Relatório final da Governança Ambiental será fruto de consenso

A Comissão Especial sobre Governança Ambiental da Assembléia Legislativa de Minas Gerais marcou para a próxima segund...

14/07/2006 - 00:00
 

Relatório final da Governança Ambiental será fruto de consenso

A Comissão Especial sobre Governança Ambiental da Assembléia Legislativa de Minas Gerais marcou para a próxima segunda-feira (17/7/06) a apresentação do relatório final dos trabalhos, preparado pelo deputado Doutor Ronaldo (PDT), relator da comissão. A reunião está prevista para as 14h15, no Auditório. O objetivo da comissão foi estudar as medidas necessárias para ajustar as exigências ambientais ao desenvolvimento do setor produtivo no Estado.

A minuta do relatório foi analisada e discutida numa reunião nesta sexta-feira (14), no Edifício Tiradentes, pela assessoria do relator, a consultoria da comissão e representantes das principais instituições que participaram dos debates: Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad), Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), Instituto Estadual de Florestas (IEF), Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg), Sociedade Mineira de Engenheiros Florestais, Associação Mineira de Silvicultura (AMS), Associação Mineira de Defesa do Ambiente (Amda) e Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O objetivo foi buscar o consenso para o relatório final.

Instalada em 19 de abril, a requerimento do deputado Paulo Piau (PPS), que a preside, a comissão realizou 12 reuniões com convidados, inclusive no interior, em Uberlândia e Montes Claros. Nesses debates, buscaram-se propostas de representantes empresarias e de organismos ambientais para sugerir medidas que visem simplificar o licenciamento e garantir a sustentabilidade ambiental em Minas Gerais.

Em sua última reunião, realizada no dia 28 de maio, a comissão colheu sugestões de diversas entidades para a consolidação de um pacto para a recuperação ambiental do Estado. Também foi definido um grupo para dar continuidade aos trabalhos e, se for o caso, até mesmo compilar a legislação ambiental mineira.

Ao longo dos debates, a Comissão de Governança Ambiental abriu as portas para os mais diferentes segmentos da sociedade, como órgãos públicos, organizações não-governamentais, instituições acadêmicas, representantes empresariais e de trabalhadores. Foram coletadas sugestões de todos os participantes para a produção do relatório final.

Entre os convidados, o secretário estadual de Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, defendeu a capacitação dos agentes econômicos para a prática do desenvolvimento sustentável. A secretária executiva do Conselho Empresarial para Meio Ambiente da Fiemg, Patrícia Boson, apresentou as propostas do setor industrial para o poder público, a sociedade civil, o Ministério Público e o próprio setor empresarial, que incluem, entre outras, a criação de instrumentos econômicos de gestão ambiental e a difusão de práticas mais limpas de produção.

Já as sugestões da Amda, apresentadas por sua superintendente executiva, Maria Dalce Ricas, incluem, entre outras, a criação de um órgão gestor único, com mandato para dirigentes, orçamento próprio, corpo técnico qualificado e ferramentas modernas, além da criação de uma instituição específica para incentivar negócios na área ambiental.

No interior, comissão discute problemas regionais

Nas duas reuniões no interior do Estado, a Comissão de Governança Ambiental discutiu problemas regionais. Um Uberlândia, a audiência pública em 26 de junho teve como tema "Agenda ambiental regional - principais setores atendidos e problemas da região".

Durante a reunião, o presidente da Fiemg Regional do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, Pedro José Lacerda, sugeriu um pacto social para a governança ambiental entre poder público, sociedade civil e setor empresarial, que promova o desenvolvimento sustentável, com compartilhamento de responsabilidades entre todos os segmentos sociais e mudança de postura em relação ao setor empresarial.

Na fase de debates, produtores rurais, representantes de sindicatos e vereadores pediram menos voracidade na cobrança de taxas e na fiscalização, e uma mudança da política ambiental, hoje baseada no processo de comando e controle (fiscalização e penalização).

A restrição ao uso de propriedades em áreas de mata seca foi o principal problema citado por produtores e lideranças do Norte e Noroeste de Minas durante a primeira reunião da comissão realizada no interior, dia 20 de junho, em Montes Claros. De acordo com o deputado Paulo Piau, enquanto em Minas Gerais a lei estipula a reserva legal em 20% da propriedade, uma norma federal prevê reserva de 60% nas áreas de mata seca.

A situação do Projeto Jaíba, que também se insere no contexto da mata seca, foi outro tema debatido pelos participantes. Entre as propostas que surgiram do encontro em Montes Claros, está a de criação de um bônus ambiental para estimular a preservação nas áreas de preservação permanente e de reserva legal. O modelo seria semelhante ao do Ecocrédito, já desenvolvido, em âmbito municipal, pela prefeitura de Montes Claros. Porém, o bônus seria ampliado, inclusive para a indústria.

Já os problemas das regiões Sul e Leste de Minas, Zona da Mata, Jequitinhonha e Alto São Francisco foram debatidos em reunião da comissão, em Belo Horizonte, dia 21 de junho.

 

 

 

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