Comissão debate ampliação da licença-maternidade

A Comissão de Administração Pública da Assembléia Legislativa de Minas Gerais se reuniu nesta quarta-feira (12/7/06) ...

12/07/2006 - 00:00
 

Comissão debate ampliação da licença-maternidade

A Comissão de Administração Pública da Assembléia Legislativa de Minas Gerais se reuniu nesta quarta-feira (12/7/06) para discutir a possibilidade de ampliação da licença-maternidade de 120 para 180 dias e da licença-paternidade de cinco para 15 dias, para os servidores públicos estaduais.

Está tramitando no Senado Federal um projeto de lei, de autoria da senadora Patrícia Saboya (PPS-CE), que estende o benefício a trabalhadores da iniciativa privada. Na Assembléia, foi aprovado requerimento, de autoria do deputado Fahim Sawan (PSDB), na reunião da comissão realizada na última terça-feira (11), solicitando ao governador que envie projeto de lei à Assembléia para ampliar as licenças maternidade e paternidade também no âmbito do Estado.

O deputado Fahim Sawan, autor do requerimento que solicitou a reunião, citou a parceria da Sociedade Brasileira de Pediatria e da Ordem dos Advogados dos Brasil (OAB) na promoção da campanha nacional "Licença maternidade: seis meses é melhor", com o objetivo de ampliar o vínculo afetivo entre as mães e seus bebês. Para o deputado, os seis primeiros meses de vida são decisivos para o desenvolvimento cerebral e personalidade sadia das crianças. O deputado destacou também que vários municípios brasileiros, assim como o Estado do Amapá, já adotaram a licença maternidade de seis meses.

O presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Dioclésio Campos Júnior, lembrou que a licença-maternidade não significa alguns meses de folga para a trabalhadora. "A licença-maternidade é antes de tudo um direito da criança, já que os seis primeiros meses de vida são fundamentais para estruturar a personalidade do bebê", disse. Dioclésio acredita que o projeto será aprovado no Senado e enviado à Câmara dos Deputados para ser analisado e votado. O presidente da SBP destacou ainda que a amamentação previne vários tipos de doenças.

De acordo com o integrante da Comissão de Direito Constitucional da OAB, Hermeraldo Andrade, falta ao Estado comprometimento com a assistência social e a saúde da criança. Ele afirmou que não existe impedimento jurídico para o aumento da licença-maternidade e da licença-paternidade, tanto para os trabalhadores de empresas privadas quando para os servidores públicos. "O que falta é vontade política de criar uma verdadeira sociedade brasileira, onde a criança valorizada e respeitada se tornará um adulto comprometido com os valores sociais", observou.

Vínculo com a mãe torna adultos menos violentos

Para o vice-presidente da Sociedade Mineira de Pediatria, Fábio Augusto de Castro Guerra, é inquestionável o benefício que o aumento da licença-maternidade vai proporcionar para a criança, pois o investimento na prevenção torna os adultos mais saudáveis. O diretor da SBP, Mário Lavorato Rocha, também defende a licença-maternidade de 180 dias como forma de prevenção de doenças e denunciou a valorização da tecnologia e de tratamentos de alto custo em detrimento da medicina preventiva. Na opinião da 1ª secretária da SBP, Rachel Niskier Sanches, os bebês que foram amamentados por mais de seis meses e tiveram o vínculo com a mãe fortalecido são hoje adolescentes e adultos menos violentos que os demais.

O representante da Academina Mineira de Pediatria e ex-presidente da SBP, Navantino Alves Filho, lembrou as várias campanhas desenvolvidas pela sociedade ao longo dos seus 96 anos de existência: o aleitamento materno; alojamento conjunto entre mãe e filho; a extensão da licença-maternidade na época da Constituição de 1988 para 120 dias; os cinco dias de licença-paternidade; e a efetiva participação na elaboração do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). "A amamentação durante no mínimo seis meses é fundamental e é tema de segurança nacional, na medida que reduz a atual taxa de mortalidade infantil pela metade", observou Navantino Alves.

A assessora da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, Maria Thaís da Costa Oliveira Santos, disse que a licença-maternidade é um benefício previdenciário, e que o Estado deve fazer os cálculos de quanto gastará caso a lei seja implementada em Minas, "pois o ônus poderá ficar inclusive com os servidor que sofrerá maior desconto em sua alíquota", observou.

A subsecretária de Desenvolvimento da Educação, Maria Eliana Novaes, e o superintendente de Atenção à Saúde da Secretaria de Estado da Saúde, Benedito Scaranzi Fernandes, também são favoráveis à extensão da licença.

Para o deputado João Leite (PSDB), a extensão da licença maternidade, proporcionando maior aproximação da mãe com seu bebê, é um tema de grande importância que deve ser reavaliado.

Presenças - Deputados Fahim Sawan (PSDB), presidente; Doutor Ronaldo (PDT), João Leite (PSDB) e Weliton Prado (PT).

 

 

 

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