Autoridades discutem gerenciamento da Bacia do Rio Doce

A Assembléia Legislativa de Minas Gerais realizou nesta quinta-feira (13/7/06), na Escola do Legislativo, o Debate Pú...

13/07/2006 - 00:00
 

Autoridades discutem gerenciamento da Bacia do Rio Doce

A Assembléia Legislativa de Minas Gerais realizou nesta quinta-feira (13/7/06), na Escola do Legislativo, o Debate Público "Gerenciamento de recursos hídricos na Bacia do Rio Doce". O encontro reuniu representantes de diversas instituições que interagem na Bacia do Rio Doce e nas bacias dos rios afluentes para discutir o gerenciamento dos recursos hídricos e a construção do plano diretor. Na parte da manhã, secretários de Estado, prefeitos e técnicos do meio ambiente discutiram as estratégias para implementação do Plano Rio Doce Limpo.

De acordo com o presidente da Cipe Rio Doce, deputado José Henrique (PMDB), a comissão teve participação fundamental na coordenação do projeto Rio Doce Limpo, para tratamento dos esgotos urbanos da bacia. José Henrique destacou que "um projeto dessa envergadura exige um grande esforço de mobilização e comprometimento de todos". Ele lembrou que, desde 1999, a comissão, que reúne deputados das Assembléias Legislativas do Espírito Santo e Minas Gerais, tem participado de reuniões e realizado visitas técnicas e audiências públicas para debater temas como as cheias, a erosão dos solos, os barramentos e o saneamento ambiental.

A coordenadora da Cipe Rio Doce em Minas Gerais, deputada Elisa Costa (PT), lembrou que existem projetos de construção de várias hidrelétricas na bacia. Para ela, os impactos que essas barragens vão causar para a população e na própria bacia devem ser avaliados. Na sua opinião, os deputados dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo podem contribuir na preservação da bacia, apresentando emendas para garantir recursos ao orçamento.

Para o diretor da Agencia Nacional de Águas (ANA), Dalvino Troccoli Franca, "discussões como esta são indispensáveis para a agência, que tem o papel de implementar um sistema de preservação da bacia, com a parceria de órgãos gestores e secretarias de estado, e dos comitês e agências estaduais". O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce, João Guerino Balestrassi, destacou que o órgão tem o objetivo de integrar os estados para o desenvolvimento de uma política sustentável para a Bacia do Rio Doce. "Precisamos de recursos para investir na bacia e esse trabalho conjunto é essencial para garantir verbas através do orçamento dos municípios e dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo.

Envolvimento da sociedade é fundamental

O secretário-adjunto de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Shelley de Souza Carneiro, defende um planejamento adequado através de um trabalho conjunto com toda a sociedade. "Essa discussão franca com a sociedade é fundamental para a integração do processo", afirmou. Ele elogiou a atuação dos parlamentares de Minas Gerais e Espírito Santo na luta por um melhor gerenciamento da Bacia do Rio Doce. O secretário-adjunto lembrou ainda que, dos 250 pedidos de construções de barragens em Minas, 75% são na Bacia do Rio Doce.

A secretária de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo, Maria da Glória Brito Abaurre, também acredita que a criação de uma política sustentável de desenvolvimento da Bacia do Rio Doce somente será possível através de trabalho integrado entre os dois estados e a ANA. Ela destacou que o Espírito Santo tem investido no saneamento, principalmente na questão dos resíduos sólidos e esgoto sanitário, e por isso a preservação da bacia é muito importante. "A Bacia do Rio Doce não tem programa institucional específico e por isso tem dificuldades cada vez maiores para disponibilizar recursos para investimentos". A afirmação é do vice-presidente do Comitê da Bacia do Rio Doce, Bonifácio Mourão. Para ele, o fórum de prefeitos, criado em maio deste ano, vai somar forças ao comitê, garantindo recursos através do orçamento municipal.

O consultor da Assembléia Legislativa, Pedro Chagas, destacou cinco focos de atuação na bacia: o tratamento do lixo e esgoto doméstico e industrial; recuperação de microbacias (para combater erosão, assoreamento e enchentes); apoio à criação e operação de comitês de bacias hidrográficas; educação ambiental e práticas de desenvolvimento sustentável; e atendimento a demandas da população e da sociedade civil organizada.

Também participaram dos debates o superintendente da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana (Sedru), Felipe Lapela; o técnico da ANA, Wilde Cardoso Gontijo Júnior; e o secretário-executivo do Comitê da Bacia do Rio Doce, Vitor Feitosa.

CBH Rio Guandu pede verbas para ETE na região

Após as palestras, foi aberta a palavra aos participantes do debate. Gilce Olinda, representante do CBH Rio Guandu, reivindicou apoio dos parlamentares estaduais, federais e demais autoridades para que o comitê obtenha recursos para a estação de tratamento de esgoto (ETE) em Baixo Guandu. Segundo ela, nesse município 98% do esgoto é coletado, mas não é tratado devido à falta de estações elevatórias na ETE, que custariam cerca de R$ 13 milhões. "Com isso, teríamos 80% das águas do Rio Guandu tratadas", informou.

Fórum do Rio Doce - Representando o CBH Rio Doce, Zaira Andrade divulgou o 3º Fórum das Águas do Rio Doce, que será realizado no dia 31 de julho, em Ipatinga. O fórum, de acordo com ela, é um espaço de debate, troca de experiências e integração dos comitês e outras instâncias de representação. O primeiro evento desse tipo foi realizado em Governador Valadares, e o segundo, em Colatina (ES), no ano passado.

 

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