Documento traz quase cem propostas de combate à obesidade

Um documento com quase cem propostas sobre a obesidade, envolvendo legislação e políticas públicas para prevenção des...

07/07/2006 - 00:00
 

Documento traz quase cem propostas de combate à obesidade

Um documento com quase cem propostas sobre a obesidade, envolvendo legislação e políticas públicas para prevenção desse mal; obesidade infanto-juvenil, no idoso e mórbida; além de mudanças na atuação do Sistema Único de Saúde (SUS) e planos privados no tratamento dessa doença. Esse foi o resultado do Fórum Técnico "Obesidade: Desafios e perspectivas", concluída na tarde desta sexta-feira (7/7/06), no Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais.

As 93 sugestões dos participantes, aglutinadas pelos técnicos da Gerência de Projetos Institucionais (GPI) da ALMG, foram entregues à Comissão de Representação do Fórum Técnico, eleita ao final do evento e composta por 20 entidades. A comissão fica responsável pelo envio das propostas aos órgãos ou entidades responsáveis por cada ação, bem como pelo encaminhamento de proposições legislativas, quando convier.

Fast food - Como último encaminhamento, foi sugerida uma moção de congratulações ao Ministério Público Federal de Minas Gerais, pela ação movida contra a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O órgão exigiu o cumprimento, pelo Mc Donald's e por todas as outras redes de fast food que atuam no País, da legislação que determina a veiculação do quadro nutricional nas embalagens e rótulos dos produtos alimentícios oferecidos. Essa ação civil pública, de 2006, teve origem numa outra, de 2004, movida pelo vereador de Belo Horizonte Betinho Duarte. Na representação, o parlamentar exigia do Mc Donald´s a rotulagem nutricional, e obteve sucesso, uma vez que a Justiça determinou, em 2005, que a empresa adotasse esse procedimento.

Quanto às propostas, as principais envolvendo legislação e políticas públicas para prevenção da obesidade foram: lei federal proibindo a venda de alimentos não nutritivos nas escolas e incentivando o consumo de alimentos saudáveis; liberação da portaria que regulamenta o tratamento cirúrgico da obesidade mórbida, suspensa em 2005; aprovação de lei para contratação de nutricionista para coordenar a merenda escolar nos estabelecimentos de ensino; proibição, nos horários de programas infantis na TV, de propaganda de alimentos nocivos à saúde, e obrigatoriedade de divulgação da importância de uma dieta alimentar saudável; criação de lei que regulamente a quantidade e qualidade das aulas de educação física nas escolas públicas e privadas; criação de leis que garantam nutricionistas, treinadores físicos e psicólogos nas equipes de saúde da família, em postos de saúde e em escolas.

Proposta obriga fast foods a colocarem dados nutricionais

Com relação à obesidade infanto-juvenil, os participantes sugeriram a obrigatoriedade de impressão das especificações nutricionais nas embalagens dos alimentos vendidos em fast foods, em local visível e com letra tamanho 14; proibição, no comércio ambulante em carrinhos, da venda de bala, doce, pipoca e similares em um raio de 200 metros em torno das escolas; proibição às cantinas escolares de venderem aos alunos produtos prejudiciais à saúde; estímulo a atividades nas escolas que previnam a obesidade na infância.

Envolvendo a obesidade no idoso, foram feitas propostas no sentido de instituir a profissão de técnico de nível superior em gerontologia (o cuidador do idoso); implementação das propostas feitas nas conferências municipais, estaduais e nacional de Saúde, Assistência Social, Idosos, Esporte e Lazer sobre qualidade de vida do idoso, de forma a atuar preventivamente na questão da obesidade.

Foram feitas também sugestões envolvendo a obesidade mórbida, tais como: incentivo à criação de comunidades de intercessão contra a obesidade, através das igrejas evangélicas, católicas e cristãs, como grupo de apoio aos obesos mórbidos ou não; criação de concursos para premiação das experiências exitosas nos municípios que conseguiram reduzir a obesidade em todas as faixas etárias.

Mídia - Muitas sugestões listadas dizem respeito à atuação da mídia no tema obesidade, dentre elas: proibição de veiculação, nas emissoras de TV, de propaganda sobre fast food, durante e imediatamente antes e depois; estabelecimento, pelo Ministério Público, de classificação etária para as propagandas na televisão, principalmente as de produtos que geram obesidade; destinação obrigatória de 20 minutos diários, no horário nobre da TV, para programas sobre educação em saúde, exercícios físicos e alimentação saudável.

 

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