas do relatório

Outras duas propostas se destacam no relatório final. A primeira é a recomendação de que o Poder Executivo atualize o diagnóstico ambiental de Minas Gerais, elaborado no início da década de 80 pela Fundação Centro Tecnológico do Estado de Minas Gerais (Cetec).

A outra é a recomendação à Mesa da Assembléia para publicar, na Revista do Legislativo ou sob a forma de boletim técnico, as palestras proferidas e os resultados alcançados na comissão especial.

Na redação final, o relator, deputado Doutor Ronaldo (PDT), destacou que "o esgotamento do uso puro e simples das ferramentas de comando e controle na gestão ambiental é evidente, a ponto de ser consensual que somente elas não bastam para a desejada harmonia entre desenvolvimento e proteção efetiva do meio ambiente".

Com base nessa constatação é que ele sugere a construção de uma nova proposta para a sociedade mineira. "Setores produtivos, poder público e organizações não-governamentais, que isoladamente são defensores de forças consideradas antagônicas, como o desenvolvimento econômico, a preservação do meio ambiente e a inclusão social, e que por hábito são colocadas em campos opostos, podem e devem buscar o entendimento", justifica.

O relatório ressalta, ainda, que Minas Gerais tem retomado um ritmo de expansão, sobretudo nos setores industrial e agrícola. "Ante o risco de mais pressão sobre os recursos naturais, as organizações da sociedade civil, com base em preceitos constitucionais, exigem a presença e a ação do poder público para gerir essa demanda", adverte o documento.

Em síntese, as 75 recomendações do relatório final propõem ações para o Poder Executivo estadual, para o Poder Legislativo, Ministério Público, representantes empresarias e para a sociedade civil organizada, que visam garantir o desenvolvimento sustentável do Estado, com a participação de todos os segmentos.

Trabalhos iniciaram em abril

Instalada em 19 de abril, a requerimento do deputado Paulo Piau (PPS), que a presidiu, a comissão teve por objetivo estudar as medidas necessárias para ajustar as exigências ambientais ao desenvolvimento do setor produtivo no Estado.

Durante 12 reuniões com convidados, a comissão coletou sugestões de várias entidades que representam diferentes segmentos da sociedade, como órgãos públicos, organizações não-governamentais, instituições acadêmicas, representantes empresariais e de trabalhadores. Foram coletadas sugestões de todos os participantes para a produção do relatório final, que representou consenso dos participantes ao longo dos quase 90 dias de trabalho.

Na sexta-feira passada (14), a minuta do relatório foi fruto de discussão entre representantes das principais instituições que participaram dos debates da comissão, assessores e consultores da Assembléia. O texto final foi, então, ajustado para o consenso dos participantes.

Na última reunião, durante a discussão final do parecer, novas sugestões foram apresentadas pelo presidente da comissão, pelo vice-presidente, deputado Carlos Gomes (PT), e por representantes de algumas entidades. Todas as sugestões foram acatadas pelo relator.

O relatório final será encaminhado à Mesa da Assembléia, para ser distribuído a órgãos do Poder Executivo estadual e federal, Ministério Público e representantes empresariais e de organizações não-governamentais. A Mesa também deverá providenciar a publicação das palestras e do resultado dos trabalhos.

Presenças - Deputados Paulo Piau (PPS), presidente; Carlos Gomes (PT), vice-presidente; Doutor Ronaldo (PDT), relator. Também participaram da reunião: Vítor Feitosa, da Fiemg; Carlos Alberto Oliveira, da Faemg; Eduardo Nascimento, da Fetaemg; Cristina Chiodi, da Amda; Augusto Horta, da Secretaria de Meio Ambiente; Fernando Cardoso, da Seapa; Priscila Carvalho Oliveira, da Sede; e José Geraldo Mageste, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

 

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